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Enquanto muitas empresas do setor automotivo investem nos motores elétricos, outras já pensam na etapa seguinte e desenvolvem as tecnologias que, um dia, tomarão o lugar dos veículos abastecidos em tomadas. Dentre essas tecnologias estão as células de combustível, que funcionam por meio da combinação de hidrogênio e oxigênio, gerando uma reação química e produzindo a eletricidade para mover o motor. Nesse processo, as células de combustível também produzem calor, que pode ser usado para o aquecimento da cabine. A única emissão é o de vapor d’água. Em princípio, uma célula de combustível funciona de forma muito semelhante a uma bateria. Mas ao invés de ser carregada por meio de uma fonte externa, tem a capacidade de gerar sua própria eletricidade a partir do hidrogênio. Diferentemente dos veículos carregáveis em tomadas elétricas, os veículos com trens de força elétricos abastecidos células de combustível têm disponibilidade, autonomia e modo de abastecimento semelhantes aos movidos por motores a combustão. Dentro das metas europeias e norte-americanas de descarbonizar o transporte, a Volvo Trucks já oferece na Europa e nos Estados Unidos caminhões elétricos a bateria. E, até o fim desta década, a marca sueca terá em suas linhas caminhões elétricos a célula de combustível movidos a hidrogênio. Com a tecnologia que permite gerar eletricidade a bordo, os veículos podem alcançar até mil quilômetros de autonomia com um tanque cheio de hidrogênio. 

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Estamos desenvolvendo essa tecnologia há anos e é muito bom ver os primeiros veículos chegando com sucesso à pista de testes. A combinação de caminhões elétricos a bateria e com os movidos a célula de combustível permitirá que nossos clientes eliminem completamente as emissões de CO2 de seus caminhões, independentemente do tipo de operação de transporte”, diz Roger Alm, presidente da Volvo Trucks. Os veículos elétricos movidos a célula de combustível da Volvo terão um tempo de reabastecimento inferior a 15 minutos. As duas células de combustível têm a capacidade de gerar 300 kW de eletricidade a bordo e serão fornecidas pela Cellcentric – joint venture entre o Grupo Volvo e a Daimler Truck AG. A Cellcentric construirá uma das maiores instalações da Europa para produção em série de células de combustível, especialmente desenvolvidas para veículos pesados. Os testes com clientes em operações reais se iniciarão em alguns anos e a comercialização na Europa está prevista ainda para esta década. “Caminhões elétricos movidos a hidrogênio são adequados para longas distâncias e aplicações pesadas e com alta demanda de energia. Eles também podem ser uma opção em países em que as possibilidades de recarga de bateria são ainda limitadas”, reforça Alm.

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            A tecnologia de células de combustível ainda está em fase inicial de desenvolvimento e há muitos benefícios, no entanto, tem desafios à frente. Um deles é a produção do chamado “hidrogênio verde”, que é produzido usando fontes de energia renováveis, como eólica, hidroelétrica e solar. Com a elevação da demanda, obter fornecimento de “hidrogênio verde” em larga escala será uma necessidade. Outro é a infraestrutura de reabastecimento de hidrogênio para veículos pesados, que ainda precisa ser desenvolvida. “Esperamos que o fornecimento de ‘hidrogênio verde’ aumente significativamente durante os próximos anos, já que muitas indústrias dependerão dele para reduzir o CO2. Porém, não podemos esperar mais para descarbonizar o transporte. Então, minha sugestão para todas as empresas que atuam no segmento é começar a jornada com os caminhões elétricos já disponíveis. Em alguns anos, os veículos a células de combustível serão então um complemento importante para rotas mais longas e transportes mais pesados”, finaliza Alm.

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            Além do modelo rodoviário da Volvo Trucks, a divisão do grupo sueco que fabrica e comercializa equipamentos para construção, a Volvo Construction Equipment, já começou a testar na Suécia um protótipo de um caminhão articulado com células de combustível, que recebeu a denominação HX04. Os resultados fornecerão informações sobre as possibilidades oferecidas por essa tecnologia. O HX04 é resultado de um projeto de pesquisa feito desde 2018 eo desenvolvimento e construção do protótipo foi feito, em grande parte, na unidade da Volvo em Braås, na Suécia. Nessa mesma fábrica, nasceu, em 1966, o Gravel Charlie, primeiro caminhão articulado do mundo. Por isso, o HX04 recebeu o apelido de “Charlie Elétrico”. Os engenheiros no Centro de Tecnologia de Eskilstuna, também na Suécia, contribuíram com o software e conhecimento de seu laboratório de testes de células de combustível. Embora ainda não disponível comercialmente, esse veículo-conceito trará informações para a produção no futuro. O processo de abastecimento do HX04 com 12 quilos de hidrogênio leva cerca de 7,5 minutos, permitindo que o equipamento opere por aproximadamente quatro horas.

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Por Luiz Humberto Monteiro Pereira/AutoMotrix – Fotos: Divulgação

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