Absolutamente todos os itens físicos de segurança de um carro estão fora do campo de visão do motorista enquanto ele está dirigindo, “guardados” sob os quatro para-lamas. Os pneus, o sistema de freios e o conjunto de suspensão jamais podem ser negligenciados na questão de manutenção preventiva. A suspensão exerce um papel fundamental na dirigibilidade e no conforto de um veículo. Por isso mesmo, se o motorista usar peças gastas, com data de validade vencida e de má procedência está agindo contra sua própria vida e de sua família. O sistema de suspensão auxilia na absorção de choques e impactos, como quando o veículo passa por um buraco, e ajuda os pneus a ficarem em contato com a estrada. O sistema suspensivo é composto por molas e pelos amortecedores que unem o chassi às rodas, garantindo – se estiverem em boas condições – estabilidade e conforto nas ruas e estradas.
Tipos de sistemas de suspensão
– MacPherson – Recebe o nome de seu inventor, o norte-americano Earle Steele MacPherson, que patenteou o sistema em 1946. O sistema é formado por um braço transversal, amortecedor, mola helicoidal e barra estabilizadora, permitindo boa distribuição das peças que o formam e estruturas mais leves. Em sua disposição típica, usa molas helicoidais que parecem estar “enroladas” no amortecedor, fixadas por um mancal na parte de cima e em uma barrahttps://www.jocar.com.br/barra/?ORG=19 transversal na parte de baixo.
– Eixo rígido – Mais utilizado em carros antigos, é formado por uma barra fixada no chassi e que liga as duas rodas do eixo.
– Duplo “A” – Também conhecido como “Double Wishbone”, é um sistema independente nas quatro rodas. Por ter um tamanho reduzido, permite versatilidade no posicionamento das molas e dos amortecedores. É formado por dois braços triangulares sobrepostos atrelados ao chassi por meio de buchas, com os braços tendo um movimento vertical.
– Multilink – É considerado o sistema de suspensão mais eficiente, pois é mais leve e tem mais versatilidade do que o sistema Duplo “A”, sendo considerado como uma evolução desse. Uma das vantagens do multilink é o controle mais preciso dos movimentos de cada roda individualmente.
– Feixe de molas – É o principal tipo de suspensão utilizado em veículos de carga, em picapes médias e grandes e até na picape compacta Fiat Strada. Consiste em um aprimoramento das barras de torção com materiais resistentes que absorvem mais impactos. O feixe de molas existe até mesmo antes do automóvel, sendo usado antigamente em carroças e carruagens. O feixe de molas é formado por lâminas sobrepostas, presas de forma arqueada, que atuam em conjunto, deslizando e flexionando uma em cima da outra.
Sistema suspensivo e formas de dirigir
Com passar em lombadas
O primeiro “mito” aponta para o motorista passar por uma lombada – o popular “quebra-mola” – com o carro na diagonal. O certo em casos de lombadas é se colocar a primeira marcha com o carro alinhado de frente. Com isso, a distribuição do peso e o impacto são uniformes sobre todo o conjunto da suspensão, sem sobrecarregar nenhum componente.
Endurecimento da suspensão
Outro “mito” é acreditar que quanto mais dura a suspensão de um veículo for, maior é o desconforto. Isso não é verdade, pois quanto mais dura for a suspensão, maior será a estabilidade e a segurança do veículo, como se nota nos modelos esportivos. “Isso não significa desconforto, pois as opções mais duras também são as mais seguras para a direção do carro”, afirma Ivan Furuya, diretor Comercial e de Marketing da Volda, empresa 100% brasileira dedicada principalmente aos componentes para a suspensão e a transmissão.
Qual é a vida útil dos amortecedores?
Os amortecedores e as molas estão sujeitos a desgaste com o tempo e o uso. “Se o motorista notar que o carro está mais ‘molenga’ ou batendo mais do que o normal em solavancos, é uma boa hora para ver como está a suspensão”, ressalta Furuya. Em geral, o correto é a verificação a cada seis meses ou 10 mil quilômetros rodados, dependendo do manual do veículo ou de seu uso.
Excesso de peso prejudica?
Andar com o carro com peso além do limite indicado sobrecarrega e desgasta os componentes da suspensão, fazendo com que o veículo precise passar por uma revisão antes do período indicado. Ultrapassar o limite de carga definido no manual do veículo compromete também a dirigibilidade e o conforto. É importante ainda se ter cuidado na distribuição de peso no porta-malas, evitando diferença de altura entre os lados da suspensão.
Troca de amortecedores deve ser feita aos pares?
Verdade. Se for trocado apenas um amortecedor, acarretará em desequilíbrio do carro. O ideal é sempre substituir o par de amortecedor em cada eixo ou, melhor ainda, colocar todos os quatro amortecedores novos.
Amortecedores recondicionados têm a mesma eficiência?
É outro “mito”. Os amortecedores recondicionados não passam pelo mesmo processo de produção que as novos. Geralmente, o amortecedor recondicionado recebe apenas uma pintura nova e a colocação de um lubrificante diferente do recomendado. “Esses produtos nada mais são que peças originais desgastadas que passam por uma espécie de reforma. No processo, são usados óleos inadequados e até peças já utilizadas, causando perda de estabilidade, trepidações, ruídos e desgaste prematuro dos pneus”, alerta Juliano Caretta, supervisor de Treinamento Técnico da Monroe.
Por Daniel Dias/AutoMotrix – Fotos: Divulgação
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