Luiz Humberto Monteiro Pereira/Agência AutoMotrix

Para qualquer empresa, se tornar centenária é algo que merece ser comemorado. No mês em que completa seu 100º aniversário, a Citroën apresenta uma edição limitada dos modelos C4 Cactus, C3, Aircross e C4 Lounge. Revelada na festa de comemoração do centenário da marca francesa, realizada no centro de convenções Bienal de São Paulo, na capital paulista, a série especial “100 Anos” é restrita a 550 unidades, sendo 300 do C4 Cactus, 100 do C3, 100 do Aircross e 50 do C4 Lounge. O design dos produtos traz detalhes que remetem à engrenagem dos “chevrons” e é complementado pela assinatura “Origins since 1919”. Todos os modelos “100 Anos” são na cor Branco Nacré, têm grafismos e detalhes na cor ocre Lutèce e interior com trabalhos diferenciados em termo de materiais. “Somos uma marca inquieta e já estamos pensando nos próximos 100 anos”, comemora Ana Theresa Borsari, Country Manager da Citroën no Brasil. A marca projeta dobrar as vendas em 2019, passando de 1% para 2% de participação. Para isso, planeja expandir sua rede concessionárias de 95 para 125 pontos.

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No utilitário esportivo compacto C4 Cactus, a série especial agrega um pacote que une tecnologia e design. Com opção de teto bi-ton preto, o modelo traz molduras do farol de neblina e do Airbump com pintura especial “100 anos” e rodas de liga leve de17″ tipo Roby One, com pintura Noir Onyx (preto). O pacote visual Origins inclui personalização de adesivagem lateral, costura de banco e pintura de retrovisor. Reconhecido por unir potência e segurança, o modelo traz o motor 1.6 THP Turbo High Pressure Flex de 173 cavalos de potência com um pacote de equipamentos de segurança e auxílio à direção que inclui o Active Safety Brake, o Alerta de Saída de Faixa, o Alerta de Atenção ao Condutor, o Coffee Break Alert e o Controle de Aderência (Grip Control). As 300 unidades dessa série especial do C4 Cactus serão comercializadas por R$ 104.490.

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Equipado com um motor VTi 120 Flex Start, com 118 cavalos de potência, o hatch C3 também ganha molduras do Airbump com pintura “100 anos”. Além disso, o modelo oferece rodas de liga leve de 16” tipo Oka, com pintura Gris Storm (cinza escuro). O C3 ganha ainda faixas decorativas “100 anos” na lateral e na tampa do porta-malas, além de apresentar um novo aplique “Origins” nas portas dianteiras. O retrovisor do modelo recebe também uma personalização exclusiva, com pintura especial e uma faixa em comemoração ao aniversário da Marca. Internamente, a mais nova versão do C3 ganha bancos e tapetes com costura e bordados “Origins” na cor ocre Lutèce. O C3 100 anos está disponível na versão Urban Trail, com opção de teto bi-ton preto. Serão comercializadas 100 unidades do modelo, por R$ 71.990.

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Já o aventureiro Aircross da Série Especial 100 Anos vem com rodas de liga leve tipo Tuco de 16” em cor Gris Storm (cinza escuro), a versão apresenta uma personalização única com pintura e faixas “100 Anos”, aplique “Origins” nas portas dianteiras e bancos com costura e bordados especiais nos bancos. O Aircross desta Série Especial chega com motorização VTi 120 Flex Start e 118 cavalos de potência. São 100 unidades, vendidas por R$ 75.490.

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O lado mais sofisticado e exclusivo da Série Especial 100 Anos fica por conta do C4 Lounge. Seus novos bancos com acabamento premium esportivo em Alcântara – também personalizados de acordo com a linha visual Origins – oferecem, segundo a Citroën, uma experiência de condução mais agradável e segura. Por fora, o C4 Lounge Série Especial 100 anos ostenta um visual sóbrio, com discretas faixas comemorativas. Outra novidade são as rodas de liga leve de17″ – tipo Djobe com detalhes em Noir Onyx (preto). Para esta versão especial, o C4 Lounge mantém seu motor THP flex de 16V, com 173 cavalos de potência e câmbio automático de 6 marchas com modo Eco, esportivo e troca sequencial. Serão apenas 50 unidades da série, oferecidas por R$ 107.490.

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Primeiras impressões

Cheio de história

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Em 1936, Pierre Boulanger tinha acabado de assumir a função de diretor da Citroën e encarregou o setor de projetos, comandado pelo engenheiro André Lefebvre, de desenvolver um carro popular, confortável e menor que os anteriores. Em 1939, o novo modelo estava pronto para a apresentação no Salão do Automóvel de Paris daquele ano, em outubro. Porém, em setembro, a França entrou na Segunda Guerra Mundial, e o salão foi cancelado. Durante a guerra, quando a França já estava na iminência de ser ocupada pelos nazistas, tanto os protótipos quanto os projetos foram providencialmente escondidos. O público teve de esperar pelo dia 7 de outubro de 1948, na abertura do Salão do Automóvel, para conhecer o 2CV (“deux chevaux” – dois cavalos, em francês). O simpático veículo compacto de tração dianteira trazia algumas inovações: quatro rodas independentes, câmbio de 4 marchas de série e, sobretudo, sua capota de lona retrátil. Concebido como “quatro rodas debaixo de um guarda-chuva”, o novo Citroën também oferecia preço de venda e custo de manutenção acessíveis, além de consumir pouca gasolina para a época.  E o 2CV tornou-se um sucesso não apenas imediato como também duradouro – foi comercializado até julho de 1990.

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Dirigir um carro como o 2CV é uma experiência bastante singular. Pertencente a um colecionador e disponibilizado no evento comemorativo do centenário da Citroën, o modelo cinza chumbo de 1958 disponibilizado para uma rápida volta no entorno do Parque do Ibirapuera, na capital paulista, leva o conceito de “carro despojado” a um nível bem mais radical do que o visto nos veículos atuais. A espessura dos aços utilizados, a dobradiças e os trincos das portas remetem bem mais a um armário de cozinha atual do que àquilo que hoje se conhece hoje em dia como um automóvel.

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O motor é um boxer de apenas 375 cc e 9 cavalos de potência. Com um motor tão pequeno, não daria para mover um carro muito pesado. No 2CV, tudo parece leve e delicado, o que contrasta com o esforço físico necessário para realizar alguns comandos triviais, como virar o volante ou engatar as marchas.  O volante, sem qualquer tipo de assistência hidráulica ou elétrica, é pesado e tem uma “folga” enorme, o que demanda uma atenção extra nas curvas. O engate das marchas é feito empurrando ou puxando a alavanca de câmbio, de um jeito específico de acordo com a marcha desejada e seguindo uma lógica nada intuitiva. Os retrovisores são mínimos e praticamente inúteis. O isolamento acústico não existe, assim como os cintos de segurança, que foram inventados depois. Os freios passam longe da precisão e é prudente dar sempre uma boa margem de segurança. Afinal, a última coisa que se deseja é avariar uma preciosidade automotiva com essa. Apesar de todo o anacronismo tecnológico e do desconforto, o 2CV esbanja carisma e é de uma simplicidade quase comovente. Dirigi-lo é quase como andar numa montanha russa – uma experiência que consegue ser ao mesmo tempo assustadora e divertida.

 

 

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