Gabriel Dias

Sedã do Argo, o carro mais vendido da Fiat atualmente no Brasil (atrás apenas da picape Strada), o Cronos ainda é um dos mais jovens modelos do mercado brasileiro. Lançado em fevereiro de 2018, por isto mesmo, o compacto não teve atualizações de estilo e mecânica, se limitando a cada ano/modelo acrescentar itens de série as suas seis versões. Assim como seu hatch originário, é justamente no estilo que o Cronos se destaca, ao adotar o indefectível design italiano. No conturbado ano de 2020, com reflexos explosivos da presença da Covid-19 desde março no Brasil, o Cronos tem um desempenho razoável nas vendas em geral e bom no seu segmento, com 14.634 unidades emplacadas até novembro e uma média mensal de 1.330 exemplares. Isso lhe dá a sexta posição entre os sedãs compactos, atrás do Chevrolet Onix Plus, do Volkswagen Virtus, do Ford Ka+, do Hyundai HB20S e do Volkswagen Voyage. O problema maior para o sedã da Fiat não é o ritmo de vendas, mas o preço. Quase todas as configurações do Cronos são mais caras em comparação às afins dos concorrentes.

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Terceira opção na “escala de valores” de sua família – atrás da HGT e da Precision, ambas 1.8 com câmbio automático, e à frente da versão de entrada 1.3, da Drive 1.3 e da Drive S-Design 1.3 (as três com transmissão manual) –, a Drive 1.8 AT6 é oferecida por R$ 75.290. Vem equipada com o motor E-torQ com até 139 cavalos de potência e 19,2 kgfm de torque, um propulsor que está na linha da fabricante italiana há dez anos. Na picape Toro, passou por calibrações para ganhar sete cavalos e mais torque. O Cronos Drive 1.8 utiliza uma transmissão automática de 6 velocidades programada para atuar em uma faixa de maior eficiência, para ajudar na economia de combustível do motor 1.8. Os “paddles shifts” (borboletas localizadas atrás do volante para trocas sequenciais) não são de série na versão, mas podem ser adquiridos pelo pacote opcional Stile.

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Com dimensões de 4,36 metros de comprimento, 1,72 metro de largura, 1,50 metro de altura, 2,52 metros de distância de entre-eixos e capacidade do porta-malas para 525 litros, combinada a um estilo arrojado, a Drive 1.8 AT6 é “recheada” nos seus itens de série e se torna bem “apetitosa” com os opcionais oferecidos. Vem de fábrica com a nova central multimídia Uconnect de 7 polegadas “touchscreen” ao estilo tablete ou smartphone “deitado” e destacado no centro do painel, com espelhamento para Android Auto e Apple CarPlay, Bluetooth, entrada USB e sistema de reconhecimento de voz, volante com comandos de áudio e telefone, segunda porta USB, câmera de ré, alarme antifurto, ar-condicionado, ajuste de altura do banco do motorista, computador de bordo, direção elétrica progressiva, sistema de sinalizador de frenagem de emergência, Isofix de fixação para cadeirinhas infantis, Ambient Lights e sensor de estacionamento traseiro com visualizador gráfico. O sedã também conta com espelhos externos com rebatimento elétrico, “tilt down” (abaixa o retrovisor da direita para facilitar as manobras de estacionamento) e “puddle lamps” (luzes de cortesia que iluminam o piso à frente das portas), sistema iTPMS de monitoramento da pressão dos pneus, vidros elétricos dianteiros, sistema start&stop (desliga e volta a acionar o motor em rápidas paradas de trânsito para economia de combustível), controles eletrônicos de tração e de estabilidade, trava elétrica, volante regulável em altura, sistema de partida a frio sem tanquinho e display TFT de 3,5 polegadas e alta resolução no painel de instrumentos.

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 O cliente pode optar por agregar ao Cronos Drive 1.8 AT6 três pacotes de opcionais. O Kit Stile 1 traz faróis de neblina, rodas de liga leve de 16 polegadas (o carro vem de fábrica com rodas de 15 polegadas), pneus 195/55 R16, faróis com Led Design e frisos, maçanetas externas e para-choques com detalhes cromados. Já o Kit Stile 2 vem com faróis de neblina, bancos revestidos em couro, traseiro bipartido, rodas de liga leve de 17 polegadas e pneus 205/50 R17 e faróis com Led Design. O Kit Comfort soma vidros elétricos traseiros, piloto automático, volante revestido em couro, apoio de braço para o motorista e as “borboletas” atrás do volante para as trocas manuais.

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Impressões ao dirigir

Do jeito que deve ser

Porto Alegre (RS) – A versão Drive 1.8 AT6 do Cronos tem como base um tripé fundamental: design, conforto – para os ocupantes do carro e para o motorista quanto ao conjunto suspensivo – e desempenho. Equipada com o velho conhecido E-torQ de 1,8 litro, a versão tem a força de 135 cavalos abastecida com gasolina e de 139 cavalos a etanol, as duas a 5.750 rotações por minuto, e 18,7 kgfm de torque com o combustível fóssil e 19,2 kgfm com o renovável, ambos a partir de 3.750 giros. Ao lado da transmissão de 6 marchas, calibrada para a configuração do sedã compacto da Fiat para priorizar a economia de combustível em detrimento da “tocada” mais esportiva, o carro tem arrancadas e retomadas mais fortes do que seu ritmo de cruzeiro e pode fazer de zero a 100 km/h em 9,9 segundos – satisfatório para a concepção do veículo – e atingir até 196 km/h.

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Com uma suspensão ajustada também para dar preferência ao conforto e menos rigidez para a condução esportiva, o Cronos é “macio” ao rodar, se agarra bem nas curvas feitas com aceleração mais elevada e tem pouca oscilação da carroceria. É um carro com bom rendimento e bastante seguro, não passando sustos se o motorista souber dosar o pé da direita. A suspensão trabalha suavemente até em superfícies irregulares e confere uma boa aderência dos pneus com o solo nas curvas. Mesmo em velocidades mais altas, o veículo sempre está na mão do motorista. O câmbio tem trocas quase imperceptíveis e relações de marchas bem sincronizadas.

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Quanto ao consumo, foram feitas várias simulações em cerca de 500 quilômetros de testes para se obter os melhores resultados. As médias foram muito animadoras, comprovando que a calibragem feita pela Fiat no “beberrão” motor 1.8 pode ser controlada com a tecnologia moderna. O consumo na cidade ficou em 12,6 km/l com gasolina. Na estrada, foi aferido, a 60 km/h, a média de 22,3 km/l, a 80 km/l, de 20,3 km/l, e a 100 km/h, de 17,7 km/h, finalizando com a média urbana-rodoviária de 15,4 km/l com o combustível originado do petróleo.

Por Daniel Dias/AutoMotrix – Fotos: Divulgação

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