Luiza Kreitlon/AutoMotrix

O Chevrolet Spin foi lançado em 2012 para substituir de uma só vez as minivans Meriva (de cinco lugares) e Zafira (de sete). De lá para cá, as minivans, assim como ocorreu antes com as station wagons, foram praticamente extintas depois de serem “engolidas” pelos utilitários esportivos e crossovers, que se tornaram o “objeto do desejo” nos principais mercados automotivos mundiais – inclusive no Brasil. Assim, as tendências mercadológicas fizeram que o Spin passasse por uma reformulação visual para buscar uma “transição estética” para o segmento de crossovers. Com opção de cinco ou sete pessoas, o veículo sempre teve como destaques a versatilidade, o espaço interno e a boa relação custo-benefício. No final de março, a linha 2025 do Spin chegou às concessionárias com mudanças no design e com novos equipamentos de segurança e tecnologia. A linha começa nas configurações para cinco pessoas, com a versão LT com câmbio manual de 6 marchas, oferecida por R$ 119.990, e a LT com câmbio automático de 6 velocidades, que parte de R$ 128.840. Depois, vêm as duas configurações com a terceira fileira de bancos, que amplia a capacidade do crossover para até sete pessoas: a LTZ, de R$ 139.840, e a Premier, a mais equipada da linha, a R$ 146.840. O surgimento de um inédito concorrente no segmento de crossovers compactos de sete lugares – o novato Citroën C3 Aircross – aumentou a carga de responsabilidade do modelo da Chevrolet.

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            Na linha 2025, o processo de “crossoverização” do estilo do Spin, implementado desde 2018, continua. As dimensões são praticamente as mesmas: 4,42 metros de comprimento, 1,77 metro de largura, 1,70 metro de altura e 2,62 metros de entre-eixos. A distância livre em relação ao solo é de 17 centímetros – 1,6 centímetro a mais – e o capô ficou mais elevado e mais horizontal – um pré-requisito para que um veículo seja considerado um crossover. A nova grade dupla, ladeada pelas (luzes de direção na linha do capô e os faróis logo abaixo, lembram o conjunto frontal da picape Montana. O estilo das rodas de todas as variantes evoca o universo aventureiro. O vidro traseiro ocupa a carroceria de ponta a ponta, abaixo do aerofólio integrado. As lanternas ficaram mais retangulares e invadem a tampa do porta-malas, que foi redesenhada e ganhou vincos horizontais abaixo do vidro e acima do para-choque. Saias de rodas, portas e para-choque traseiro trazem apliques – herdados da extinta versão Activ. 

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            O Spin 2025 preserva o motor 1.8 bicombustível aspirado de 111 cavalos de potência e 17,7 kgfm de torque, que acompanha o modelo desde o lançamento, em 2012 – é o único carro da General Motors que ainda o utiliza. Apesar do “powertrain” veterano, a engenharia da marca norte-americana afirma que um novo modelo de gerenciamento eletrônico com o dobro da capacidade de processamento – o mesmo utilizado no SUV compacto Tracker – tornou o Spin atual mais ágil nas acelerações e até 11% mais econômico. O motor já atende à nova fase PL8 do programa de controle de emissões Proconve, que entrará em vigor em 2025. De acordo com o Inmetro, nas versões automáticas, o consumo de combustível é de 10,5 km/l (gasolina) e de 7,3 km/l (etanol) na cidade e de 13,4 km/l (gasolina) e de 9,3 km/l (etanol) na estrada. O sistema de suspensão e a direção elétrica também tiveram ajustes. A altura em relação ao solo aumentou, mas os amortecedores foram recalibrados para privilegiar a estabilidade.

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            Em todas as configurações, o crossover produzido em São Caetano do Sul (SP) tem seis airbags de série, com extensão das bolsas infláveis até a terceira fileira de bancos. O Spin agora compartilha a arquitetura eletrônica com o Tracker, o que permitiu que, na versão “top” Premier, a segurança seja reforçada por sistemas de assistência como alertas de colisão frontal com frenagem automática de emergência, detector de presença de veículo em ponto cego e alerta de saída de faixa. Também é oferecido o serviço de resposta automática em caso de acidente mais grave disponibilizado pelo OnStar. O recurso de trilhos corrediços para a segunda fileira de bancos permitiu uma melhor distribuição do espaço entre os passageiros e a acomodação de bagagens de grande volume. Na versão de cinco lugares (ou com a terceira fileira de bancos rebatida), o Spin oferece o maior porta-malas entre os carros de passeio de produção nacional: 756 litros.

            Na Premier, a partida do motor pode ser feita por botão, há Wi-Fi nativo, entradas USB dos tipos A e C, espelhamento para Android Auto e Apple CarPlay sem fio e carregador por indução. O volante passou a ter base reta, igual aos dos Chevrolet mais atuais. O ar-condicionado é digital e tem saída dedicada para a segunda fileira de assentos, com fluxo de ar individualizado. O Spin 2025 foi o primeiro Chevrolet nacional a receber o Virtual Cockpit System, caracterizado pelo painel de instrumentos totalmente digital de 8 polegadas integrado à nova geração do MyLink, com tela de 11 polegadas configurável e Bluetooth. É possível optar entre seis tipos de layouts, nos quais são exibidas informações como a tensão da bateria ou a vida útil do óleo. Todas as versões do Spin 2025 contam com pacote de dados de 20 GB nos seis meses iniciais de gratuidade do OnStar. 

Experiência a bordo

Jeito SUV de ser 

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            Com sua posição de dirigir mais alta em comparação à dos hatches e sedãs, como convém a um utilitário esportivo, o Spin tem acesso facilitado. O habitáculo continua espaçoso, amplo na altura e na largura, o bastante para levar confortavelmente cinco pessoas nas duas primeiras fileiras. A terceira fileira de bancos, como é usual neste tipo de veículo, deve ser reservada às crianças – não apenas pela área limitada, como também pela acessibilidade que exige alguma elasticidade. Além disso, lá trás, o assoalho é alto e um adulto que sente ali fica com os joelhos mais elevados em relação à bacia, uma posição cansativa em viagens longas. Todos os ocupantes contam com porta-copos, detalhe relevante para um carro familiar. 

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            A segunda fileira de bancos é corrediça, montada sobre trilhos, e pode ser movimentada cinco centímetros para frente e seis centímetros para trás. Tanto o painel quanto as laterais são em plástico duro e não oferecem luxo, mas um aspecto rústico normalmente tem boa aceitação nos SUVs. A adoção de partes emborrachadas no painel e nas portas, o revestimento em Black Piano em torno da alavanca do câmbio e os botões cromados tentam agregar alguma sofisticação ao ambiente. As telas integradas do painel e do multimídia formam um conjunto vistoso e reforçam o aspecto contemporâneo, não entregando os 12 anos de mercado do modelo. 

Impressões ao dirigir

Coisa de família

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            A vocação familiar do Spin combina com o temperamento tranquilo do “powertrain”. A transmissão automática de 6 marchas atua de forma harmônica com o antigo motor 1.8 SPE/4. Os 16,8/17,7 kgfm de torque administram bem a tarefa de mover os quase 1.300 quilos do Spin. As trocas de marchas são discretas e, no uso urbano, o conjunto dá conta do recado. De acordo com a fabricante, nas configurações automáticas, a aceleração de zero a 100 km/h é feita em 11 segundos com etanol e em 11,8 segundos com gasolina. 

            Nas estradas, especialmente nas retomadas em velocidades mais elevadas, é preciso ter alguma paciência, sobretudo se o carro estiver carregado. Uma opção para obter um desempenho mais dinâmico é fazer manualmente as mudanças de forma sequencial, no botão localizado na manopla – não há “paddles shifts” atrás do volante. Esticar as marchas ajuda a extrair um desempenho mais forte do propulsor. Se não oferece performances esportivas, o conjunto transmite uma reconfortante percepção de consistência. E a maior confiabilidade que muitos consumidores ainda têm nos motores aspirados de quatro cilindros em comparação aos turbinados de três pode levar muitos consumidores para o Spin.

Luiza Kreitlon/AutoMotrix

            A direção com assistência elétrica é leve em manobras lentas e torna-se mais rígida em velocidades mais altas. Apesar da altura maior em relação ao solo em comparação ao modelo anterior, a carroceria do Spin 2025 não aderna excessivamente nas curvas. A estabilidade parece ter evoluído em relação ao modelo anterior. A suspensão é macia, com um curso longo, e não dá trancos, mesmo com sete pessoas a bordo. Entretanto, apesar da pretensão do Spin de se aproximar dos SUVs e da suspensão da linha 2025 estar mais elevada, não é recomendável tentar encarar dunas ou lamaçais – a tração é apenas frontal e, como o peso do motor está na frente, forçar passagem em pisos instáveis pode causar dores de cabeça

Ficha técnica

Chevrolet Spin Premier

Luiza Kreitlon/AutoMotrix

Motor: gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.796 cm³, quatro cilindros, duas válvulas por cilindro e comando simples no cabeçote. Acelerador eletrônico e injeção multiponto

Transmissão: automática de 6 velocidades

Tração: dianteira

Potência: 111/106 cv a 5.200 rpm com etanol/gasolina

Torque: 17,7 kgfm a 2.600 rpm com etanol e 16,8 kgfm a 2.800 rpm com gasolina

Suspensão: dianteira independente do tipo MacPherson, com barra estabilizadora e amortecedores pressurizados, traseira por eixo de torção com barra estabilizadora e amortecedores pressurizados

Pneus: 205/60 R16

Freios: discos ventilados na frente e tambores atrás. 

Carroceria: crossover em monobloco com quatro portas de cinco ou sete lugares

Dimensões: 4,42 metros de comprimento, 1,76 metro de largura, 1,69 metro de altura e 2,62 metros de distância de entre-eixos. Seis airbags de série

Peso: 1.292 kg

Porta-malas: 162 litros (com os sete lugares ocupados), 553 litros (com cinco lugares ocupados)

Tanque de combustível: 53 litros

Preço: R$ 144.900

Por: Luiz Humberto Monteiro Pereira/AutoMotrix – Fotos: Luiza Kreitlon/AutoMotrix

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