No embalo do prestígio e da fama de confiabilidade mecânica de que desfruta no Brasil, o Toyota Corolla é líder do segmento de sedãs médios há cinco anos consecutivos – vende tanto quanto os três maiores concorrentes somados. Apesar disso, no lançamento da décima-segunda geração no mercado nacional, a marca japonesa resolveu dar um “upgrade” de verdade no sedã. Para tal, investiu no desenvolvimento de duas motorizações: uma flex 2.0 litros Dynamic Force e outra híbrida, que combina dois motores elétricos e um 1.8 flex. A nova geração do Corolla chega ao mercado brasileiro em três versões diferentes. O motor flex 2.0 Dynamic Force estará disponível nas configurações GLi, XEi e Altis, todas com transmissão CVT Direct Shift de 10 marchas simuladas. Já o híbrido pode estar apenas na versão topo de gama Altis.
Para esse lançamento, a Toyota do Brasil investiu R$ 1 bilhão em sua fábrica de Indaiatuba, no interior paulista. Com um design mais contemporâneo e arrojado, a nova geração do veículo mais vendido do mundo estreia trazendo alguns ineditismos. Trata-se do primeiro veículo híbrido com motor flex do mundo e inaugura uma tendência que tem tudo para se alastrar na indústria automotiva brasileira. Como “efeito colateral”, a inovação tornou o Corolla com o combustível vegetal o automóvel híbrido mais limpo do planeta. Outro feito fica por conta do Toyota Safety Sense. Disponível na versão topo de linha Altis, o pacote de segurança ativa faz do Corolla o sedã médio com mais itens de segurança do país. Também inédito no Corolla nacional é o teto solar, agora disponível de série para a versão Altis 2.0L Dynamic Force ou como opcional no pacote Premium para a versão híbrida.
O Corolla 2020 tem 4,63 metros de comprimento (mais um centímetro em relação à geração anterior), 1,78 metro de largura (mais 0,5 centímetro) e 1,45 metro de altura (menos dois centímetros), enquanto a distância entre eixos e o volume do porta-malas ficaram os mesmos – 2,70 metros e 470 litros. O tanque de combustível comporta 50 litros nas versões a combustão e 43 na híbrida. Sob o capô, o motor 2.0 litros Dynamic Force Dual VVT-iE 16V DOHC de ciclo Atkinson Flex rende 177 cavalos de potência, quando abastecido com etanol, e 169 cavalos com gasolina, sempre a 6.600 giros. O torque máximo, com etanol ou gasolina, é 21,4 kgfm a 4.400 rpm. O câmbio é um CVT com dez marchas simuladas. Já no híbrido flex da Toyota, o motor bicombustível é um 1.8 litro VVT-i 16V de ciclo Atkinson, derivado do motor a gasolina do Prius. Gera 101 cavalos de potência com etanol e 98 cavalos com gasolina, sempre em 5.200 rpm, e 14,5 kgfm de torque a 3.600 rpm, com etanol ou gasolina. Funciona em conjunto com dois motores elétricos que produzem 72 cavalos de potência e 16,6 kgfm de torque. A recarga da bateria é feita pelos motores elétricos, que funcionam como freios regenerativos. A transmissão é uma CVT Hybrid Transaxle.
Desde a versão de entrada GLi, o novo Corolla já vem com airbags frontais, laterais, de cortina e de joelho para o motorista), câmera de ré com linhas de distância com projeção na central multimídia, faróis com acendimento automático e ajuste de altura, controle eletrônico de estabilidade (VSC), controle eletrônico de tração (TRC) e sistema de assistência ao arranque em subida (HAC). Mas o destaque na segurança fica para o pacote Toyota Safety Sense (TSS), de série na versão Altis a combustão e opcional na híbrida. Um radar de ondas milimétricas combinado com uma câmera monocular permite detectar perigos e alertar o motorista – ou até parar o veículo sozinho, se for necessário. O TSS inclui Sistema de Pré-Colisão Frontal (PCS), Sistema de Alerta de Mudança de Faixa com condução assistida (LDA), Faróis altos automáticos (AHB) e Controle de Cruzeiro Adaptativo (ACC).
Os preços das versões com motor 2.0 litros Dynamic Force Flex começam em R$ 99.990 para a versão de entrada GLi, vão aos R$ 110.990 na intermediária XEi e atingem R$ 124.990 na Altis. O Altis Hybrid sai pelos mesmos R$ 124.990, mas pode ficar R$ 6 mil mais caro se incluir o pacote Premium, que é de série no Altis 2.0 litros Dynamic Force e agrega o Toyota Safety Sense, o teto solar elétrico e as rodas diamantadas com acabamento preto brilhante. Com esse opcional, o Altis Hybrid atinge os R$ 130.990.
Experiência a bordo
Princípio evolutivo
O interior do Corolla 2020 evoluiu expressivamente. A versão GLi conta com partes revestidas de tecido e de couro, ambos na cor preta. Já as versões XEi e Altis híbrida contam com partes revestidas de couro preto, enquanto a versão Altis 2.0L Dynamic Force e Altis híbrida com pacote Premium contam com partes elegantemente revestidas em couro bege e marrom. O volante de três raios com controles de áudio e computador de bordo tem acabamento em couro e possui aletas para troca de marcha nas versões XEi e Altis com motor 2.0 Dynamic Force. A versão híbrida não conta com os “paddle shifts”.
O painel de instrumentos nas versões com motor 2.0 traz três mostradores, um circular, no centro, onde é possível visualizar o velocímetro e o nível de combustível; um semicircular do lado esquerdo, que exibe o conta-giros e o termômetro do motor, e uma tela de TFT de 4,2” colorida do lado direito que mostra o computador de bordo, com informações como indicador de marcha, consumo de combustível, hodômetro e autonomia. Já o Altis híbrido possui uma tela TFT de 7” digital e colorida, no centro do painel, que mostra o velocímetro e informações do computador de bordo. Enquanto o semicírculo da esquerda reúne indicadores do sistema híbrido, no lado direito estão informações de combustível e temperatura do motor.
Primeiras impressões
Virtudes distintas
Guarujá/SP – O novo Corolla é o melhor Corolla de todos os tempos e estabelece novos patamares no segmento de sedãs médios. Em 27 anos de Brasil, o sedã da Toyota nunca passou por uma evolução tão grande em uma troca de geração. Em relação ao Corolla anterior, absolutamente tudo melhorou: estabilidade, agilidade e resposta, rigidez na estrutura, distribuição de peso e comportamento aerodinâmico. Tais evoluções se traduzem em um veículo que transmite uma sensação de condução nitidamente superior. A nova suspensão traseira de duplo braço triangular independente, com molas helicoidais e barra estabilizadora, é um dos destaques do novo Corolla. Proporciona um conforto de condução agradável, com melhor absorção de choques em terrenos irregulares.
Dinamicamente, seja na motorização flex ou na híbrida, o modelo mostra boa desenvoltura, com uma performance insuspeita num sedã tradicionalmente conservador e que nunca foi dado a arroubos de esportividade. Como era de se esperar, a versão com , com seus 177 cavalos, esbanja mais força. Fabricado na cidade paulista de Porto Feliz, é o motor mais potente que já equipou um Corolla. Com alta taxa de compressão (13:1) e curso longo, novos pistões de baixa fricção, o 2.0 Dynamic Force é 15% mais potente e 9% mais eficiente do que o motor da geração anterior. Junto a ele atua a transmissão CVT Direct Shift de 10 marchas. Os engenheiros da Toyota acoplaram uma engrenagem mecânica que atua na arrancada do veículo, melhorando a aceleração do veículo em primeira marcha.
Apesar de menos potente, é a nova motorização híbrida, com potência combinada de 122 cavalos, que mais surpreende. O Corolla Hybrid arranca sempre em modo elétrico e percorre mais de dois quilômetros sem acionar o motor flex, desde que a bateria tenha carga suficiente e o motorista não pise demais no acelerador. Quando pisa, o carro responde rápido, sem vacilações. A transmissão Hybrid Transaxle entrega uma aceleração linear, que reduz ou aumenta continuamente as marchas de acordo com a demanda do motor sem desperdiçar energia. A alavanca do câmbio tem as posições P, R, N, D e B, sendo esta última de regeneração máxima para carregar a bateria nas desacelerações e frenagens. Mais à frente está o seletor de modo de condução (Eco, Normal e Sport).
O Corolla híbrido possui sistema de freios regenerativos, que acumula a energia cinética gerada pelas frenagens e a transforma em energia elétrica, o que proporciona maior autonomia. Segundo o Inmetro, é capaz de rodar 14,5 km/l na estrada e 16,3 km/l na cidade quando abastecido com gasolina. Com etanol, o modelo atinge 9,9 km/l na estrada e 10,9 km/l na cidade. No teste de apresentação, que percorreu na maior parte do tempo trechos urbanos, a autonomia apontada pelo painel começou em 835 quilômetros e terminou em incríveis 1.030 quilômetros. Ou seja, depois de rodar 40 quilômetros em trechos urbano, que permitiram intensa utilização do modo exclusivamente elétrico, a autonomia prevista aumentou quase 200 quilômetros.
Ficha Técnica
Toyota Corolla Altis Hybrid
Motor: dianteiro, transversal, 4 cilindros em linha, 16V, gasolina; motores elétricos de 53 kW.
Potência: motor a combustão com 101 cavalos com etanol e 98 cavalos com gasolina e dois motores elétricos (MG1 e MG2) de 72 cavalos de potência. A potência combinada é de 122 cavalos.
Torque: 14,6 kgfm a 3.600 rpm no motor flex e 16,6 kgfm nos motores elétricos. O torque combinado não foi fornecido.
Câmbio: automático do tipo CVT.
Tração: dianteira.
Direção: elétrica.
Suspensão: independente tipo McPherson na dianteira e multilink na traseira.
Freios: discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira.
Pneus e rodas: 225/45 R17.
Porta-malas: 470 litros.
Preço: R$ 124.990. O pacote Premium eleva o preço para R$ 130.990.
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