A chegada do McLaren Senna ao Brasil não poderia acontecer em um momento mais propício. O superesportivo desembarcou no Porto de Santos há duas semanas e promete ser uma das grandes estrelas do Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, justamente na semana do GP do Brasil de Fórmula-1. Na principal categoria do automobilismo mundial, apesar do mau momento atual, a McLaren é uma marca que só perde em tradição para a Ferrari. Somando tudo isso, um carro produzido pela marca inglesa com o nome do tricampeão só poderia mesmo resultar em um sonho sobre rodas. Senna conquistou seus três títulos – em 1988, 1990 e 1991 – e também venceu duas vezes em Interlagos – em 1991 e 1993 – sempre a bordo de uma McLaren. No Brasil, a divisão de carros de rua da marca inglesa é representada pela McLaren São Paulo, empresa do grupo Eurobike.
Na cor chamativa Delta Red, a máquina estará exposta de 8 a 18 de novembro no estande da marca Senna, montado na área Vip Dream Lounge do evento paulistano. Pela primeira vez, o público brasileiro poderá ver de perto um dos veículos mais potentes, rápidos e com melhor aerodinâmica do mundo. Além do exclusivo superesportivo, o estande terá o MP4/6, utilizado por Senna na sua campanha pelo tricampeonato em 1991 e com o qual o piloto ganhou seu primeiro GP do Brasil. “O McLaren Senna foi escolhido a dedo para representar a marca Senna na categoria de superesportivos. Estamos muito felizes de poder trazer esse carro para que os fanáticos por automóveis e os fãs de Ayrton Senna possam vê-lo mais de pertinho”, comemora Bianca Senna, sobrinha do tricampeão e CEO responsável pela marca Senna. As 500 unidades do superesportivo que estão sendo produzidas na McLaren Automotive, em Woking, na Inglaterra, já foram todas vendidas, três delas para o mercado brasileiro, com preço de aproximadamente R$ 8 milhões cada uma. A primeira deve ser entregue para o felizardo dono até o final do primeiro semestre de 2019.
O McLaren Senna é equipado com motor 4.0 V8 biturbo com 800 cavalos de potência – a maior entre todos os modelos de rua da marca inglesa – e incríveis 80 kgfm de torque, sendo que 70 kgfm já ficam disponíveis a 3 mil rotações por minuto. O propulsor é associado à transmissão de 7 velocidades com dupla embreagem. Criado para definir um novo padrão entre os esportivos que nascem das pistas e por ter sido completamente inspirado no comportamento único e competitivo do tricampeão, o McLaren Senna é o carro de rua mais rápido de toda a história da fabricante do Rei Unido. O “bólido” acelera de zero a 100 km/h em apenas 2,8 segundos e pode chegar a 340 km/h. A título de comparação, um carro da Fórmula-1 faz a mesma aceleração em 1,5 segundo e alcança cerca de 370 km/h no final do retão dos boxes do circuito de Monza, conhecido como o Templo da Velocidade.
Outra tecnologia avançada do superesportivo está em sua aerodinâmica de chassi proporcionada pela combinação revolucionária da suspensão desenvolvida para o P1 – modelo apresentado pela McLaren Automotive em 2013 – com a mais recente criação de controle denominada RaceActive Chassis Control II (RCC II). Essa suspensão proporciona desempenho inigualável. O sistema de última geração foi projetado para gerar e gerenciar uma carga aerodinâmica brutal e criar um legítimo desempenho de pista. O RCC II permite que o McLaren Senna seja conduzido na estrada com relativo conforto. No entanto, com o modo “Race” acionado, o superesportivo pode oferecer uma performance digna de competição, com níveis de “downforce” (pressão aerodinâmica) nunca vistos em um carro de estrada e uma rigidez de rolamento comparável a um bólido de competição com especificação GT3. Além da exclusiva suspensão, o McLaren Senna tem outros elementos aerodinâmicos ativos, como o gigantesco aerofólio traseiro duplo controlado por um sistema hidráulico. A atuação dessa asa lembra a de um carro de Fórmula-1, pois se reposiciona constantemente para aumentar o nível de “downforce” e atuar como freio aerodinâmico em altas velocidades. Todas as tomadas de ar do carro são funcionais, inclusive aquelas presentes abaixo dos faróis e das lanternas.
O McLaren Senna produz até 800 quilos de “downforce” – 200 quilos a mais que no P1. Os flaps dianteiros e a asa traseira ativos são fundamentais para desbloquear esse desempenho aerodinâmico. O inovador aerofólio aproveita o fluxo de ar, otimiza o equilíbrio do veículo e mantém a janela aerodinâmica o mais ampla possível. Isso aumenta o potencial do superesportivo e transmite ao motorista se aproximar cada vez mais dos limites do carro. As frenagens são igualmente poderosas. O veículo necessita de apenas 100 metros de distância vindo à velocidade de 240 km/h, graças ao moderníssimo sistema de freios instalados no carro associado ao ABS. O sistema utiliza tecnologia de competição com discos de cerâmica de carbono que demoram cerca de sete meses para serem produzidos. As pinças dianteiras inspiradas na Fórmula-1 têm um design monobloco superrígido e seis pistões ventilados para reduzir as temperaturas. Um servo-freio usado no P1 GTR somente para pista melhora a modulação e a consistência do pedal. Colaboram também os pneus especiais Pirelli (fornecedora oficial da Fórmula-1) P Zero Trofeo R 245/35 ZR 19 na frente e 315/30 ZR 20 na traseira, que envolvem as rodas de alumínio ultraleves com uma única porca central. Como todo superesportivo, o McLaren Senna não privilegia o conforto, embora tenha ar-condicionado dual zone, sistema de som da grife Bowers & Wilkins, direção com assistência eletro-hidráulica e volante recoberto com Alcantara. Os dois únicos bancos são do tipo concha, de competição.
Velocidade máxima
A McLaren Automotive é uma fabricante de carros esportivos de luxo e de alto desempenho, originada da equipe de Fórmula-1 fundada em 1966 pelo piloto neozelandês Bruce McLaren, que sofreu um acidente fatal durante testes da categoria Cam-Am em 1970. A empresa, lançada em 2010, ocupa atualmente a maior parte do Grupo McLaren. Cada veículo de rua é montado artesanalmente no McLaren Production Center, em Woking, Surrey. A McLaren Automotive tem três famílias de produtos definidos: Sport Series, Super Series e Ultimate Series, que são distribuídas por mais de 80 representantes em 30 mercados ao redor do mundo.
A fama inventiva da empresa vem da equipe McLaren. Em 1981, a escuderia introduziu a fibra de carbono na construção de grande parte do carro de pista, revolucionando a segurança na Fórmula-1, com o MP4/1. Em 1993, projetou e construiu o carro de rua McLaren F1, não produzindo desde então nenhum modelo sem a fibra de carbono na construção. Como parte da Ultimate Series, o P1 foi o primeiro a oferecer um supermodelo híbrido.
Anunciado em 2016, o plano de negócios Track22 da empresa investirá 1 bilhão de libras esterlinas (cerca de R$ 4,9 bilhões) em pesquisa e desenvolvimento para entregar 15 novos carros ou derivados até o final de 2022, dos quais, metade com tecnologia híbrida (união de um motor a combustão com um ou mais elétricos). No ano passado, a empresa lançou outros modelos de acordo com o Track22, incluindo o 570S Spider e o McLaren Senna. Para apoiar o desenvolvimento, engenharia e fabricação de sua gama de superesportivos, a McLaren Automotive se associou com empresas líderes mundiais para fornecer conhecimentos especializados e tecnologia, como a AkzoNobel, a Kenwood, a Pirelli e a Richard Mille.