Luiza Kreitlon/Agência AutoMotrix

Em maio do ano passado, quando foi lançada na Europa, a linha 2019 do Renegade trouxe uma renovação no visual e aperfeiçoamentos no sistema multimídia. Mas a grande novidade era a nova família de motores turbo, a gasolina (1.0 de três cilindros com 120 cavalos e 1.3 de quatro cilindros, com 150 cavalos ou 180 cavalos) e a diesel (1.6 de 120 cavalos e 2.0 de 140 cavalos ou 170 cavalos). No Brasil, o Renegade 2019 surgiu em outubro e se limitou a pequenos ajustes estéticos e inovações no multimídia. Foram mantidos os motores aspirados 1.8 Flex com 139 cavalos e Multijet 2.0 turbodiesel de 170 cavalos que acompanham o Renegade desde seu lançamento nacional, no final de 2015. Mudanças tão sutis poderiam não ter feito diferença nas vendas. No entanto, fizeram. O Renegade terminou 2018 como o 18o carro mais vendido do Brasil, com 46.355 unidades – média de 3.863 mensais. Contudo, em dezembro, dois meses depois do “facelift”, já vendeu 5.498 unidades e deixou para trás de uma só vez o Jeep Compass, o Hyundai Creta, o Honda HR-V e o Nissan Kicks, assumindo o posto de utilitário esportivo mais vendido do país e a décima posição no ranking geral de vendas. E não deixou a liderança do segmento desde então. Este ano, vendeu 15.673 unidades no trimestre – média de 5.224 emplacamentos mensais, um salto de 35% acima da média mensal do ano passado. Com essa performance, tornou-se o nono automóvel mais vendido do país em 2019 – porém em março, com as 6.184 unidades comercializadas, já apareceu na sexta posição. No Renegade, a versão “top” Trailhawk cumpre a importante função de ser a “estrela” das propagandas – e de atrair interessados para toda a linha.

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Em termos estéticos, o Renegade 2019 “made in Brazil” recebeu uma remodelação bem mais discreta que o europeu. Passou a ter o mesmo para-choque para as configurações flex e diesel, com melhor ângulo de ataque e um pequeno retoque na grade e nos faróis de neblina. Os faróis de leds substituíram os de xenônio nas versões Trailhawk e Limited – são opcionais na Longitude. Os faróis de neblina também receberam leds. Por dentro, o destaque é o sistema multimídia com tela de 8,4 polegadas nas versões mais caras, “herdado” do Compass. No Uconnect, é possível parear o smartphone por meio das interfaces Android Auto e Apple CarPlay, para acessar pelo monitor do veículo aplicativos de navegação, como Google Maps e Waze, e de música, como Spotify e Deezer. O novo multimídia permite ainda acessar as funções do ar-condicionado remotamente, por toques no monitor ou por comandos de voz. A traseira ganhou uma maçaneta externa, que torna a abertura mais fácil. Nas configurações Trailhawk e na Limited, o Renegade passou a ter sete airbags de série.

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A versão Trailhawk é a que mais se aproxima do que se espera de um autêntico Jeep. O motor turbodiesel 2.0 gera 170 cavalos a 3.750 rpm e o robusto torque de 35,7 kgfm está disponível já em 1.750 giros. Trabalha acoplado a um moderno câmbio automático de 9 marchas e dispõe de um sistema de tração com opções 4×2, 4 x4, 4 x4 com reduzida e 4×4 com bloqueio do diferencial. Além disso, o Jeep Active Control oferece configurações selecionáveis para neve, areia, lama e pedra, que adaptam a performance do motor e do câmbio, e um modo automático que alterna a tração entre frontal e integral, de acordo com a demanda. A Tralhawk é mais elevada que as outras versões e tem 21,2 centímetros em relação ao solo. A parte inferior do para-choque dianteiro foi redesenhada para ampliar o ângulo de entrada de 27 graus para 30 graus. O teto solar panorâmico é opcional e acrescenta R$ 8.140 ao preço do modelo.

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Talvez a novidade da linha 2019 do Renegade que realmente explique o aumento no volume de vendas seja outra: o preço das versões mais baratas foi reduzido. Provavelmente, a fabricante concluiu que, para quem busca as configurações mais básicas, qualquer diminuição no preço faz muita diferença e se reflete rapidamente no volume de vendas – como a Sport 1.8 Flex manual, teve uma redução de R$ 7 mil em relação ao modelo 2018 e atualmente é oferecida por R$ 79.990. Já as versões mais caras, que normalmente vendem menos, tiveram o preço aumentado – como a Trailhawk, que sai por R$ 139.990. Afinal, dentro da mesma lógica do mercado automotivo nacional, quem tem um orçamento mais folgado muitas vezes não se importa tanto em pagar algum milhares de reais a mais pelo carro que deseja. Essa é exatamente a função da versão Trailhawk – ser o “objeto do desejo” de muita gente que sempre sonhou em ter um Jeep. Sempre há quem esteja disposto a pagar caro por um sonho.

 

Experiência a bordo

Detalhes divertidos

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No Renegade Trailhawk, os ajustes elétricos de altura e lombar do banco e as regulagens de altura e profundidade do volante ajudam a encontrar a melhor posição de dirigir. Os bancos são ergonômicos e os passageiros da frente têm bom espaço para pernas e cabeça. Atrás, duas pessoas viajam com conforto. O revestimento interno adota materiais que aparentam boa qualidade e combinas superfícies rígidas e emborrachadas. O carro tem diversos detalhes de estilo irreverentes – a marca chama de “easter eggs” – que surpreendem, como um desenho de um pequeno jipe no canto do para-brisa ou um mapa em baixo relevo no console. Com o tempo, é possível descobrir diversos outros – até dentro do porta-malas, que é pequeno e leva somente 260 litros.

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A versão Trailhawk é bem dotada de porta-objetos, todos bastante práticos. O volante é multifuncional e os comandos no console são de fácil manuseio. A central multimídia, com tela sensível ao toque de 8.4 polegadas, oferece comandos vocais via Android Auto ou Apple CarPlay. O carro conta com sensor de luminosidade e de chuva, revestimento parcialmente em couro nos bancos, ar-condicionado automático duplo e sete airbags.

Impressões ao dirigir

Passeio completo

O Jeep Renegade Trailhawk consegue uma equação interessante ao equilibrar sua boa capacidade off-road com uma dirigibilidade bastante agradável para o uso cotidiano. O motor Multijet 2.0 turbodiesel de 170 cavalos, desenvolvido para carros de passeio, dá conta do recado e move com facilidade o menor modelo da Jeep, com seus 1.641 quilos. O torque de 35,7 kgfm viabiliza acelerações e retomadas vigorosas. Nas acelerações, não há “buracos” ou vacilações, o funcionamento é suave e o nível de vibração é reduzido. O câmbio automático de 9 velocidades é eficiente e ajuda a aproveitar os bons recursos do motor. As borboletas no volante para troca de marchas permitem explorar bem a esportividade do modelo. O ronco habitual dos motores a diesel é discreto, mas se faz presente.

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No off-road, a plataforma mostra ter ótima rigidez torcional. Os sistemas de tração, com reduzida e bloqueio do diferencial, e os modos do Jeep Active Control permitem ao pequeno SUV transpor obstáculos com desembaraço. A suspensão independente nas quatro rodas tem curso amplo e absorve eficientemente as irregularidades. As rodas de 17” com pneus de uso misto, na medida 215/60, ajudam a encarar pisos ruins. A Trailhawk não vem com o estepe de uso temporário e sim com o mesmo conjunto de rodas e pneus externos.

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No uso urbano e rodoviário, a percepção é que a carroceria rola pouco, apesar do 1,72 metro de altura do Renegade. A direção com assistência elétrica é leve nas manobras e precisa conforme aumenta a velocidade. O carro dá ao motorista a sensação de estar sempre na mão. Controle de estabilidade, de tração e de reboque e sistema anticapotamento ajudam a manter tudo sob controle. É um modelo “multiuso”, do tipo que dá para levar a qualquer lugar, sem medo de fazer feio.

Ficha técnica

 

Jeep Renegade Trailhawk

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Utilitário esportivo em monobloco com 4,23 metros de comprimento, 1,80 metro de largura (sem espelhos), 1,72 metro de altura e 2,57 metros de entre-eixos
Motor: Diesel, 1.956 cm³, 4 cilindros em linha, 16 válvulas, dianteiro transversal, turbo diesel, injeção direta de combustível
Taxa de compressão: 16,5:1
Tração: 4×4 com reduzida e bloqueio do diferencial
Potência máxima: 170 cavalos a 3.750 rpm
Torque Máximo: 35,7 kgfm a 1.750 rpm
Transmissão: automática de 9 marchas
Freios: disco ventilado na frente / disco sólido atrás
Direção: elétrica
Suspensão: dianteira independente do tipo McPherson, braços oscilantes inferiores com geometria triangular e barra estabilizadora, amortecedores hidráulicos e pressurizados e molas helicoidais. Traseira independente do tipo McPherson, links transversais/laterais, barra estabilizadora, amortecedores, hidráulicos e pressurizados e molas helicoidais. Oferece controle de estabilidade e sistema anticapotamento.
Rodas: Liga-leve de 17″
Pneus: 215/60 R17
Porta-malas: 260 litros
Tanque: 60 litros
Peso: 1.641 quilos
Preço: R$ 139.990. Pintura metálica acrescenta R$ 1.630. Pintura perolizada acrescenta R$ 2.300. Teto solar panorâmico acrescenta R$ 8.140.

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