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Tornar a Europa o primeiro continente com impacto neutro no clima até 2050 é a meta do “Green Deal”, pacto ecológico apresentado no final de 2019. Baseado em pilares como criação de fontes de energia alternativas mais limpas e eliminação da poluição, o acordo prevê o desenvolvimento conjunto de soluções de transporte sustentável que ajude a criar uma Europa totalmente livre de emissões de carbono no prazo de três décadas. Essa meta levou as duas companhias líderes da indústria de veículos comerciais – o Grupo Daimler e o Grupo Volvo – a assinarem um acordo preliminar para a criação de uma nova joint venture. A proposta é desenvolver, produzir e comercializar sistemas de células de combustível (FCEV) para veículos pesados e outras aplicações. A Daimler consolidará todas as suas atividades atuais dessa tecnologia na joint venture. E a Volvo adquirirá 50% desse novo empreendimento por aproximadamente 600 milhões de euros à vista e livre de dívidas.

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            Além de zero emissões de dióxido de carbono, os sistemas de células de combustível convertem a energia química do hidrogênio e oxigênio (do ar) em eletricidade para alimentar os motores elétricos que movem o veículo, permitindo percorrer grandes distâncias e emitir apenas vapor de água. Segundo os pontos de vista dos grupos alemão e sueco, o sucesso comercial da tecnologia de células de combustível é essencial para o transporte livre de emissões de CO2. “Para que os caminhões possam trabalhar com cargas pesadas em longas distâncias, as células de combustível são uma resposta importante e uma tecnologia na qual a Daimler já adquiriu know-how substancial nas últimas duas décadas, por meio da unidade Mercedes-Benz de células de combustível. Essa iniciativa conjunta com o Grupo Volvo é um marco de progresso para viabilizar a chegada de nossos caminhões e ônibus movidos por essa tecnologia nas estradas”, explica Martin Daum, presidente do Conselho de Administração da Daimler Truck AG e membro do Conselho de Administração da Daimler AG. “Usar o hidrogênio como meio de produção de eletricidade verde para mover os caminhões elétricos nas operações de transporte de longo percurso é uma parte importante do quebra-cabeça, além de ser um complemento para os veículos elétricos movidos por baterias e por combustíveis renováveis. Ao formar essa joint venture, demonstramos claramente que acreditamos em células de combustível de hidrogênio para veículos comerciais. Porém, para que essa visão se torne realidade, outras empresas e instituições também precisam apoiar e contribuir para esse desenvolvimento, no mínimo visando estabelecer a infraestrutura de combustível necessária”, reforça Martin Lundstedt, presidente e CEO do Grupo Volvo.

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Paralelamente ao lançamento da joint venture com a Volvo, a Mercedes anunciou o cancelamento do seu programa de desenvolvimento de automóveis movidos por células de combustível de hidrogénio. O aprimoramento de novas baterias de elevada capacidade (BEV) e o fato de que a produção de um automóvel FCEV é cerca de duas vezes mais cara em comparação a um similar elétrico com baterias foram determinantes na decisão de concentrar os desenvolvimentos de células de combustível de hidrogénio apenas para os veículos comerciais. Tal decisão decretou o fim da produção do utilitário esportivo GLC F-Cell, o único automóvel FCEV da Mercedes da atualidade, desenvolvido em 2013 em conjunto com a Ford e a Nissan. De fato, esse modelo nunca foi vendido ao público – foram produzidas poucas centenas de exemplares, essencialmente para fins promocionais.

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            A joint venture dos grupos Daimler e Volvo funcionará como entidade independente e autônoma, com as duas companhias continuando a ser concorrentes em todas as outras áreas de negócios. Juntando forças, será possível reduzir os custos de desenvolvimento para ambas e acelerar a introdução dos sistemas de células de combustível nos produtos usados para as aplicações de transporte pesado e de longa distância. No contexto da crise econômica atual causada pela pandemia da Covid-19, a colaboração se tornou ainda mais necessária, visando atingir os objetivos do “Green Deal” dentro de um prazo viável. A meta é que ambas as empresas produzam veículos pesados com células de combustível em escala comercial antes de 2030. Para viabilizar a empreitada, a Daimler está reunindo todas as suas atividades relativas a células de combustível em uma nova unidade específica. A joint venture prevê instalações de produção na Alemanha e no Canadá. O contrato preliminar assinado não é vinculativo e está previsto um acordo final por volta do terceiro trimestre, com fechamento antes do final deste ano.

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Por: Luiz Humberto Monteiro Pereira/AutoMotrix – Fotos: Divulgação

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