O Argo surgiu em maio de 2017 como a aposta da Fiat para substituir o veterano Palio. Mas o novo hatch compacto demorou para embalar nas vendas. Em 2018, posicionou-se como o nono carro mais vendido do país, com 63.017 emplacamentos ou cerca de 5.500 unidades mensais. Este ano, subiu para a sétima posição, com média de 6.450 emplacamentos mensais de janeiro a novembro. Contudo, com os 7.586 emplacamentos de outubro, já aparecia na quarta posição. Em novembro, vendeu 8.270 unidades e arrebatou o terceiro lugar, superado apenas pelos líderes Chevrolet Onix e Ford Ka e deixando para trás o Hyundai HB20, os Volkswagen Gol e Polo e o Renault Kwid. No embalo dessa trajetória ascendente nas vendas do Argo, uma das versões mais procuradas é a intermediária 1.3 Drive. Como uma espécie de “ponto de equilíbrio” da linha, é mais forte e bem equipada do que a Drive 1.0 e também mais barata e econômica em comparação à Precision 1.8.
O design do Argo, desenvolvido no Brasil, é um dos pontos altos do hatch. A frente tem aspecto robusto, com uma grade encorpada e os faróis afilados. De lado, a musculatura dos vincos e as linhas do perfil angulosas conferem um aspecto dinâmico e esportivo. Na traseira, as lanternas invadem a tampa do porta-malas, enquanto o discreto e elegante spoiler evoca o Alfa Romeo Giulietta. Por dentro, o destaque é a tela de 7 polegadas com aspecto “flutuante”. As saídas de ar redondas reforçam o aspecto jovial.
O motor flex Firefly 1.3 de quatro cilindros entrega 109/101 cavalos e torque máximo de 14,2/13,7 kgfm a 3.500 rpm. É um dos mais econômicos de seu segmento, com classificação A na categoria e B na comparação absoluta segundo o Inmetro, com 9,2 km/l na cidade e 10,2 km/l na estrada com etanol e 12,9 km/l na cidade e 14,3 km/l na estrada com gasolina. A opção de colocar o sistema start-stop no modelo manual certamente contribui para esses bons resultados.
Entre os itens de série do Argo Drive 1.3 manual estão o piloto automático, a coluna de direção com regulagem de altura, a segunda porta USB para o banco de trás, o Isofix, o ar-condicionado analógico, o banco do motorista com regulagem de altura, a central multimídia UConnect de 7 polegadas, a chave canivete, a direção elétrica, o volante multifuncional, os repetidores de setas nos retrovisores, o sistema de monitoramento de pressão dos pneus e o start-stop no motor. Opcionalmente, podem ser acrescentados retrovisores elétricos com repetidores de seta, vidros elétricos traseiros, faróis de neblina, rodas de 15 polegadas, sensor de estacionamento traseiro e câmera de ré, mas não estão disponíveis os controles de tração e de estabilidade, que são de série no 1.3 GSR (com câmbio automatizado). O preço sugerido para o Fiat Argo 1.3 Drive manual varia de R$ 54.590 a R$ 56.890, dependendo da cor. Estão disponíveis oito diferentes pacotes de opcionais para essa versão, com preços de R$ 910 a R$ 2.990. Com todos os opcionais, o que inclui multimídia com tela de 9”, rodas de liga-leve aro 15”, faróis de neblina e teto de outra cor, pode beirar os R$ 63 mil.
Experiência a bordo
Simples e elegante
Os bancos do Argo têm boa ergonomia. A posição de dirigir é razoável e o espaço interno sempre foi um ponto alto do modelo. Dentro do padrão dos hatches compactos, o Argo é adequado para levar quatro adultos e uma criança com algum conforto. Um quinto adulto compromete a qualidade de vida no banco traseiro. Os comandos são bem localizados e de fácil manuseio. A tela “touch” de 7 polegadas remete a um tablet “deitado” na parte superior do console central, de alta definição. A tela acessa a central multimídia, que interage com smartphones. O volante é multifuncional e traz botões para informações de computador de bordo e som. O painel de instrumentos oferece fácil visualização e uma tela de 3,5 polegadas, posicionada entre os mostradores analógicos e exibe as informações do computador de bordo.
Em termos de acabamento, o Argo parece ter evoluído em relação ao apresentado em 2017. Apesar das superfícies rígidas serem dominantes, ostenta um padrão elevado em relação aos concorrentes, com texturas que reforçam o aspecto de qualidade. O porta-malas leva trezentos litros – dentro da média do segmento de hatches compactos. Faz falta um botão no painel para abrir o porta-malas. Porta-objetos mais funcionais também seriam bem-vindos: o do console central é estreito demais e os dos painéis das portas são muito rasos.
Impressões ao dirigir
Um compacto em sua melhor forma
Uma série de fatores faz da Drive 1.3 manual a versão mais equilibrada do Argo. É um carro sem grandes firulas, mas conta com uma boa central multimídia, acabamento de nível superior em relação aos concorrentes e conforto suficiente, sem “mimos” excessivos que elevam os preços de outras versões. O motor Firefly 1.3 de quatro cilindros de 109/101 cavalos e torque máximo de 14,2/13,7 kgfm a 3.500 rpm dá conta de mover com agilidade o hatch – com a vantagem de que quase todo o torque está disponível já em 2.500 giros.
O bom acerto de câmbio também assegura a necessária agilidade no dia a dia no trânsito, sem que o motorista precise acelerar demais. O Argo tem fôlego suficiente para encarar subidas íngremes. A manopla oferece engates fáceis, porém, tem o curso um tanto longo e é mais mole que o desejável. A ausência de uma sexta marcha não permite que a média do consumo no trecho rodoviário seja ainda melhor. E um câmbio de seis marchas ainda permitiria reduzir o giro do motor em altas velocidades – quando passa dos 3.500 rpm, o barulho começa a incomodar dentro da cabine.
Uma boa ideia da Fiat foi instalar o sistema start-stop no modelo manual, dispositivo que ajuda a fazer do Argo 1.3 um dos carros mais econômicos de seu segmento. Apesar de ajudar a cumprir suas metas de economia, às vezes, o motor fica indeciso na hora da reignição e apaga. Eventualmente, se torna necessário pisar duas vezes no pedal de embreagem para que o modelo religue. No entanto, na maior parte do tempo, o sistema é eficiente e ajuda a evitar o desperdício de combustível.
Em termos de calibragem da suspensão, o Argo não inclina tanto a carroceria nas curvas e transmite sensação de equilíbrio dinâmico. Dá para entrar em trechos sinuosos sem sustos, embora a versão não tenha controle de estabilidade, que é de série na configuração com câmbio GSR. A suspensão, apesar de um tanto mole para quem gosta de pisar fundo no acelerador, é bem calibrada para enfrentar as ruas cheias de buracos, que lamentavelmente se alastram nas grandes cidades brasileiras. A direção com assistência elétrica é precisa, transmitindo leveza nas manobras de estacionamento e rigidez em altas velocidades. Pelos preços pedidos, que variam de acordo com a cor e opcionais, o Fiat Argo Drive 1.3 manual se coloca como uma das melhores relações custo/benefício no disputado segmento de hatches compactos abaixo dos R$ 60 mil.
Ficha Técnica
Fiat Argo Drive 1.3 manual
Motor: 1.3, quatro cilindros, flex
Potência: 109 cavalos (etanol) / 101 cavalos (gasolina) a 6.250 rpm
Torque: 14,2 kgfm (etanol) / 13,7 kgfm (gasolina) a 3.500 rpm
Transmissão: manual, 5 marchas, tração dianteira
Suspensão: independente, McPherson (dianteira) / eixo de torção (traseira)
Freios: discos ventilados (dianteiros) / tambores (traseiros)
Pneus: 175/65 R14
Dimensões: 3,99 metros de comprimento, 1,72 metro de largura, 1,50 metro de altura, 2,52 metros de entre-eixos
Peso: 1.140 kg
Tanque: 48 litros
Porta-malas: 300 litros
Preço: R$ 54.590 na cor preto Vulcano. Outras cores sólidas (Vermelho Monte Carlo e Branco Banchisa) acrescentam R$ 800. Cores metálicas (Cinza Silverstone, Preto Vesúvio e Prata Bali) aumentam em R$ 2 mil e a perolizada Branco Alaska adiciona R$ 2.300. Estão disponíveis oito pacotes de opcionais, com preços de R$ 910 a R$ 2.990.
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