Luiza Kreitlon/AutoMotrix

O termo picape é usado para definir um veículo utilitário similar a um pequeno caminhão, geralmente aberto, para transporte de mercadorias. Mas essa definição ficou no passado e atualmente as picapes se assemelham cada vez mais aos utilitários esportivos – que formam o segmento do mercado automotivo que mais cresceu neste século no Brasil e no mundo. Dentro desse conceito de “SUV com caçamba” predominante nas picapes atuais, há diversos subsegmentos. Um dos mais disputados é o dos modelos mais luxuosos e é nessa briga que está a versão High Country da S10. O alvo preferencial da picape da Chevrolet é a elite do agronegócio brasileiro – os empresários rurais mais abastados, que precisam de um veículo que “aguente o tranco” nas árduas trilhas da roça, mas não abrem mão do conforto que o dinheiro pode comprar.

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            Lançada no mercado brasileiro em julho de 2015, a S10 High Country é, desde então, a configuração mais cara e completa da família no Brasil. A versão parte da configuração LTZ, equipada com o mesmo motor turbodiesel, câmbio automático e tração 4×4, porém, incorpora itens no visual, um acabamento interno com detalhes exclusivos e uma lista de equipamentos mais generosa. Por fora, a S10 High Country se diferencia esteticamente pelas rodas de alumínio exclusivas de 18 polegadas com acabamento diamantado, o friso cromado na parte superior das portas, as maçanetas externas e da tampa da caçamba com detalhes cromados, a grade dianteira com detalhes em preto, o santoantônio com design exclusivo, a capota marítima, o quebra-mato no para-choque dianteiro e o logotipo da versão na tampa da caçamba. Por dentro, se destacam os bancos e o volante multifuncional revestidos em couro, os emblemas “High Country” nas portas dianteiras, os detalhes de acabamento cromados e a moldura das portas na cor prata. Para a linha 2020, a High Country e os demais modelos cabine dupla da S10 finalmente incorporaram o terceiro apoio de cabeça no banco traseiro.

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            Em termos de segurança, a linha 2020 traz seis airbags (frontais, laterais e de cortina), alertas de colisão frontal e de saída de faixa, assistente de partida em rampas, alerta de pressão dos pneus e controle de velocidade em declives. Entre os equipamentos voltados para o conforto estão o banco do motorista com ajustes elétricos, o acendimento automático dos faróis, o ar-condicionado eletrônico, a coluna de direção com ajuste de altura, a chave tipo canivete, a direção elétrica progressiva, o retrovisor interno eletrocrômico, os espelhos externos com rebatimento elétrico, os sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, o sensor de chuva, a partida remota do motor pela chave, os vidros elétricos com sistema “um toque”, o antiesmagamento e o banco traseiro bipartido e rebatível com porta-objetos. O sistema multimídia MyLink tem tela sensível ao toque de 8 polegadas com navegador GPS integrado e conectividade para Android Auto e Apple CarPlay.

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            Sob o capô, a Chevrolet S10 High Country traz o mesmo motor 2,8 litros turbodiesel de quatro cilindros adotado nas versões LT e LTZ e no utilitário esportivo Trailblazer, com turbocompressor de geometria variável, intercooler e injeção direta de combustível do tipo “common rail”. Entrega 200 cavalos de potência a 3.600 rpm, e 51 kgfm de torque, a partir de 2 mil rpm. Atua acoplado a um câmbio automático de 6 marchas com modo manual Active Select (com trocas pela alavanca) e sistema de tração que pode ser frontal, 4×4 ou 4×4 com reduzida.

            A configuração High Country não oferece opcionais. O preço explica o fato de ser uma versão pouco comum nas ruas – são R$ 202.090 se a picape for da cor metálica Vermelho Chili. Já a cor sólida Branco Summit (a do modelo testado) acrescenta R$ 800 e as metálicas Cinza Graphite, Preto Ouro Negro e Vermelho Edible Berries encarecem a conta em R$ 1.750. A picape topo de linha da Chevrolet rivaliza com concorrentes também bem recheadas de equipamentos, como a Toyota Hilux SRX 2.8 AT 4×4, a Ford Ranger Limited 3.2 AT 4×4, a Volkswagen Amarok Extreme 3.0 V6 AT 4×4 e a Nissan Frontier LE 2.3 AT 4×4, todas com motor turbodiesel.

Experiência a bordo

Rústica com privilégios

            Em seu habitáculo enfeitado com detalhes que remetem à versão, a S10 High Country recebe bem o motorista e os passageiros em seus bancos revestidos em couro. O do motorista com ajustes elétricos facilita a tarefa de encontrar a posição de dirigir. Como a picape tem o assoalho traseiro quase plano, quem viaja ali encontra bom espaço para pernas e pés. O multimídia com tela de 8 polegadas “touchscreen” de alta precisão tem boa integração com Android Auto e Apple CarPlay, possui GPS integrado e exibe imagens da câmera de ré. E ainda possibilita conversar por mensagens, escolher rotas e até acessar as playlists favoritas usando apenas a voz.

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            Entre os equipamentos de segurança, a picape conta com uma câmera frontal que detecta as faixas da pista. Caso o motorista saia da faixa sem querer, o veículo emite um alerta. O sistema de sensores e a câmera também alertam o motorista sobre obstáculos à frente do veículo. Se um dos pneus perder pressão, um aviso aparece no painel, informando a pressão atual. Na versão High Country, o sistema de concierge OnStar (que é cobrado) oferece auxílio vinte e quatro horas e sete dias por semana. Ao toque de um botão, uma pessoa de verdade está disponível online para fazer reservas em hotéis, informar sobre notícias ou enviar para o GPS do veículo quaisquer rotas solicitadas. Em caso de acidente, ao acionar o botão “emergência” no retrovisor, o motorista tem atendimento preferencial. Já em situações de roubo ou furto, o OnStar auxilia na recuperação veicular.

Impressões ao dirigir

Sob controle

            Apesar de seus quase 5,5 metros de comprimento e 1,84 metro de altura – o porte de um pequeno caminhão –, a S10 High Country é um veículo cordial com seu motorista. A direção elétrica facilita as manobras e o câmbio automático de 6 velocidades faz com precisão as trocas de marchas. No trânsito urbano, o acerto da suspensão é correto. A oscilação da carroceria, comum nos veículos desse segmento, tornou-se mais discreta com a evolução da S10. Com o aprimoramento do produto ao longo dos anos, as versões a diesel da picape da Chevrolet trepidam menos e proporcionam dirigibilidade similar à dos SUVs à gasolina.

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            O motor 2.8 turbodiesel de 200 cavalos se entende bem com a caixa automática de 6 velocidades e ambos fazem um trabalho eficiente, com passagens de marchas suaves e um bom gerenciamento da força necessária para mover a caminhonete com a intensidade desejada pelo motorista. O motor enche rápido e não demora a entregar o torque máximo. Em rodovias, o câmbio automático aproveita com eficiência o torque abundante do motor. Há um sutil “delay” na reação do propulsor quando o motorista pressiona o pé direito no acelerador, mas nada que prejudique a performance. A S10 ganha velocidade gradualmente, no entanto, o conjunto mecânico atinge e mantém velocidades de cruzeiro sem dar sinais de esforço. Em trechos mais sinuosos e em altas velocidades, quando detectam situações de perda de controle da direção, os sistemas eletrônicos aplicam correções automáticas nos freios para ajudar a reposicionar o veículo na direção exigida.

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            Embora para muita gente seja improvável imaginar que alguém pretenda “chafurdar” na lama com uma picape de mais de R$ 200 mil, a High Country tem boa capacidade para o off-road. Quando é necessário encarar trechos acidentados ou subidas muito íngremes em pisos de baixa aderência, a tração 4×4 pode ser acionada no botão giratório no console central. A opção de tração integral reduzida com bloqueio de diferencial serve para tirar a picape das situações de trilhas mais complicadas e com baixíssima aderência.

Ficha Técnica

Chevrolet S10 High Country

Luiza Kreitlon/AutoMotrix
Motor: dianteiro, longitudinal, 4 cilindros em linha, 2,8 litros, 16 válvulas, injeção direta, turbo diesel
Potência: 200 cavalos a 3.600 rpm
Torque: 51 kgfm a 2 mil rpm
Câmbio: automático de 6 marchas. Opção de tração dianteira, tração integral ou tração integral com reduzida
Direção: elétrica
Suspensão: independente com braços articulados na dianteira e feixe de molas na traseira
Freios: discos ventilados na dianteira e tambores na traseira
Pneus e rodas: 265/60 R18 liga leve
Comprimento: 5,41 m
Largura: 1,87 m
Altura: 1,84 m
Entre-eixos: 3,10 m
Tanque: 76 litros
Capacidade de carga: 1.049 litros
Peso: 2.101 kg
Central multimídia: tela LCD sensível ao toque de 8″, com GPS integrado, Android Auto e Apple CarPlay
Preço sugerido: R$ 202.090 na cor metálica Vermelho Chili. A sólida Branco Summit acrescenta R$ 800. As cores metálicas Cinza Graphite, Preto Ouro Negro e Vermelho Edible Berries acrescentam R$ 1.750. Não há opcionais.

Por: Luiz Humberto Monteiro Pereira/Agência AutoMotrix – Fotos: Luiza Kreitlon/AutoMotrix

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