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A Fiat esperou muito tempo para lançar seu primeiro utilitário esportivo produzido no Brasil – o Pulse só veio em 2021. Por outro lado, a fabricante italiana, comandante da Stellantis e líder de mercado no país, foi bem rápida para colocar a assinatura “Abarth” em seu primeiro SUV, pouco mais de um ano após a estreia do modelo. Com preço de quase R$ 150 mil – mais precisamente, R$ 149.990 –, a versão esportiva ocupa uma faixa bastante acima de sua variante de entrada, a Drive, com motor 1.3 aspirado e câmbio manual, que sai por R$ 102.990. A configuração com preço mais próximo ao da versão Abarth é a Impetus, com o propulsor 1.0 tricilíndrico turbo T200 e transmissão automática, a R$ 133.990. Na soma de todas as configurações, o SUV compacto da Fiat ocupa a décima sétima posição entre os carros de passeio este ano, com 29.180 unidades vendidas e uma média mensal de mais de 3,6 mil emplacamentos. Obviamente, o Pulse Abarth não é o “puxador” de vendas da família. No entanto, a versão com a marca do escorpião é a que mais impressiona. Ao contrário do que se possa imaginar, o símbolo da Abarth não evoca a agressividade do aracnídeo peçonhento – é que seu fundador, o austríaco Carlo Abarth, nasceu no dia 15 de novembro de 1908, sob o signo de escorpião.

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Todos os Pulse, inclusive o Abarth, são produzidos em Betim (MG). Com 4,11 metros de comprimento, 1,77 metro de largura, 1,54 metro de altura, 2,53 metros de distância de entre-eixos, porta-malas de 370 litros e 1.187 quilos de peso, o Pulse Abarth tem como principal credencial o propulsor turbo T270 da Stellantis, de até 185 cavalos e 27,5 kgfm de torque, acoplado ao câmbio automático de 6 marchas com opção de trocas sequências em “paddles shifters” localizados atrás do volante. O visual muito bem bolado e de personalidade própria é outro ponto forte. Detalhes em vermelho dominam em faixas laterais, nos retrovisores, no centro das rodas – acompanhados do indefectível logo da Abarth – e no para-choque da frente. As marcas do escorpião estão ainda nas laterais, na frente e atrás do carro, enquanto a bandeirinha estilizada da Itália aparece com menos destaque ao lado esquerdo da grade, como em todos os modelos atuais na Fiat. Na traseira, desponta a antena tipo barbatana de tubarão, na mesma cor preta do teto do exemplar avaliado e carroceria em Branco Banchisa. Aliás, o Pulse Abarth pode vir ainda em biton com Vermelho Montecarlo e Cinza Strato, com o mesmo teto em Preto Vulcano. O carro só não tem duas cores, evidentemente, quando vem pintado todo em Preto Vulcano – entretanto, mesmo nesse caso, os detalhes vermelhos estão lá. A parte de trás tem ainda o escapamento duplo cromado localizado na parte esquerda, abaixo do para-choque.

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Na cabine, o Pulse Abarth tem ambiente todo escurecido, com bancos em couro preto com costuras vermelhas e logo “Abarth” bordado nos seus encostos. Esse mesmo acabamento está no apoio de braço no centro e no volante esportivo com a base discretamente achatada, contendo as borboletas de trocas sequenciais e o botão do modo “Poison”, que libera o Pulse Abarth para o desempenho puro. O painel tem uma textura um pouco mais clara, com friso vermelho separando a central multimídia das saídas de ar e do controle do próprio ar-condicionado. O logotipo da Abarth fica colocado no lado do passageiro. A tela da central multimídia Uconnect, bem destacada no centro do painel, tem 10,1 polegadas, espelhamento para Android Auto e Apple CarPlay – os dois sem fio –, câmera de ré e outras funcionalidades, como os serviços remotos.

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O ar-condicionado é controlado pela multimídia, o cluster digital é configurável com três possibilidades visuais e o freio de estacionamento é eletrônico. O painel de controle central, atrás da direção, é digital com 7 polegadas, incluindo pressão do turbo e medidor de força G, enquanto a turma de trás conta com saídas de ar e entradas USB. De volta à dianteira, em cima, o espelho é eletrocrômico e, junto a ele, estão os controles de concierge e o SOS da Fiat. Nos equipamentos de série, o SUV apimentado da Fiat tem frenagem autônoma de emergência, controle de estabilidade e tração, comutação automática do farol alto, partida remota, faróis e lanternas full-leds, alerta de saída de faixa, freio de estacionamento eletrônico com Auto Hold, partida por botão e chave presencial, faróis e limpador de para-brisa automáticos e rodas esportivas de 17 polegadas pretas. O Pulse Abarth não tem opcionais, mas há uma linha de acessórios da Mopar para personalizar e enfeitar mais o carro.

Experiência a bordo

Convivência amistosa

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A cabine do Pulse Abarth segue a proposta da parte externa, transpirando esportividade. É um interior a um só tempo acolhedor e meio intimidador, pois é todo escurecido. O motorista é saudado quando aciona o motor e vem a mensagem “welcome movement Abarth”, algo como “o Abarth dá as boas-vindas”, no cluster e na central multimídia. O logo da marca esportiva italiana está espalhado por todo o interior do veículo. Embora seja um esportivo, o Pulse Abarth não tem a incômoda posição de dirigir rebaixada. A suspensão foi um pouco alterada para as características de um modelo com a assinatura da divisão esportiva da Fiat, porém, o Abarth manteve a maioria das particularidades dos Pulse “comuns”. A posição de dirigir alta é uma delas.

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O motorista tem várias informações a respeito das funções do carro e do mundo externo. Do cluster totalmente digital de 7 polegadas, vem dados sobre a pressão do turbo, a força G em tempo real e a potência do veículo. De cima, junto ao espelho interno, vem o concierge e demais ajudas da central da Fiat. E da multimídia Uconnect de 10,1 polegadas, vem um cardápio farto, com a mais recente atualização de software da Stellantis, espelhamento sem fio para Android Auto e Apple CarPlay, o Connect Me – plataforma de serviços da Fiat, com mais de 30 funcionalidades, diagnósticos, a localização pelo smartphone, o Alexa e o Google Assistant. O Pulse Abarth incorpora ainda o Auto Hold – que mantém o freio acionado após a retirada do pé do pedal em subidas, o mesmo ocorrendo se o veículo estiver em marcha à ré –, airbags frontais, laterais e de cabeça para todos os ocupantes e ar-condicionado automático e digital.

Impressões ao dirigir

Sob os efeitos da picada

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Entre as motorizações existentes no catálogo da Stellantis, o Pulse Abarth não poderia ser equipado com outra que não a turbo T270, já usada pelos Fiat Fastback e Toro e os Jeep Renegade, Compass e Commander. No Pulse Abarth, o motor é associado à precisa transmissão automática de 6 marchas, com trocas sequenciais em “paddles shifters” localizados atrás do volante e à direção com assistências elétrica progressiva – leve nas manobras e endurecida quando o carro ganha velocidades maiores. Embora tenha sido mantida a potência máxima de 185 cavalos (abastecido com etanol), o 1.3 turbinado ganhou no Pulse Abarth uma calibração específica no mapa do acelerador para priorizar o desempenho. Mas o SUV compacto com a marca do escorpião acrescentou um toque picante. E o nome dele é “Poison” (veneno), o modo de condução acionado junto à direção que libera toda a esportividade da versão.

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Quando entra em ação, o “Poison” faz o carro mudar de comportamento, com o ronco do motor mais evidente, a suspensão mais rígida, o volante mais firme e o pedal da direita mais sensível. Basta o motorista pressionar metade do curso do acelerador para o torque vir por inteiro. Nessa configuração, fica mais evidente que o Pulse Abarth tem boa estabilidade e contorna curvas rápidas “grudado” ao chão. Para ficar mais divertido, o modo “Poison” deve ser acompanhado das trocas feitas por intervenção do motorista nas borboletas no volante. De acordo com a marca italiana, o Pulse Abarth no modo “Poison” acelera da inércia aos 100 km/h em 7,6 segundos e pode chegar à máxima de 215 km/h.

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Apertar o botão “Poison” aumenta inegavelmente o prazer de dirigir – mas cobra no bolso. No computador de bordo, o consumo no teste ficou sempre maior do que o aferido pelo Inmetro para o Pulse nessas condições. Conforme o instituto, o carro tem consumo de 10 km/l abastecido com gasolina e de 6,8 km/l com etanol na cidade e de 12,3 km/l (gasolina) e de 8,8 km/l (etanol) na estrada. Porém, quem pode e se dispõe a pagar a mais para ter um Pulse com tudo o que a preparadora Abarth pode oferecer, não deveria ficar tão preocupado com coisas mundanas, como o preço dos combustíveis. Longe de ser uma compra racional, o Pulse Abarth é um “brinquedo” recomendável para quem gosta de “baixar a bota” e ser feliz!

Ficha técnica

Fiat Pulse Abarth

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Motor: transversal dianteiro, quatro cilindros, diâmetro x curso 70 x 86,5 milímetros, 1.332 cm³
Potência: 180 cavalos (gasolina) / 185 cavalos (etanol) a 5.750 rpm
Torque: 27,5 kgfm a 1.750 rpm
Injeção: eletrônica Vitesco, multiponto, direta
Combustível: gasolina e etanol
Transmissão: automática de 6 marchas, com “paddles shiffters” na direção
Tração: dianteira
Direção: assistência elétrica progressiva
Sistema de freios: comando hidráulico, ABS e ESC de série, dianteiro a disco ventilado com pinça flutuante, traseiro a tambor com regulagem automática e refrigeração
Suspensão: dianteira tipo MacPherson com rodas independentes, traseira tipo eixo de torção com rodas semi-independentes
Rodas e pneus: liga leve de 17 polegadas, 215/50 R17
Peso em ordem de marcha: 1.281 quilos
Porta-malas: 370 litros, 1.238 litros com os bancos traseiros rebatidos
Dimensões: comprimento de 4,11 metros, largura de 1,77 metro, altura de 1,54 metro, entre-eixos de 2,53 metros
Altura em relação ao solo: 18,8 centímetros
Tanque de combustível: 47 litros
Preço inicial: a partir de R$ 149.990

Por Daniel Dias/AutoMotrix – Fotos: Gabriel Dias

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