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O Cayenne surgiu em 2002 como uma aberração para os puristas e aficionados pela marca de esportivos de Stuttgart. Afinal, como um SUV poderia fazer parte do portfólio da Porsche, que colocou no mapa do mundo automotivo um ícone chamado 911, entre outras tantas preciosidades genuinamente esportivas? Passados 14 anos, o Cayenne não apenas conquistou os corações dos “porschistas” como também inspirou o segundo SUV da marca, o Macan, outro sucesso em cartaz. Com cerca de 800 mil exemplares vendidos no planeta – 5,2 mil só no Brasil –, o Cayenne ganhou ainda o posto de mais vendido da marca alemã e a terceira geração, novinha em folha, lançada no ano passado. A nova geração chegou ao Brasil em agosto, com preços de R$ 733 mil na versão topo de linha Turbo, com um 4.0 V8 biturbo de 550 cavalos, de R$ 523 mil para a intermediária S, com um V6 2.9 biturbo de 440 cavalos, e de R$ 433 mil na chamada simplesmente de Cayenne, com um 3.0 V6 turbo de 340 cavalos. Nem tanto pelo preço mais baixo, mas principalmente pelo custo/benefício mais favorável em relação aos outros modelos da linha, essa versão mais básica tornou-se o carro-chefe de vendas da nova geração do SUV da Porsche.

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Esteticamente, a terceira geração do Cayenne recebeu apenas alguns retoques em relação à versão anterior. No lado de fora, o SUV de luxo alemão ficou mais alinhado com as formas do 911 e do cupê de quatro portas Panamera. O Cayenne inaugurou na Porsche a plataforma MLB Evo do Grupo Volkswagen, do qual a fabricante de Stuttgart faz parte. A plataforma modular já é utilizada pelos Audi Q7 e Q8 e deixou o Cayenne com 6,3 centímetros a mais no comprimento (4,92 metros), 2,9 centímetros mais largo (1,98 metro), 0,9 centímetros mais baixo (1,69 metro) e com os mesmos e generosos 2,89 metros de entre-eixos em comparação à segunda geração. Devido ao uso de alumínio em toda a construção da carroceria, o Cayenne “perdeu” expressivos 65 quilos, baixando dos 2 mil quilos (1.985 quilos).

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O novo Cayenne evoluiu também por dentro. A cabine do novo Cayenne mantém o luxo e a modernidade e é extremamente aconchegante. Os materiais de acabamento são os melhores ao alcance da indústria automotiva na atualidade. No console central, onde se localiza uma elegante manopla da alavanca de câmbio, existe uma superfície preta sensível ao toque, na qual é possível acessar a vários comandos do carro. Um dos destaques da terceira geração do Cayenne é a central multimídia com tela de 12 polegadas afixada bem no meio do painel frontal. Chamada de Porsche Communication Manegement, a central comanda quase todas as funções do SUV. Ela contém ainda a mídia, a navegação e o pareamento com smartphones, tudo com uma definição de imagem impressionante.

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Embora o novo Cayenne possa ser equipado com opcionais e customização, a “versão básica” é bastante completa, trazendo de série itens como rodas de 20 polegadas, suspensão adaptativa, faróis full leds, teto solar panorâmico, ar-condicionado de duas zonas, controles de tração e estabilidade, sistema multimídia com tela de 12 polegadas e de frenagem automática, câmera de ré com sensores dianteiros e traseiros, tampa do porta-malas elétrica e bancos do motorista e do carona com ajustes elétricos.

Primeiras impressões

 

Essencialmente Porsche

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Porto Alegre/RS – O maior motivo para o Cayenne ter “dobrado” a antipatia inicial dos amantes da Porsche surge por inteiro quando o motorista assume o comando do carro e começa a usufruir de tudo que está a sua disposição. Assim como uma ilha só é uma ilha vista do mar, o Cayenne só é um utilitário esportivo observado por fora. A sensação ao volante, a beleza, os instrumentos, o arrojo e o desempenho são todos de um superesportivo da Porsche, a começar pelo inconfundível botão de acionamento do motor colocado do lado esquerdo da direção. Esse lugar único da “chave de ignição” dos Porsche de rua veio das participações da marca alemã nas 24 Horas de Le Mans, nas quais a largada é feita com os carros alinhados em diagonal de um lado da pista, enquanto os pilotos ficam fora aguardando o sinal da direção de prova. Para não haver perda de tempo, os pilotos cruzam a pista correndo e já contam com o acionamento do motor logo que entram no bólido.

A terceira geração do Cayenne melhorou em tudo ante à versão anterior. O “passeio” de três horas pela Região Metropolitana de Porto Alegre, obviamente, não privilegiou o desempenho final do SUV alemão, por não se contar com um autódromo para a aferição da velocidade e potência. Mas, segundo dados fornecidos pela Porsche, o motor 3.0 V6 turbo, com injeção direta e start-stop, tem potência de 340 cavalos de 5.300 a 6.400 rotações por minuto e torque de 45,9 kgfm de 1.340 a 5.300 rpm, acoplado à transmissão automática sequencial de 8 marchas – com opção de trocas em “paddles shifts” atrás do volante – e à tração integral. O carro acelera de zero a 100 km/h em apenas 5,9 segundos e pode atingir 245 km/h de velocidade máxima, números significativos para um veículo de porte grande e de quase duas toneladas de peso.

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A badalada central multimídia de 12 polegadas conta com dois coadjuvantes muito bem “sacados” pela Porsche. São duas telas menores, também em full-hd, que podem ser chamados a trabalhar sob ordens do motorista. Elas surgem no lugar de dois instrumentos digitais redondos. Analógico, só o contagiros, colocado no centro do “palco”, como em todos os Porsche. Essas telinhas podem trazer diversas informações, como a navegação, se a central estiver reproduzindo outra imagem no momento.

Ao lado do desempenho, a sensação permanente de conforto é uma marca registrada da terceira geração do Cayenne. O SUV da Porsche é absolutamente silencioso, mesmo nas marchas de força. Com uma ótima direção elétrica progressiva – “endurece” conforme a velocidade cresce – e uma suspensão macia, o carro alemão não voa no asfalto, flutua. O SUV pode ficar ainda mais confortável com a opcional suspensão pneumática ativa, que “” o solo à frente e adapta o sistema. A terceira geração do Cayenne reserva para o uso fora-de-estrada quatro modos de condução: cascalho, lama, areia e pedra. No teste feito na freeway – a auto-estrada que liga Porto Alegre ao litoral norte do Estado –, o mais complicado foi manter os limites de velocidade, pois qualquer pressão a mais no pedal da direta é suficiente para soltar a fera que o Cayenne tem por dentro.

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