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Muitos questionam a efetividade ambiental da eletrificação dos automóveis e apontam os impactos ecológicos na produção dos modelos elétricos e na própria geração da eletricidade. Contudo, não há fabricante de veículos no mundo que não tenha em estudo algum nível de eletrificação dos motores. Até pelas metas de redução de emissões de poluentes já agendadas na Europa, América do Norte e no Japão, nem os mais reticentes em relação à eletrificação automotiva negam que os modelos abastecidos através das tomadas multiplicarão as vendas até o final desta década. E esse movimento dos mais ricos influenciará os “mercados periféricos” como a América Latina, incluindo o Brasil. Por aqui, os 375 emplacamentos do XC40 Recharge Pure Electric em 2021 deram ao utilitário esportivo o terceiro lugar no incipiente ranking de carros com zero emissões no país – um feito e tanto em apenas três meses de comercialização. Para cumprir a meta de emplacar 3.500 modelos 100% elétricos no Brasil em 2022, a marca sueca espera vender 2.500 unidades do XC40 Recharge Pure Electric e mais mil do seu novo modelo “verde”, o C40 Recharge Pure Electric. O crossover utiliza a mesma plataforma CMA do XC40 e é o primeiro Volvo criado originalmente sem motor a combustão. Disponibilizado em pré-venda no início de fevereiro, o C40 chega agora às concessionárias por R$ 419.950 – exatos R$ 20 mil a mais em relação aos R$ 399.950 cobrados pelo XC40. 

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Em outubro do ano passado, o C40 começou a sair das linhas de montagem de Gent, na Bélgica, onde também é fabricada a versão elétrica do XC40. O novato da Volvo tem 4,44 metros de comprimento, 2,03 metros de largura (com retrovisores), 1,59 metro de altura, 2,70 metros de distância de entre-eixos e pesa 2.207 quilos. Em relação ao XC40 com zero emissões, o C40 é dois centímetros mais comprido, 17 centímetros mais largo, seis centímetros mais baixo e pesa 89 quilos a mais. Os grupos ópticos frontais têm tecnologia pixel, com uma assinatura luminosa que reedita o indefectível “martelo de Thor” da Volvo. Com uma linha de cintura elevada e o teto mais alinhado à tampa do bagageiro, a silhueta é dinâmica, impressão reforçada pelos aerofólios e spoilers traseiros, que ajudam a ampliar a autonomia ao reduzir a resistência ao ar. As rodas de liga leve de cinco raios com superfícies contrastantes de alumínio polido e pintura preta conferem um aspecto futurista, enquanto o teto preto reforça o estilo dinâmico. Na traseira, as lanternas de leds exibem um singular visual tracejado na parte superior. 

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O estilo de SUV cupê é inspirado na arquitetura escandinava, que valoriza o aproveitamento da luz ambiente, rara nos países nórdicos. E o interior do C40 é particularmente bem iluminado por conta do amplo teto panorâmico, que segundo a Volvo dispensa o uso da cortina de fechamento porque o vidro escurecido tem proteção UV de 99,5% – reduz em 95% a entrada de luz e bloqueia 80% da radiação de calor solar. O novo modelo “herda” do XC40 elétrico o Google Automotive Services, um sistema de infoentretenimento com tela de 9 polegadas sensível ao toque que permite atualizações remotas de softwares sem fios, tanto do sistema de entretenimento quanto do próprio veículo. O painel digital tem 12,3 polegadas e o tablier oferece disposição similar à do XC40 recarregável na tomada. A capacidade do porta-malas –todo revestido com carpete, com iluminação e abertura e fechamento elétrico com a função hands-free – é de 413 litros. Ainda há um nicho de 31 litros sob o capô dianteiro, ideal para transportar os cabos de carregamento de energia.

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Idêntico ao que move o XC40 Recharge Pure Electric, o “powertrain” P8 do C40 é composto por dois motores de 204 cavalos cada, um tracionando em cada eixo. Resultam em um rendimento combinado de 408 cavalos e 67,3 kgfm. Deve ser lançada ainda este ano a versão P6 – uma configuração mais “mansa”, com apenas um motor, sem tração integral e mais barata. De acordo com a Volvo, o atual conjunto permite acelerar de zero a 100 km/h em 4,7 segundos (0,2 segundo mais rápido que o XC40 elétrico). Conforme a fabricante, a bateria, com 78 kWh de capacidade, proporciona uma autonomia estimada de 440 quilômetros – segundo a norma WLTP, que regulamenta os procedimentos harmonizados em todo o mundo para teste de veículos leves – e pode recuperar 80% da respectiva capacidade em 40 minutos em um posto de carga rápida de alta tensão e corrente contínua de 150 kW. Para uma carga completa em uma ligação de corrente alternada de 11 kW, precisa de oito horas. 

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Como o XC40 Pure Electric, o C40 conta com o One Pedal Drive, que possibilita a aceleração e a frenagem usando apenas no pedal da direita e amplia a regeneração de energia – e, portanto, a autonomia. Também vieram do XC40 recarregável na tomada tecnologias de segurança como a “câmera 360 graus”, o alerta de mudança de faixa, o aviso de ponto cego, o alerta de tráfego cruzado com frenagem automática e o City Safety, que reconhece pedestres, ciclistas e animais de grande porte e pode frear ou esterçar o volante para evitar uma colisão. O C40 vem equipado com o Pilot Assist e o controle de cruzeiro adaptativo, que conta com sensores e câmeras que monitoram as faixas das vias e um sistema para comandar a aceleração e a frenagem, além de controlar a distância do carro à frente. O crossover elétrico incorpora ainda o serviço de assistência Volvo On Call.

Experiência a bordo

Modernidade sem firulas

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O interior do C40 expressa a lógica funcional característica do design automotivo escandinavo. Chamam a atenção as soluções inteligentes de armazenamento para garrafas de água, carteiras e chaves, bem como um nicho frontal com indução para smartphones – as versões mais recentes do iPhone e as “top” dos modelos com processador Android oferecem a tecnologia de carregamento sem fio. O sistema multimídia Google Automotive Services possibilita controlar a temperatura, definir um destino, tocar música e enviar mensagens, tudo por comando de voz. O som é integrado aos auto-falantes premium Harman Kardon, que entregam alta qualidade sonora. 

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Revestimentos nas portas e painéis ostentam acabamento Topography, feito de plásticos reciclados com detalhes em formas de mapas topográficos. Retroiluminado e tridimensional, o revestimento harmoniza bem com a cor interna Fjord Blue – também disponível para a carroceria e que, segundo os designers da Volvo, teve sua inspiração nas geleiras escandinavas. As superfícies dos tapetes são feitas de garrafas plásticas recicladas. Revestimentos em couro natural foram banidos dos Volvo e deram lugar ao Microtech, um material à base de PVC com um suporte têxtil, feito de poliéster 100% reciclado.

Primeiras impressões

Tempos modernos em terras astecas

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Cidade do México – O C40 foi apresentado à imprensa especializada latino-americana no México, em um circuito de aproximadamente 300 quilômetros, que percorreu, na ida e na volta, desde as congestionadas ruas da capital mexicana até as rodovias e estradas vicinais rumo ao município de Cuautla, no Estado de Morelos. Já ao entrar no crossover, surge a oportunidade de experimentar a primeira novidade: não há ignição por chave nem botão de partida. O C40 é ligado no momento em que o condutor entra com a chave no bolso, afivela os cintos e seleciona o câmbio tipo joystick na posição Drive (D). Também não há freio de estacionamento – basta acelerar e sair. Para desligar o carro, basta colocar o câmbio na posição Parking (P) e sair do veículo.

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No “para e anda” do trânsito da megalópole mexicana, o C40 fica à vontade. Com o One Pedal Drive em ação, basta parar de pressionar o pedal e o veículo começa a frear – e recarregar as baterias. Quando necessário, pisar no freio da forma convencional resulta em paradas rápidas e eficientes. Saindo das ruas e entrando nos gigantescos viadutos que atravessam a cidade para chegar às rodovias, o “powertrain” do C40 deixa clara a sua força. Os 67,3 kgfm de torque chegam às quatro rodas com um imediatismo impressionante. Quando o motorista se adapta à transmissão instantânea de torque característica dos veículos elétricos, o C40 transmite confiabilidade para fazer ultrapassagens seguras e retomadas instigantes. A aceleração de zero a 100 km/h em apenas 4,7 segundos é digna de um superesportivo. O limitador de velocidade permite que o crossover acelere “apenas” até os 180 km/h, velocidade atingível sem aparente esforço. A direção elétrica progressiva funciona bem, mas poderia ser ligeiramente mais firme nas velocidades elevadas.

O centro de gravidade baixo – as baterias ficam sob o assoalho – ajuda a “grudar” o crossover no chão nas curvas rápidas. Nas rodovias, nas quais normalmente se pratica velocidades estáveis e mais elevadas, o One Pedal Drive reage mais bruscamente que um acelerador normal às eventuais oscilações da pressão no pedal da direita. Isso pode transmitir uma desconfortável oscilação na velocidade de cruzeiro. Todavia, é possível regular a intensidade de atuação do sistema ou até desativar o One Pedal Drive e usar o acelerador e o freio da forma convencional. 

Ficha Técnica

Volvo C40 Recharge Pure Electric

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Motor: P8 Electric (dois motores, um em cada eixo)

Potência: 300 kW/408 cavalos

Torque: 67,3 kgfm

Capacidade da bateria: 78 kWh

Tração: integral AWD (All Wheel Drive)

Suspensão: independente tipo MacPherson na dianteira e independente multibraços na traseira

Pneus e rodas: rodas de alumínio de 20 polegadas (R135) com pneus 235/45 dianteiros e 255/40 traseiros

Freios: discos ventilados na frente e discos sólidos atrás

Porta-malas: 413 litros

Dimensões: 4,44 metros de comprimento, 2,03 metros de largura (com retrovisores), 1,59 metro de altura e 2,70 metros de distância de entre-eixos

Peso: 2.207 quilos

Preço: R$ 419.950

por Luiz Humberto Monteiro Pereira/AutoMotrix – Fotos: Divulgação

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