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Quatro anos depois de ser apresentada na China – com o nome de Sylphy –, a oitava geração do Sentra foi lançada no Brasil em março deste ano. O sedã mexicano, que estreou mundialmente em 1982, foi trazido para o mercado brasileiro em 2008, mas já estava há quase três anos ausente do catálogo local da Nissan. Para voltar a se posicionar na briga brasileira dos sedãs médios, o Sentra 2023 mudou por completo. Agora, ostenta um visual inspirado nos sedãs maiores da marca – como o Altima e o Maxima –, e ganhou um “powertrain” renovado. Nos quatro meses em que está disponível no mercado brasileiro, vendeu 1.953 unidades, com média de 488 emplacamentos mensais. Ainda bem distante das 3.308 comercializações por mês do Toyota Corolla, que lidera entre os sedãs médios. Mas o suficiente para garantir, por larga margem, o segundo lugar no segmento – que já teve dias mais gloriosos no Brasil, porém, anda meio ofuscado pela atual hegemonia dos utilitários esportivos. No ano, o Sentra superou as vendagens conjuntas dos cinco concorrentes mais próximo – o Volkswagen Jetta, o Chevrolet Cruze, o Caoa Chery Arrizo 6, o Audi A3 Sedan e o Honda Civic.

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Com uma linha de cintura elevada e um teto baixo com estilo “flutuante”, o Sentra traz uma frente musculosa, com a larga grade V-Motion ladeada pelo conjunto óptico de leds. Na traseira, com caimento gradual que remete aos cupês, as lanternas têm formato de bumerangue. Teto solar, faróis de neblina e rodas de liga leve de 17 polegadas diamantadas ressaltam a esportividade e o requinte. No mercado norte-americano, a linha 2024 do Sentra chegará às concessionárias em agosto com um ligeiro “facelift”, incluindo grade, faróis e rodas discretamente redesenhados – mudanças que talvez cheguem aos modelos exportados para o Brasil ainda este ano. Por dentro, o novo Sentra tem um aspecto sofisticado. O volante tem base achatada e ajustes de altura e profundidade, além de agregar as aletas para troca de marchas manuais e o acionamento do piloto automático inteligente.

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Nas duas versões vendidas no Brasil – Advance e Exclusive –, o motor é um 2.0 aspirado a gasolina, da terceira geração da família MR20DD, com 151 cavalos de potência a 6 mil rotações por minuto e 20 kgfm de torque a 4 mil giros. Trabalha associado à transmissão CVT XTronic com 8 marchas simuladas, com opção de trocas ao comando do motorista por meio de “paddles shifters” localizados atrás do volante e função D-Step, que aumenta o torque. A Nissan aplicou ainda o ciclo Atkinson para permitir que os tempos de admissão, compressão, expansão e exaustão do motor ocorram em uma única volta do virabrequim. De acordo com a marca, o arranjo ajuda a priorizar a eficiência térmica e o consumo de combustível. São quatro programas de modo de condução: o “Normal” – para melhor equilíbrio entre aceleração e dirigibilidade em qualquer condição –, o “Sport” – para manter a marcha mais baixa com rotações mais altas –, o “Manual” – para controle do motorista da velocidade e da aceleração por seleção de marcha pelas “borboletas” atrás do volante – e o “Eco” – ajusta a entrega de energia e a resposta do acelerador para o consumo ser reduzido de 5% a 10%.

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A segurança é complementada por seis airbags (frontais, laterais dianteiros e do tipo cortina), alerta de colisão frontal (inclui frenagem automática), monitoramento da atenção do motorista e controles eletrônicos de tração e de estabilidade. Em sua versão “top” Exclusive, o sedã oferece equipamentos de série inéditos entre os sedã do mercado brasileiro, como visão 360 graus e detecção de objetos em movimento (AVM mais MOD), alertas de tráfego cruzado traseiro e de atenção do motorista, controle dinâmico de chassi integrado, partida remota do motor via controle de ignição e som Bose com oito alto-falantes. A configuração inicial Advance custa R$ 149.990, enquanto a Exclusive é oferecida por R$ 173.290 e a Exclusive com revestimento dos bancos em couro premium na cor areia – do modelo avaliado – sai por R$ 174.990. As opções de cores de carroceria do novo sedã médio são quatro e não alteram o preço final do carro: Branco Diamond (a do veículo testado) e Cinza Grafite – ambas com teto Preto Premium –, Prata Classic e Preto Premium.

Experiência a bordo

Sinais interiores de requinte

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Mais largo e longo em relação à geração anterior, o sedã da Nissan oferece um ambiente com amplos espaços, com “toques” que reforçam uma percepção de luxo – especialmente na versão Exclusive acrescida dos vistosos bancos em couro premium na cor areia, com elegantes costuras em forma de diamante. Todos os bancos, inclusive o traseiro, contam com o conforto da tecnologia Zero Gravity, que proporciona viagens sem cansaço. O teto solar elétrico aumenta a sensação de amplitude. O “cockpit” traz ajustes elétricos da posição de seu banco e de altura e de profundidade da direção. O volante com base achatada oferece uma boa “pegada” e o acesso às “borboletas” de mudança de marchas, enquanto o acionamento do piloto automático é fácil. Para acomodação de objetos, o novo Sentra tem fartura de espaços: seis na frente, cinco atrás e oito porta-copos (quatro na dianteira e quatro para o pessoal de trás). O mais generoso é o compartimento no console central, embaixo do apoio de braço, com 7,7 litros de capacidade. O freio de mão destoa da modernidade do habitáculo e é acionável por um anacrônico pedal à esquerda do freio. Carregamento de celular por indução faz falta e seria bem-vindo.

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Com 7 polegadas, o painel colorido de TFT facilita a visualização das informações do computador de bordo, com funções de medição de consumo médio de combustível, tempo de viagem, velocidade média, autonomia, temperatura externa, aviso de abertura das portas, quilometragem total e parcial e mensagens de alerta. A central multimídia tem tela “touchscreen” de 8 polegadas – estranhamente, falta do espelhamento sem fios. São três entradas USB para carga de aparelhos (duas na frente, uma delas do tipo C, de carga mais rápida, e uma atrás). O ar-condicionado é automático digital de duas zonas – uma saída de ar dedicada ao banco traseiro, que não é oferecida no Sentra, aumentaria a eficiência. O som premium Bose honra as boas tradições da marca norte-americana.

Impressões ao dirigir

Elegância dinâmica

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O motor 2.0 aspirado com injeção direta do Sentra se entende bastante bem com o câmbio CVT XTronic com 8 marchas simuladas. Apesar de não contar com um turbocompressor, sempre que há demanda expressa pelo pedal da direita, o sedã entrega reacelerações vigorosas. Os 151 cavalos de potência e os 20 kgfm de torque parecem estar sempre dispostos a agir, e sempre de forma silenciosa. A impressão é de que o “powertrain” eliminou o desperdício de força. O modo “Sport” pode ser acionado por um discretíssimo botão na alavanca de câmbio. Para agradar aos mais controladores, é possível utilizar os “paddles shifters” para administrar as mudanças das marchas (simuladas) do câmbio. De acordo com a Nissan, o sedã acelera de zero a 100 km/h em 9,4 segundos e pode chegar a 200 km/h. Segundo o Inmetro, o carro tem consumo urbano de 11 km/l e rodoviário de 13,9 km/l – o motor não é flex e roda somente com gasolina. 

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Por ser largo e pela correta calibração da suspensão (com o tradicional sistema MacPherson na dianteira e traseira com multilink), o sedã permite acelerar forte sem que ameace escapar nas curvas. As frenagens mantêm o equilíbrio da carroceria, com os freios a disco nas quatro rodas fazendo parar os 1.405 quilos do Sentra com eficiência. Os equipamentos e auxílio ao motorista da versão “top” se mostram igualmente efetivos: controle de estabilidade e de tração, assistente de partida em rampa, frenagem automática de emergência, alerta de saída de faixa, monitoramento de pressão de pneus, alertas de fadiga e de tráfego cruzado traseiro, câmera de ré e sensores dianteiro e traseiro de estacionamento. A isenção de imposto de importação entre Brasil e México, país onde o carro é fabricado, ajuda a tornar os preços do Sentra competitivos. Em seu retorno ao mercado brasileiro, talvez não consiga incomodar a liderança do Corolla entre os sedãs médios. Mas já ocupou o espaço no segmento que ficou vago quando a Honda deixou de produzir o Civic por aqui. O modelo da Honda agora é importado da Tailândia e vem somente na versão híbrida, com custo bem mais elevado (beira os R$ 250 mil).

Ficha técnica

Nissan Sentra Exclusive

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Motor: 2.0 a gasolina, aspirado, quatro cilindros, 16V, controle elétrico VTC (e-VTC), injeção direta, ciclo de Atkinson, EGR refrigerado e alta taxa de compressão, 1.997 cm3, sistema avançado de partida remota pelo controle de ignição

Potência: 151 cavalos a 6 mil rpm

Torque: 20 kgfm a 4 mil rpm

Transmissão: CVT XTronic com 8 marchas simuladas, opção de trocas sequenciais em “paddles shifters”, função D-Step

Direção: elétrica com assistência variável

Tração: dianteira

Carroceria: sedã médio para cinco pessoas

Suspensão: dianteira tipo MacPherson, molas helicoidais, traseira eixo de torção, molas helicoidais

Dimensões: 4,76 metros de comprimento, 1,81 metro de largura, 1,50 metro de altura, 2,77 metros de entre-eixos

Rodas e pneus: liga leve de 17 polegadas diamantadas, pneus 215/50 R17

Freios: a disco nas quatro rodas, ABS, controle eletrônico de frenagem (EBD), assistência de frenagem (AB)

Porta-malas: 466 litros

Peso: 1.405 quilos

Tanque de combustível: 47 litros

Preço: R$ 174.990 (versão Exclusive com interior premium)

Por  Luiz Humberto Monteiro Pereira/AutoMotrix – Fotos: Luiza Kreitlon

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