Daniel Dias/Agência AutoMotrix

 

A 12ª geração da Frontier, fabricada desde o ano passado em Córdoba, na Argentina, está no Brasil com família completa. Parte da versão de entrada S com motor 2.3 turbodiesel de 160 cavalos e câmbio manual de 6 marchas, com preço de R$ 137.550, e chega às configurações com propulsor 2.3 biturbodiesel de 190 cavalos e a nova transmissão automática de 7 velocidades – a Attack, que retorna ao catálogo da picape, a R$ 155.590, a XE, a R$ 172.880, e a topo de linha LE, a R$ 193.290. Todas têm tração 4×4 com reduzida e bloqueio do diferencial. Uma das novidades mais aguardadas da nova Frontier é justamente a volta do sobrenome Attack, vendido em gerações anteriores da picape. A versão fez parte da gama em 2006, na décima geração, e na 11ª, em 2012.

No Salão de Buenos Aires de 2017, a Nissan apresentou a Attack Concept, dando pistas de como seria a identidade visual da configuração na linha. Muitos detalhes foram preservados na versão de produção. A nova Attack traz como diferenciais no visual adesivos laterais com o nome da opção e a inscrição “4×4” nas laterais da caçamba, estribos, santantônio, rack de teto na cor preta, pneus todo-terreno, rodas escurecidas, sistema multimídia A-IVI e controle de áudio no volante.

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A Frontier Attack têm 5,26 metros de comprimento, 1,85 metro de largura, 1,85 metro de altura, 3,15 metros de entre-eixos, 23 centímetros de altura em relação ao solo, 1.054 litros de capacidade na caçamba, 30,3 graus de ângulo de ataque (da frente), 27,4 graus de ângulo de saída (atrás), 2.075 quilos de peso, oitenta litros no tanque de combustível, 3.500 quilos de capacidade de reboque e direção hidráulica. Conforme a Nissan, a picape tem uma média de consumo urbano de 9,2 km/l e rodoviário de 10,5 km/l. Obviamente, o consumo no fora-de-estrada é maior, mas não foi informado.

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A versão Attack da nova Frontier traz o sistema multimídia A-IVI com tela de oito polegadas, incluindo os aplicativos Android Auto e Apple CarPlay, assistência de voz e atualizações de software e do GPS via Wi-Fi (Over The Air), permitindo também a conexão simultânea de equipamentos e telefones celulares. Inédita no segmento, a navegação “porta a porta” é mais uma atração. Com ela, antes de se dirigir aonde a Frontier está estacionada, basta ao motorista colocar o destino no aplicativo “Door-To-Door Navigation”, disponível sem custos na Play Store e no iTunes, devendo estar instalado no smartphone do proprietário da picape.

Primeiras impressões

No rastro dos colonos

Daniel Dias/Agência AutoMotrix

Gramado/RS – O test-drive com a Frontier Attack partiu de Porto Alegre rumo a Gramado, com retorno à capital do Rio Grande do Sul inteiramente no asfalto. Portanto, foi no percurso da subida da Serra Gaúcha que a Attack pode mostrar todos os seus dotes, com metade do trecho – em torno de setenta quilômetros – por estradas vicinais de chão batido, obstáculos naturais complicados e muito barro no popularmente conhecido como “Caminho dos Colonos”, a partir da cidade de Parobé, com destino no belíssimo hotel rural La Hacienda, no interior de Gramado. Nessas condições, saltam aos olhos uma das principais qualidades da picape da Nissan: a suspensão traseira multilink e molas helicoidais – é a única do segmento com esse sistema, ante o feixe de molas das concorrentes. A suspensão de trás da Frontier trabalha em conjunto com um eixo rígido com nova calibração para a adoção das rodas de 18 polegadas e pneus mistos.

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O sistema recebeu molas maiores para melhorar o desempenho dinâmico e dar mais estabilidade e respostas mais rápidas na direção. Isso tudo quem está atrás do volante sente no teste off-road radical. Mesmo com a picape conduzida em velocidades maiores do que a recomendada em trechos difíceis, ela não desgarra nunca, teimando em apontar sempre para a frente e quase sem a necessidade de esterçar a direção. Associado ao chassi Duplo C, o conjunto de suspensão traseira confere à Frontier Attack um “chão” admirável e extremamente seguro. Para arrematar, a picape da Nissan pula pouco (normal nesse tipo de veículo), mesmo com a caçamba vazia – no fora-de-estrada ou no asfalto –, garantindo o conforto de todos dentro do carro. Ao optar pelo o sistema multilink, a Nissan quis oferecer um balanço entre o conforto no passeio e a alta estabilidade, sem abrir mão das capacidades no off-road e no transporte de cargas. E conseguiu.

Para completar o cenário favorável da Frontier Attack, ela também é um verdadeiro carro de passeio na estrada. A própria Nissan admite que não fez parte do planejado equipar seu modelo com o motor mais forte do segmento, marca pertencente à Volkswagen Amarok TDI 3.0 V6, com 224 cavalos. No entanto, os 190 cavalos da Attack são mais do que suficientes e justificam a busca do equilíbrio entre a potência e a capacidade suspensiva e de tração. Tudo está no seu lugar. Aliada a um conforto digno de um sedã médio de luxo, a Attack flutua no asfalto, não “dando bola” para eventuais desníveis nem buracos.

 

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