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A Scania apresentou a expansão de sua linha de caminhões movidos a gás ou biometano com o lançamento de duas novas potências (420 e 460 cavalos) e a chegada da opção na tração 6×4. No XGas G460, a autonomia chega a 650 quilômetros, com dois cilindros adicionais colocados junto à traseira da cabine do caminhão. Produzido na fábrica da Scania em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, o XGas já está à venda, com primeiras entregas previstas a partir do segundo semestre deste ano. Segundo a marca sueca, o preço do modelo depende de vários fatores, podendo ultrapassar R$ 1 milhão. O primeiro negócio, de 20 unidades do G460 6×2, foi feito à Logás S/A, de Minas Gerais, uma distribuidora de gás que atende a mais de 40 industrias onde não há o gasoduto vindo da Bolívia. Os novos modelos poderão ser configurados nas trações 4×2, 6×2 e na estreante 6×4, que cria a possibilidade de se transferir cargas com capacidade para 30 pallets e levar carretas com quatro eixos.  “O XGas G460 6×4 representa a entrada definitiva da marca na atuação no Agro com produtos a gás. Trata-se de um marco para a Scania e para o mercado”, comemora André Gentil, gerente de Vendas de Soluções a Frotistas da Scania Operações Comerciais Brasil.

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Em 2018, a Scania lançou a pioneira linha de caminhões movidos a gás natural (GNV), liquefeito (GNL) e biometano (100% sustentável), com início de vendas em 2019. “De lá pra cá, estamos liderando a transição para um sistema de transporte mais sustentável. A Scania ajudou a criar e desbravar um mercado que não existia e fez parcerias com produtores, distribuidores e companhias públicas de gás. Atualmente, temos os chamados corredores azuis, a cobertura de gás por praticamente todo o litoral brasileiro, com a rede de postos se expandindo para o interior do país e o Centro-Oeste. Todo o Litoral, do Rio Grande do Sul ao Nordeste, já está contemplado”, explica Gentil. O XGas G460 tem cabine alta Highline e é equipado com motor de 13,0 litros, que desenvolve 460 cavalos de potência e 2.300 Nm (230,5 kgfm) de torque de mil a 1.300 rotações por minuto. Tanto o XGas G460 quanto os já disponíveis de 280 e 340 cavalos têm caixa automática Opticruise G25CM, a mesma utilizada no Scania Super, com trocas mais rápidas, escalonamento otimizado, menor atrito interno pela melhor lubrificação em spray e diminuição no arraste de óleo lubrificante. A transmissão G25CM é 75 quilos mais leve e compacta do que a caixa anterior GRS905, garantindo melhor dirigibilidade e eficiência.

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Com sensores de nível e temperatura do óleo, a G25 propicia maior controle da operação e previsibilidade em relação aos componentes. A Opticruise – primeira caixa automatizada lançada no Brasil, em 2001 – foi totalmente redesenhada e ganhou um novo escalonamento de trocas, para manter as rotações do motor no ponto nas condições de trabalho. Conforme a Scania, isso elevou em 2% a economia de combustível. A inteligência artificial e o mapeamento de terreno permitem à Opticruise uma experiência mais prazerosa na direção e segurança, independentemente do peso, da rota e da topografia do terreno. O freio-auxiliar hidráulico Scania Retarder pode ser integrado à G25 e oferece 4.700 Nm de torque de frenagem e potência de 500 kW (680 cavalos).

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O segredo na autonomia esticada do XGas G460 está nos dois cilindros extras, que, igualmente com os outros oito “comuns” do modelo, é produzido especialmente para a Scania sem as “costuras” de solda nas extremidades. Ou seja, eles são uma peça única. “É o que estamos chamando de ‘conceito mochilão’, pois eles estão colocados nas costas da cabine. A autonomia estendida para 650 quilômetros permitirá a entrada do caminhão no Agro, com carretas de quatro eixos e em bitrem de sete eixos, no transporte de cana-de-açúcar, soja e milho. Já a versão 6×4, com mais potência e torque, poderá tracionar composições de nove eixos para rodotrens. As soluções a gás e biometano têm grande potencial na cadeia sucro-alcooleira e do agronegócio”, destaca Marcelo Gallao, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Scania Operações Comerciais Brasil.

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A gama da Scania disponível para os modelos a gás passa a contar com quatro modelos. O P 280 cavalos pode ser configurado nas versões 4×2, 6×2 e 6×4, no chassi rígido ou na plataforma e tem a autonomia de 400 a 500 quilômetros. O modelo de 340 cavalos pode ser configurado na cabine P ou na G com tração 4×2. O torque é de 160 kgfm de 1.100 a 1.400 rpm. Já o GH 420 cavalos tem cabine alta Highline e pode ter as trações 4×2, 6×2 e 6×4, com torque de 210 kgfm de mil a 1.350 rpm. O uso do gás natural resulta em uma redução significativa de poluentes na atmosfera. Abastecido de biometano, a diminuição de emissões de CO2 pode chegar a 90%. Os benefícios também estão ligados diretamente à saúde da população em razão da diminuição de óxidos de nitrogênio (NOx) e de material particulado, muito inferiores na comparação ao diesel. Os caminhões pesados da Scania movidos a gás são indicados para médias e longas distâncias. Seus motores de Ciclo Otto (o mesmo conceito usado nos automóveis) são movidos 100% a gás natural e/ou biometano ou mistura de ambos.

Primeiras impressões

Pesado cordial

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São Bernardo do Campo/SP – O teste no campo de provas da Scania foi feito apenas com o cavalo-mecânico, sem a presença da carreta atrás, o que nem seria possível devido a algumas curvas mais fechadas da pista. Mas lá estava o conjunto de cilindros de gás, com os dois grandes extras e responsáveis por estender a autonomia para 650 quilômetros, bem amarrados com cintas metálicas pretas na parte de trás da cabine, no conceito que a Scania chama simpaticamente de “mochilão”. 

A escada de dois degraus para entrada do motorista oferece um acesso surpreendentemente fácil. Um curioso retrovisor preto instalado na frente do para-brisa e voltado para baixo dá ao motorista a visão que fica escondida pelo painel do caminhão, muito importante para a checagem de veículos menores, animais ou pessoas nas manobras em baixa velocidade. O banco dotado de amortecimento pneumático, que acompanha o próprio movimento da suspensão do caminhão nos desníveis e buracos, favorece a comodidade e o conforto. O motorista tem tudo à mão, com o painel principal envolvendo toda a parte de trás do volante, com nada fugindo à visão do condutor. Os comandos do câmbio ficam à direita, na parte de cima do painel, com uma alavanca pequena de fácil manuseio. Sem a carreta para puxar, o XGas responde com precisão às manobras de zigue-zague, muito ajudado pela eficiente direção hidráulica. O caminhão é muito fácil de ser dirigido, dócil nas manobras de estacionamento e não chega a assustar a quem não está habituado a um veículo deste porte.

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O XGas G460 tem um motor de 13,0 litros com 460 cavalos de potência e 230,5 kgfm de torque, associado à caixa de transmissão automática de 12 marchas. Se toda a potência não pode ser verificada no rápido teste, deu para sentir o vigoroso torque em breves aceleradas mais consistentes. O caminhão a gás da Scania é bem mais silencioso em comparação à versão a diesel. A cabine do XGas tem exatamente o mesmo espaço da estrela da companhia, o R450 a diesel, tendo 3,53 metros de altura externa (levemente maior do que na variante “comum”), 2,03 metros de altura no interior, do assoalho ao teto, e 1,69 metro do assento do banco do motorista ao teto. Atrás dos bancos, o caminhoneiro tem um amplo espaço que serve de momentos de relaxamento e de dormitório.

Por: Daniel Dias/AutoMotrix – Fotos: Divulgação

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