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Se, entre os carros elétricos de passeio, a briga no mercado brasileiro anda aquecida, a disputa entre os veículos comerciais também não deixa por menos. Entre os furgões, atuam modelos como o BYD ET3, o Renault Kangoo E-Tech, o JAC IEV750 e o trio de furgões médios da Stellantis – Peugeot e-Expert, Citroën e-Jumpy e Fiat e-Scudo. A estreia do furgão grande Fiat e-Ducato é esperada para o segundo semestre, assim como a do concorrente Iveco e-Daily. O e-Ducato e o e-Daily disputarão também entre os chassis-cabine e caminhões leves elétricos, no qual estão modelos que podem receber diferentes implementos de acordo com a utilização, como o Volkswagen e-Delivery, o JAC IEV1200T e o Foton iBlue. Disposto a crescer nessas duas frentes, chega agora à briga a Ford E-Transit, que entrou em pré-vendas no início de março – após emplacar mais de 40 mil unidades na Europa e nos Estados Unidos, onde é líder do segmento. Além do modelo Furgão, que desde 2022 vem sendo testado no Brasil em um programa-piloto com frotistas, a linha E-Transit traz uma inédita versão Chassi – a primeira do mercado brasileiro no segmento de até cinco toneladas.

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            A E-Transit chega ao Brasil importada da Turquia, onde é produzida pela Ford Otosan, mas o modelo é fabricado ainda nos Estados Unidos. A versão Furgão dispõe de quatro configurações com diferentes capacidades de carga volumétrica: a L2H2, com 9,5 metros cúbicos, a L2H3, com 10,7 metros cúbicos, a L3H3, com 12,4 metros cúbicos e a L4H3, com 15 metros cúbicos. A E-Transit tem PBT de 3,5 toneladas, que permite a condução com CNH B, e sua capacidade de carga varia de 800 quilos a uma tonelada. Já a E-Transit Chassi tem configurações com PBT de 3,5 e 4,2 toneladas e capacidade de carga de 1.300 a 2.100 quilos. Tanto a Furgão quanto a Chassi chegam com preço a partir de R$ 542 mil – aproximadamente, o dobro da versão convencional a diesel. A garantia da E-Transit é de três anos, ou 100 mil quilômetros, e cobertura de oito anos ou 160 mil quilômetros para a bateria. 

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            Um custo total de operação 40% menor comparado à variante a combustível – esse é o atrativo que a Ford oferece aos potenciais clientes da E-Transit. Segundo a fabricante, a nova van elétrica tem maior capacidade de carga e autonomia que as concorrentes e atrairá empresas e grandes frotistas focados em investir em operações mais sustentáveis, com menos emissão de CO2 e custo operacional. Com o incremento da adoção de veículos elétricos, ela deve atender também a empresas menores atraídas pelos benefícios operacionais da eletrificação. A Ford Pro tem a proposta de oferecer total apoio aos clientes na transição para a eletrificação da frota. O acompanhamento em tempo integral da jornada do consumidor inclui desde a entrega técnica do veículo, o treinamento, test-drive e monitoramento via conectividade até a assistência técnica com um representante dedicado.

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            As versões Furgão e Chassi da E-Transit compartilham o motor elétrico de 198 kW, ou 269 cavalos, e torque de 43,8 kgfm. Além da tração traseira e do torque instantâneo característico dos veículos elétricos, ela tem como diferencial a maior capacidade volumétrica da categoria, de até 15 metros cúbicos no furgão e de até 21 metros cúbicos na chassi, quando implementada com baú similar ao da versão a combustão. A autonomia de 317 quilômetros pelo ciclo WLTP anunciada para a E-Transit é superior à das concorrentes. A bateria de lítio de 68 kWh pode ser carregada tanto em corrente contínua (até 115 kW), em 35 minutos, quanto em corrente alternada (até 11,5 kW), em oito horas, usando conector do tipo 2 (padrão europeu), com um sistema de gerenciamento de recarga que otimiza a sua vida útil. 

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            De acordo com a engenharia da Ford Pro, a versatilidade da E-Transit permite o desenvolvimento de projetos de modificação para atender ao transporte de passageiros e outros usos específicos, como ambulâncias. A marca dá suporte ao cliente na transformação dos veículos e no desenvolvimento de projetos especiais, feitos juntamente com transformadores localizados nas principais regiões do Brasil, que podem ser credenciados pelo programa de certificação de qualidade Ford Pro Convertor. Atualmente, são 30 transformadores certificados.

Primeiras Impressões

Evolução da espécie

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São Paulo/SP – Em outubro de 2021, a importação da Transit deu início às operações no mercado brasileiro da Ford Pro – divisão de veículos comerciais da marca norte-americana. Inicialmente, desembarcou a versão Minibus, que seis meses depois foi seguida do lançamento da Furgão. Em março do ano passado, a marca apresentou a Transit automática, pioneira no segmento, e em setembro chegou a Transit Chassi. Como a eletrificação é uma tendência que vem crescendo no mundo e também no Brasil, o furgão elétrico E-Transit começou suas pré-vendas no mês passado e agora está disponível nas concessionárias nacionais, com a missão de atender às crescentes demandas das empresas para a redução das emissões de carbono nas entregas.

            Em termos de dirigibilidade, a E-Transit entrega tudo que a versão automática com motor a diesel oferece – e ainda acrescenta bastante coisa. Como as configurações a diesel, o E-Transit Furgão L2H2 350 avaliado pode ser dirigido por motoristas habilitados com CNH tipo B. Dirigir o furgão elétrico da Ford pela cidade é uma experiência tranquila – o tamanho avantajado (a versão tem 5,53 metros) é um detalhe que passa praticamente despercebido. Por dentro, a variante carregável em tomadas mantém o bom padrão da similar com motor a diesel montada no Uruguai – que é um dos comerciais leves mais confortáveis do mercado. A cabine do E-Transit Furgão comporta o motorista e dois passageiros, com o lugar do meio podendo se transformar em uma espécie de mesa de trabalho. O design interno é agradável, com compartimentos bem dimensionados, incluindo um para carregamento de celular com USB, vários porta-copos e porta-documentos. O volante multifuncional com ajuste de altura e profundidade tem direção eletricamente assistida. A central multimídia Sync 4 de 12 polegadas oferece boa visibilidade e manejo intuitivo.

            Dinamicamente, a E-Transit impressiona bem. O motor esbanja potência e o elevado torque instantâneo de 43,8 kgfm destinado às rodas traseiras possibilita retomadas vigorosas, que viabilizam ultrapassagens seguras. Como é típico dos elétricos, o ruído interno é baixo – o que mais se ouve é o ar-condicionado digital. O baixo centro de gravidade, por conta do peso das baterias posicionadas sob o piso, proporciona melhor distribuição de cargas e colabora para o equilíbrio em trechos sinuosos. A direção eletricamente assistida é bastante precisa e confortável. Além do que já é oferecido nas configurações com motor a diesel, como sistema de partida em rampa, sistemas de controle adaptativo de carga, controle eletrônico de estabilidade e sistema anti-capotamento, o furgão elétrico da Ford oferece algumas tecnologias semi-autônomas – incomuns nos modelos do segmento – que ajudam a reduzir o risco de colisões. Entre elas, estão o sistema de frenagem autônoma, o controle de tração e estabilidade AdvanceTrac e a câmera 360 graus. Os três modos de condução – “Normal”, “Econômico” e “Escorregadio” –, juntamente com o sistema de recuperação de energia, contribuem para a ampliação da segurança e a redução do custo operacional. E o modem de conectividade fornece dados para auxiliar o condutor e a gestão do administrador da frota.

Por Luiz Humberto Monteiro Pereira/AutoMotrix – Fotos: Divulgação

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