Após ter sido retirado do portfólio da Honda do Brasil em janeiro deste ano, o HR-V volta a ser produzido em Itirapina (SP). A terceira geração do utilitário esportivo compacto chegará às concessionárias em agosto nas versões EX Sensing e EXL Sensing, com motor 1.5 aspirado bicombustível de até 126 cavalos de potência e 15,8 kgfm de torque, associado à transmissão tipo CVT com 7 marchas simuladas. Em outubro, começam as vendas das configurações Advance e Touring, com a versão turbinada do mesmo motor, que não teve a potência e o torque revelados. A Honda também não divulgou o preço de nenhuma versão. Quanto à oferta de cores, não há mistério. O novo HR-V terá um paleta comum a todas as versões: a sólida Branco Tafetá, as metálicas Cinza Basalto (inédita no catálogo da Honda), Azul Cósmico e Prata Platinum e as perolizadas Branco Topázio, Cinza Grafeno, Preto Cristal e Vermelho Mercúrio.
A volta do HR-V representa um alento para as concessionárias da marca japonesa. Atualmente, seu portfólio no mercado brasileiro oferece apenas o City, em suas versões hatch e sedã. A oferta minimalista nas vitrines ocorre desde o anúncio do fim da produção do Fit, do WR-V e do Civic – que deve retornar ainda este ano, importado do Canadá – e da interrupção da fabricação do próprio HR-V, todas anunciadas no início do ano. Os reflexos das decisões da Honda se refletiram, naturalmente, no mercado. Dos 4,05% de “market share” que a marca tinha em janeiro entre carros de passeio e comerciais leves (a marca não atua neste último segmento), a participação caiu para 2,44% em junho. Assim, a rede da Honda torce muito para que o novo HR-V repita o sucesso obtido quando foi lançado no Brasil, em 2015. Durante três anos, o modelo esteve entre os líderes do segmento de utilitários esportivos compactos. No entanto, o reinado do SUV da Honda na categoria começou a acabar na virada para 2019. Em janeiro deste ano, último mês cheio de vendas antes que a fabricação nacional fosse interrompida, o HR-V apareceu em um opaco sexto lugar, superado por Jeep Renegade, Hyundai Creta, Volkswagen T-Cross, Chevrolet Tracker e Citroën C4 Cactus.
A partir do slogan “Amp up Your Life” (amplifique sua vida), os engenheiros da Honda estabeleceram um tripé de conceitos básicos para o desenvolvimento do novo HR-V: prazer, estilo e confiabilidade. Conforme a fabricante, já a partir das versões EX e EXL Sensing, existe um pacote completo de equipamentos de segurança e assistência ao condutor. Todas as variantes têm piloto automático adaptativo, frenagem automática de emergência, assistente de permanência em faixa, mitigação de evasão de pista e ajuste automático dos faróis. Outra novidade da linha é a introdução do myHonda Connect, inédita plataforma de conectividade da Honda, disponível nas configurações Advance e Touring.
O novo HR-V preserva o porte de seu antecessor, mas muda o estilo. A linha de ombros elevada da carroceria une a parte frontal à traseira, de curvatura acentuada. A parte da frente é um fator de diferenciação entre as versões. Na Advance e na Touring, a grade é composta por múltiplos elementos que parecem flutuar, ressaltando um caráter mais esportivo e robusto. Já nas EX e EXL Sensing, a peça tem filetes horizontais. Outro elemento de diferenciação está nos faróis full-LED (de série em todas as versões). Na Touring, têm acabamento cromado na moldura interna do bloco da luz alta. Nas outras três configurações, a moldura é preta. Na traseira, todas as versões têm lanternas fumê com leds nas luzes de posição e freio, unidas por uma barra horizontal de led que também cumpre a função de luz de posição e, exclusivamente na Touring, tem acabamento cinza-escuro. Abaixo, estão a maçaneta da tampa do porta-malas, as luzes de placa e a câmera de ré. A tampa traseira tem abertura alta, com linha inferior baixa para facilitar a colocação e retirada de objetos no compartimento de bagagem.
Três tipos de rodas diferentes (sempre em alumínio e aro 17) equipam o novo HR-V, com as “tops” tendo modelos exclusivos. Outro detalhe do projeto da nova geração do SUV é a baixa altura do capô. O deslocamento dos retrovisores externos para as portas – antes, eram afixados junto à base das colunas “A” (as da frente) – também contribui para a melhora da visibilidade do motorista. O projeto do interior replica o conceito aplicado ao design externo. Para ampliar a visibilidade, a posição de dirigir foi elevada em um centímetro em relação à geração anterior. Todas as configurações têm ainda seis airbags (frontais, laterais e do tipo cortina), assistente de estabilidade e tração, LaneWatch (para redução de ponto cego via câmera no espelho do lado do passageiro), auxílio de partida e descida em rampa, sistema de acionamento de luzes de emergência em frenagens severas, sistema Isofix para fixação de assentos infantis, alerta de baixa pressão dos pneus, câmera de ré multivisão e sensores de estacionamento.
O Honda Sensing também é de série em todas as versões. Trata-se de um pacote de tecnologias de segurança e assistência ao motorista com base em imagens captadas por uma câmera de longo alcance e de visão grande angular (cerca de cem graus) e de um microprocessador de imagem de alta capacidade. O Honda Sensing oferece o controle de cruzeiro adaptativo (ACC) – auxilia o motorista a manter uma distância segura em relação ao veículo à frente, incorporando o Low Speed Follow para a manutenção da distância de outro carro mesmo em baixas velocidades –, o sistema de frenagem para mitigação de colisão – aciona o freio ao detectar uma possível batida frontal –, a assistência de permanência em faixa, o sistema para mitigação de evasão de pista e o ajuste automático de farol.
Busca da harmonia interior
A Honda garante que o espaço longitudinal para as pernas dos ocupantes do banco traseiro do HR-V cresceu 3,5 centímetros, mesmo ganho no espaço para os pés. Adicionalmente, o encosto ganhou dois graus adicionais de reclinação. O Magic Seat, sistema de modularidade dos bancos apresentado originalmente no Fit e que aparece no atualmente no City, está presente no novo HR-V com os habituais três modos de utilização (Utility, Long e Tall), permitindo a acomodação de objetos com vários volumes e dimensões.
O painel de instrumentos e a tela da central multimídia “touchscreen” de 8 polegadas foram posicionados no novo HR-V de maneira a exigir um mínimo desvio do olhar, para permitir ao motorista concentrar seu foco na via. Assim, todas as informações relativas ao funcionamento do veículo, navegação e demais sistemas tiveram sua visualização aprimorada. O posicionamento da alavanca do câmbio e demais controles relativos à condução também foram pensados para evitar que o motorista altere sua postura ao volante ou tenha de “procurar” qualquer dispositivo.
O aplicativo myHonda Connect pretende “linkar” o motorista ao HR-V via aplicativo no smartphone. Os serviços têm funções como consultar status do veículo, acionar controles remotos (dar partida no motor e ligar o ar-condicionado para climatização da cabine à distância), encontrar o carro com suporte de mapa, receber alertas e fazer agendamentos de revisões. A tecnologia estará disponível nas versões Advance e Touring.
Ficha técnica
Honda HR-V Touring
Motor: 1.5 DI VTEC Turbo Flex
Potência: será divulgada em outubro
Torque: será divulgado em outubro
Transmissão: automática do tipo CVT com “paddles shifts”
Direção: assistência elétrica progressiva
Tração: dianteira
Suspensão: dianteira tipo MacPherson, traseira barra de torção
Rodas: liga leve de 17 polegadas, com design exclusivo na versão
Pneus: 215/60R17
Dimensões: 4,38 metros de comprimento, 1,79 metro de largura, 1,59 metro de altura, 2,61 metros de entre-eixos
Peso em ordem de marcha: 1.422 quilos
Porta-malas: 354 litros
Tanque de combustível: 50 litros
Ângulo de ataque: 16 graus
Ângulo de saída: 20,3 graus
Altura em relação ao solo: 18,1 centímetros
Por Daniel Dias/AutoMotrix – Fotos: Divulgação
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