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Uma mistura da agilidade característica da Lander, o design robusto da XT 660R e a versatilidade e o conforto da Ténéré 250. Isso é a nova Yamaha XTZ 250 Lander 2019 ABS. A Yamaha apresentou a nova moto e enfatizou essa mistura do “melhor de cada produto” para resumir como é seu novo modelo que chegará às lojas na segunda quinzena de janeiro, com preço ainda a ser divulgado. Entretanto, a Yamaha garante que ele será “muito competitivo” e mostrou sua preocupação com a relação custo/benefício da moto em alguns fatores, como na adoção do ABS de um canal (apenas na roda dianteira) ao invés do integral.

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A nova Lander aposentou a Ténéré 250. Apesar de dividirem o mesmo chassi, motor, câmbio – e mais cem itens, Lander 250 e Ténéré tinham características diferentes entre si, o que segmentava seus públicos. Unificar as duas motos em uma só não é tarefa fácil. Mas a Yamaha tem plena convicção de que com a nova Lander conseguirá atingir os dois públicos, o da Lander e o da Ténéré. A construção da nova XTZ 250 foi baseada em extensa pesquisa de mercado. Segundo a Yamaha, a opinião dos consumidores foi amplamente considerada no processo de criação da nova moto, seja nas redes sociais ou em pesquisa de mercado. Esse trabalho determinou todas as características (mecânicas e estéticas) da nova Lander.

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A Lander 250 ABS herdou alguns elementos de sua geração anterior, incluindo o motor e câmbio – de 5 marchas, que administra os mesmos 20,7 cavalos (a gasolina), e rodas (de 21 polegadas na dianteira e 18 na traseira). Já da Ténéré 250, recebeu as suspensões (com 220 milímetros de curso na frente e 204 milímetros atrás), mas agora o amortecedor traseiro é a gás. E tem mais novidades. As principais são visuais que, propositalmente, remetem o modelo à XT 660R – que saiu de linha no início do ano e deixou grande número de fãs na saudade. Isso se deve, principalmente, à nova dianteira, com grandes aletas no tanque (de ótimo acabamento, aliás), proteções plásticas nas bengalas e novos faróis de leds e carenagem.

O chassi continua do tipo berço semi-duplo, porém é novo e tem um sub-chassi mais resistente. O tanque também é novo e tem capacidade ampliada, de 11 litros para 13,6 litros. O painel segue totalmente digital e recebeu outro layout, assim como os funcionais indicadores de consumo médio e instantâneo.

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Primeiras impressões

 

Para o bem e para o mal

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No trânsito urbano, ponto para a agilidade. A Yamaha XTZ 250 Lander 2019 ABS esterça bem e não impõe qualquer dificuldade para desviar de buracos ou trafegar em corredores, por exemplo. Na rodovia, gol da ciclística. As suspensões passam segurança para mudanças de trajetória e estabilidade para contornar curvas – fazendo de qualquer estrada sinuosa um parque de diversões.

Para os militantes do off-road, a Lander segue agradando em terrenos ruins. Apesar de ter dois níveis, o banco não limita os movimentos do piloto e o motor empurra com vigor, especialmente nas três primeiras marchas. Mesmo assim, para pilotar em pé, o tanque mais largo causa ligeira estranheza para quem já rodou com a geração antiga, quase tão esguia quanto uma moto de trilha.

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A economia é um dos pontos fortes da XTZ 250. Mérito do conjunto motor, da alimentação e do câmbio. Mesmo em uso severo, como nas espichadas de segunda e terceira marchas na terra, o indicador de consumo médio nunca marcou menos de 31 km/l. Na rodovia, em velocidade de cruzeiro, chegou a ultrapassar os 35 km/l. Com o tanque de 13,6 litros, garante cerca de 450 quilômetros de autonomia. Outro ponto forte é o banco, incomparavelmente mais confortável que o esguio assento da versão anterior. É largo, de boa densidade e em dois níveis. O ABS de um canal (na roda dianteira) se mostra suficiente para passar segurança ao piloto e parar a moto em qualquer situação. Ele faz esquecer o sistema dianteiro borrachudo do modelo anterior. Além disso, permite liberdade para as derrapagens controladas de roda traseira na terra e deverá baratear o modelo. A garantia de quatro anos reforça a credibilidade do modelo.

Porém a moto também deixa a desejar em alguns aspectos. O motor é econômico e isso é indiscutivelmente bom, todavia a Lander está no mercado desde 2007 e merecia uns cavalinhos a mais – algo amplamente aclamado pelo público, que alimentava rumores de uma nova Lander/Ténéré equipada com o motor da MT 03. A rodas (ainda) em aço parecem um tanto anacrônicas. O alumínio é mais leve e resistente que o aço. A Honda XR 250 Tornado tinha balança e rodas em alumínio desde 2001, quando foi lançada. A Lander 250 surgiu em 2007 e empregou aço, recebendo críticas dos usuários. As reclamações continuaram em 2010, no lançamento da Ténéré. E, em 2019, nada de alumínio. O câmbio permite extrair bom desempenho dos modestos 20 cavalos do propulsor, contudo carece de uma sexta marcha que garantiria menos vibrações e até um consumo ainda melhor. Essa preocupação com o uso em viagens deve ser levada em consideração porque agora a Lander é a única moto média de uso misto da marca e tem a missão de amparar os órfãos da Ténéré.

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Em síntese, a Yamaha XTZ 250 Lander 2019 ABS segue a receita que a consagrou como um modelo de uso misto versátil, confiável e robusto, agora com mais conforto e algumas atualizações importantes, como os indicadores de consumo no painel. É verdade que ela poderia ter recebido outras melhorias aguardadas pelo público. Por outro lado, a Yamaha talvez tenha ‘economizado’ algumas alterações para não comprometer o preço final do produto e quem sabe dar mais vida útil à nova moto deixando para os anos adiante introduzir novidades. Tudo é uma relação de custo e benefício. Agora, é aguardar para ver o valor que estará etiquetado nas concessionárias e torcer pelo sucesso do modelo que representará a exitosa família XTZ 250 pelos próximos anos.

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Yamaha Fazer 250 ABS 2020 – Potencial de crescimento

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