Luiza Kreitlon/Agência AutoMotrix

No primeiro semestre do ano passado, a Citroën vendeu 9.360 carros no Brasil – o equivalente a 1.560 emplacamentos mensais. Era a décima terceira marca mais vendida no país, com um “market share” de 0,9%. Já no primeiro semestre deste ano, a marca francesa emplacou 13.451 carros no mercado nacional. Uma expansão de 44% em relação ao mesmo período do ano passado, bastante expressiva em relação ao segmento de automóveis e comerciais leves no país, que cresceu apenas 10,8% no mesmo intervalo. Com a atual média mensal de 2.242 emplacamentos, agora a Citroën é a décima primeira no ranking nacional de vendas – superou a Peugeot e a Mitsubishi – e viu seu “share” subir para 1,08%. E o grande responsável por essa retomada do crescimento é o C4 Cactus. Lançado no Brasil em agosto do ano passado, o utilitário esportivo logo virou o modelo mais vendido da Citroën. Este ano, com a média de 1.292 emplacamentos mensais, é responsável por 57,6% das vendas da marca no país. Dentre as versões do C4 Cactus disponíveis, a “top” Shine Pack 1.6 Turbo THP Automático é a que melhor expressa os atributos do SUV produzido em Porto Real, no Sul do Estado do Rio de Janeiro.

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Lançado na Europa em março de 2014, o C4 Cactus chegou remodelado às concessionárias europeias no início de 2018 – e esse novo design foi adotado seis meses depois na versão “made in Brazil”. O estilo atual não é tão extravagante quanto o do modelo que estreou no mercado europeu há cinco anos, mas ainda é jovial e irreverente. Apesar das dimensões compactas – comprimento de 4,17 metros, largura de 1,71 metro, altura de 1,56 metro e entre-eixos de 2,60 metros –, o Cactus oferece uma altura elevada em relação ao solo (22,5 centímetros) e bons ângulos de ataque (22 graus) e de saída (32 graus), desejáveis no segmento de utilitários esportivos. A frente traz a assinatura luminosa em três estágios e o indefectível “chevron” tridimensional cromado. Na parte baixa, os projetores adotam uma máscara negra. A frente é alta e horizontal e a silhueta é fluida. As colunas revestidas de preto fosco conferem à capota um aspecto flutuante. Molduras nas caixas de rodas e na parte inferior ajudam a proteger a carroceria, bem como os Airbumps – bolsas de ar que marcaram o estilo do primeiro Cactus em 2014 – posicionados na parte inferior das portas. As rodas aro 17” diamantadas com pneus de uso misto reforçam o aspecto SUV. Na traseira, as lanternas são compostas por módulos de leds alongados. São três opções de cores de teto (Branco Banquise, Preto Perla Nera e Azul Esmeralda), que podem se compor com as seis cores disponíveis da carroceria (Branco Nacré, Cinza Alumínio, Cinza Grafito, Preto Perla Nera e Azul Esmeralda).

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Por dentro, o estilo da versão para o mercado latino-americano é bem mais ortodoxo do que o adotado na Europa. As cores privilegiam os tons escuros e o painel 100% digital é moderno e tecnológico. Todas as versões do Cactus contam com central multimídia de 7’’ com conectividade Bluetooth, que agrupa sistemas de auxílio à condução, ar-condicionado e telefonia, compatível com Apple CarPlay e Android Auto, rádio com seis alto-falantes, equipado com AM, FM e pilotado pelos comandos no volante. O Mirror Screen permite navegação por meio do Google Maps ou do Waze e gestão de SMS.

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Sob o capô da configuração Shine, o C4 Cactus traz o motor 1,6 litro THP (Turbo High Pressure) 16V flex, acoplado a uma caixa de câmbio automática sequencial de 6 marchas. O “powertrain” entrega 173 cavalos e 24,5 kgfm e a tração é sempre frontal. A versão Shine Pack agrega um pacote de equipamentos de segurança e auxílio à direção que inclui o Active Safety Brake – Sistema de Frenagem Automática e Alerta de Colisão –, Alerta de Atenção ao Condutor e Coffee Break Alert , que informa ao motorista quando é uma boa ideia dar uma pausa na direção, além de seis airbags (duplo frontal, laterais e de cortina). Essa versão “top” é oferecida no site da marca por R$ 99.990 se a carroceria e o teto forem na cor Preto Perla Nera. Todas as outras cores acrescentam algo no preço. A combinação de carroceria Azul Esmeralda com teto Branco Banquise do modelo testado sai por R$ 2.400.

Experiência a bordo

Conjunto agradável

O espaço interno do Cactus está dentro do que se espera de um SUV compacto. A adoção de painéis de portas mais cavados ajuda a ampliar os espaços para os cotovelos. Em termos ergonômicos, os assentos são bem desenhados, recheados com espumas de textura agradável e contam com regulagem de altura para o motorista e passageiro. O apoio de braço do motorista no console central é um tanto recuado demais, o que torna difícil de usar. Há bons porta-objetos. Próximo ao painel de bordo, está um nicho associado a dois porta-copos e outro, fechado, na parte posterior do console central. Nos nichos das portas dianteiras e traseiras, é possível acomodar garrafas de até 1,5 litro. Bolsas nas costas dos bancos da frente têm porta-revistas. O porta-malas leva 320 litros, mas pode carregar até 1.170 litros com os bancos traseiros rebatidos.

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Em termos de equipamentos, o Cactus é caprichado em sua versão topo de linha. Vem com sistema Keyless, botão Start/Stop, sistema de áudio hi-fi de alta qualidade, Bluetooth, câmera de ré, controle e limitador de velocidade, faróis automáticos, sensor de chuva, espelho eletrocrômico e detector de pressão dos pneus. O grupo de opcionais Pack inclui sistema de frenagem automática, alertas de colisão, de atenção ao condutor e de saída de faixa, indicador de necessidade de descanso, airbag de cortina e carroceria de duas cores. A existência de apenas uma saída USB e a ausência de saída de ar-condicionado para o banco traseiro são duas “economias” que poderiam ter sido evitadas, pelo menos nessa versão “top”.

Impressões ao dirigir

Esperto e estiloso

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Com injeção direta sequencial, turbocompressor do tipo Twin-scroll e cabeçote com dois eixos de comando de válvulas, o eficiente motor THP 16V Flex se harmoniza bem com a caixa de câmbio automática sequencial Aisin de 6 velocidades, que tem opção de acionamento manual das marchas na manopla do câmbio – não há “paddles shifts” no volante. São três modos de condução: Sport, Drive e Eco. O Drive tenta proporcionar um equilíbrio entre desempenho e consumo, o Sport valoriza o aspecto dinâmico e o Eco privilegia a diminuição do consumo de combustível. Em qualquer dos modos, o “powertrain” do C4 Cactus “top” esbanja vigor e faz com que o crossover acelere fácil e proporcione ultrapassagens tranquilas. É um carro ágil, com torque e potência sempre disponíveis. Segundo a Citroën, o modelo é capaz de acelerar de zero a 100 km/h em 7,3 segundos (com etanol) e chegar à velocidade máxima de 212 km/h.

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A suspensão é um ponto alto do Cactus. Dentro das melhores tradições da Citroën, proporciona elevado conforto sem sacrificar a agilidade dinâmica. Com curso maior que o da versão europeia, a suspensão não prejudica o comportamento do carro nas curvas rápidas, transmitindo confiabilidade. No off-road leve, o rodar do Cactus entrega bom nível de conforto e ótima absorção de irregularidades. A direção elétrica é tão suave que chega a assustar quem não está acostumado. O vão livre do solo de 22,5 centímetros e os bons ângulos de entrada e saída colaboram na transposição de eventuais obstáculos. Equipamentos como o Grip Control, o ESP e o Hill Assist reforçam a segurança em situações de risco e pisos de baixa aderência. O Active Safety Brake usa a câmera dianteira para monitorar o trânsito e identificar veículos e até mesmo pedestres. De 5 a 85 km/h, o sensor ativa a frenagem automaticamente quando for detectado risco de acidente, se o carro estiver abaixo de 80 km/h (para veículos parados) ou 60 km/h, no caso de pedestres. Já o Coffee Break Alert apenas propõe ao motorista dar uma pausa, por meio de uma simpática luz no painel em formato de xícara de café. Ela aparece quando o sistema detecta que o motorista esta dirigindo de forma inconstante, denotando sono.

 

Ficha Técnica

Citroën C4 Cactus Shine Pack 1.6 Turbo THP Automático

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Motor: transversal, 1.598 cm³, flex, 4 cilindros, duplo comando de válvulas no cabeçote, injeção multiponto seqüencial, injeção direta, turbocompressor
Diâmetro e curso: 77 x 85,8 mm
Taxa de compressão: 10,2:1
Potência máxima (gasolina/etanol): 166/173 cavalos a 6 mil rpm
Torque máximo (gasolina/etanol): 24,5 kgfm a 1.400 rpm
Transmissão: automática, 6 marchas com opção de acionamento sequencial na manopla de câmbio
Tração: dianteira
Freios: dianteiros a disco ventilado e traseiros a disco, com sistema antitravamento ABS
Direção: pinhão e cremalheira com assistência elétrica
Suspensão: dianteira independente, McPherson, mola helicoidal. Traseira eixo de torção, mola helicoidal
Rodas: 17’’
Pneus: 205/55 R 17
Dimensões
Comprimento: 4,17 metros
Largura: 1,71 metro
Altura: 1,56 metro
Entre-eixos: 2,60 metros
Capacidades e peso
Tanque de combustível: 55 litros
Compartimento de bagagem: 320 litros
Peso em ordem de marcha: 1.214 kg
Preços: Shine Pack 1.6 Turbo THP Automático: R$ 99.990.
Preço da versão testada, com carroceria Azul Esmeralda e teto Branco Banquise: R$ 102.390

 

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