Luiza Kreitlon/AutoMotrix

Quando chegou ao Brasil, em março de 2022, a versão hatchback do New City foi apresentada como um “hatch compacto premium”. Nesse nicho, encara as versões mais bem equipadas dos rivais Chevrolet Onix, Volkswagen Polo, Hyundai HB20, Peugeot 208 e Toyota Yaris. Contudo, a principal tarefa do novo modelo era substituir o monovolume compacto Fit e sua versão aventureira WR-V, que deixaram de ser produzidos no Brasil no final de 2021. Para facilitar a tarefa, o New City hatch herdou dois dos atributos mais admirados pelos fãs do Fit: o amplo espaço interno e a versatilidade do Magic Seat – sistema de rebatimento dos bancos para otimizar o transporte de volumes. Com a versão hatch, a Honda pretende atingir um público que valoriza um design esportivo. Para o consumidor com perfil mais conservador, está direcionada a configuração sedã do New City. Na versão topo de gama Touring, que parte de R$ 134.600, o hatchback da Honda está disponível em oito cores – a sólida Branco Tafetá, as metálicas Azul Cósmico, Prata Platinum e Cinza Basalto e as perolizadas Branco Topázio, Preto Cristal, Cinza Grafeno e Vermelho Mercúrio (a do modelo testado).

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            Com seus 4,34 metros de comprimento, 1,75 metro de largura, 1,50 metro de altura e 2,60 metros de entre-eixos, o New City é o maior modelo da categoria de hatches compactos, e se aproxima do porte dos médios. Sob qualquer ângulo, o hatch parece ser ainda maior do que de fato é, por conta da carroceria longa, larga e baixa, ressaltada na parte frontal pelo largo friso cromado – que remete a um “sorriso metálico” – e pelos vincos da carroceria. Os faróis e lanternas da versão Touring são full-led e idênticos aos da configuração sedã, com luzes indicadoras de direção, fachos baixo e alto, DRL e auxiliares de neblina em leds. As rodas são de liga leve com aro de 16 polegadas, com acabamento frontal diamantado e pintura na cor preta. Para aumentar o campo de visão, os retrovisores externos são posicionados na porta e não na coluna frontal.

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            No interior do Honda New City hatchback Touring, todo em tons de cinza e preto, os bancos da frente têm Sistema de Estabilização Corporal, tecnologia para melhorar o suporte do corpo e reduzir a sensação de cansaço. O Magic Seat, que ajudou a criar muitos fãs do Fit e foi aproveitado no New City, oferece quatro modos de utilização e permite acomodar objetos de diferentes dimensões. O hatch traz botão de partida do motor, sistema de travamento e abertura por aproximação da chave (Smart Entry), ar-condicionado digital e automático, espelhos com rebatimento automático, central multimídia “touchscreen” de 8 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, câmera de ré com multivisão, sensores de estacionamento traseiros, bancos revestidos em couro sintético e painel digital de TFT de 7 polegadas multiconfigurável. 

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            O motor é um quatro cilindros aspirado 1.5 16V DI DOHC i-VTEC, com cabeçote, bloco e cárter em alumínio. Conta com dois comandos de válvulas no cabeçote – um para as oito válvulas de escape e outro para as oito de admissão. O sistema de injeção direta de combustível permite maior taxa de compressão e maior otimização da queima da mistura ar/combustível, para gerar mais eficiência e potência. O motor trabalha em conjunto com o câmbio CVT – com modo “Sport” e paletas no volante para acionamento manual das 7 marchas simuladas. A potência é de 126 cavalos a 6.200 rpm, tanto com etanol quanto com gasolina, enquanto o torque fica em 15,8 kgfm com etanol e em 15,5 kgfm com gasolina, sempre aos 4.600 giros. 

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            De série, o New City hatch traz itens de segurança como assistente de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, sistema de luzes de emergência, seis airbags (frontais, laterais e do tipo cortina), estrutura de deformação progressiva ACE, sistema Isofix para fixação de assentos infantis, alerta de baixa pressão dos pneus e câmera de ré com multivisão. Apenas na versão Touring – tanto no hatch quanto no sedã – o New City incorpora o pacote de assistência à condução Sensing. Ele reúne cinco funções: ACC (controle de cruzeiro adaptativo, que auxilia o motorista a manter uma distância segura em relação ao veículo detectado a sua frente), CMBS (sistema de frenagem para mitigação de colisão – aciona automaticamente o freio ao encontrar uma possível colisão frontal), LKAS (observa as faixas de rodagem e ajusta a direção com o objetivo de auxiliar o motorista a manter o veículo centralizado nas linhas de marcação), RDM (detecta a saída da pista e ajusta a direção com o objetivo de evitar acidentes) e AHB (comutação noturna automática dos fachos baixo e alto dos faróis de acordo com a situação). Em relação à versão EXL, que leva o mesmo “powertrain” e custa R$ 8.700 a menos, além do pacote Sensing, a Touring acrescenta apenas a partida remota. Curiosamente, não existe qualquer identificação externa da versão – sequer a habitual plaquinha com o nome da variante na tampa do porta-malas.

Experiência a bordo

Acabamento refinado

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            A qualidade dos materiais e do acabamento do Honda New City hatchback Touring apresenta um nível superior em relação aos hatches compactos concorrentes, com muitas superfícies em material macio. O painel de estilo esportivo oferece boa visualização das informações e os bancos em couro sintético apoiam o corpo com eficiência. A distância de entre-eixos de 2,60 metros favorece o espaço a bordo. Atrás, dois adultos viajam com conforto, com amplos espaços para as pernas – um terceiro fica um pouco incomodado pelo ressalto na parte central do assento. Como a coluna de direção tem regulagem de altura e profundidade, é fácil de se encontrar uma posição confortável para dirigir. O volante multifuncional permite operar o multimídia e os sistemas semi-autônomos da versão “top” do hatch. 

            O Magic Seat, o sistema de modularidade apresentado originalmente no Fit, é um destaque interno do New City. Com seus quatro modos de utilização (“Utility”, “Long”, “Tall” e “Refresh”), possibilita acomodar objetos de dimensões normalmente impraticáveis em compactos. No modo “Utility”, o espaço chega a 1.168 litros de volume, superando os 1.045 litros disponíveis no Fit. Em contraste com o aspecto geral de modernidade, uma anacrônica alavanca de freio de estacionamento ocupa a área entre os bancos frontais – o New City não oferece freio eletrônico de estacionamento. Um carregador de celular por indução também seria bem-vindo em um hatch nessa faixa de preços. E a capacidade do porta-malas é de apenas 268 litros – não satisfaz às “viúvas” do Fit, que disponibilizava 363 litros.

Impressões ao dirigir

Um aspirado com inspiração

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            A injeção direta de combustível é um detalhe que faz muita diferença no motor 1.5 aspirado do New City. Ela possibilita maior taxa de compressão e maior otimização da queima da mistura ar/combustível, o que resulta em aumento da eficiência. Também aperfeiçoado pela injeção direta, boa parte do torque máximo de 15,8 kgfm já está disponível a partir de 2 mil rpm. A potência é de 126 cavalos a 6.200 rpm, tanto com etanol quanto com gasolina – nada mal para um hatch compacto.

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            Em circunstâncias normais de utilização, o New City entrega um rodar macio e um jeito comportado – especialmente no modo “Econ”, que suaviza as respostas do acelerador e câmbio para priorizar a redução do consumo. Por outro lado, a adoção do modo “Sport” e o uso eficiente dos “paddles shifters” para acionamento manual das 7 marchas simuladas no volante tornam o desempenho bem mais instigante. A segurança é reforçada pelas tecnologias do sistema Sensing – que chegam a frear o carro automaticamente para evitar acidentes. Também bastante efetivo é o assistente para redução de ponto cego LaneWatch, que coloca na tela do multimídia imagens de uma câmera no espelho do lado do passageiro, quando a seta para a direita é acionada. 

            No câmbio CVT do New City, o Step-Shift funciona como um “kick-down” – a central de gerenciamento eletrônica do CVT coordena as trocas nos pontos fixos das marchas, antecipando a sensação da mudança. Já o EDDB (Early Down-shift During Braking) auxilia em situações de descida. Ao notar que o motorista está pisando no freio para conter o ganho de velocidade por conta da inclinação, o CVT assume uma relação mais adequada, com maior aplicação de freio-motor. A ação é automática e amplia a segurança sem afetar o consumo – outro aspecto no qual o hatch da Honda impressiona. De acordo com o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), o New City hatchback Touring tem consumo na cidade de 9,1/13,3 km/l (etanol/gasolina) e, na estrada, de 10,5/14,8 km/l, respectivamente. Índices que renderam uma classificação A no PBE. 

Ficha Técnica

Honda New City hatchback Touring

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Motor: 1.5L DOHC VTEC aspirado flex em alumínio com injeção direta de combustível

Potência: 126 cavalos / 6.200 rpm (gasolina ou etanol)

Torque: 15,8 kgfm a 4.600 rpm (etanol) e 15,5 kgfm a 4.600 rpm (gasolina)

Transmissão: automática do tipo CVT com “paddles shifters” no volante e 7 marchas simuladas

Tração: dianteira

Suspensão: dianteira com MacPherson e traseira com barra de torção

Rodas e pneus: liga leve aro 16” e 185/55R16

Dimensões: 4,34 metros de comprimento, 1,74 metro de largura, 1,49 metro de altura e 2,60 metros de entre-eixos

Peso em ordem de marcha: 1.180 quilos

Volume do porta-malas: 268 litros

Tanque de combustível: 39,5 litros

Preço: a partir de R$ 134.600

Por  Luiz Humberto Monteiro Pereira/AutoMotrix – Fotos: Luiza Kreitlon

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