Uma das mais representativas mostras automotivas do mundo, o Salão de Paris abriu as portas para o público no dia 3 de outubro – e se estenderá até o dia 14 – marcado por incertezas sobre o futuro do formato desse tipo de evento e por muitas ausências entre as fabricantes. Marcas como Volkswagen, Fiat, Ford, Volvo, Nissan, Opel, Mitsubishi, Alfa Romeo e Rolls-Royce ficaram de fora da mostra realizada no Porte de Versailles, na capital francesa. O parcial esvaziamento se explica por algumas teorias correntes no setor, como o desejo das montadoras em não dividir a atenção da imprensa especializada e do público para seus lançamentos, o crescimento do Salão de Xangai, na China, e da CES (feira de alta tecnologia de Las Vegas, nos Estados Unidos) e o preço cobrado de cada espaço para estande neste ano no evento parisiense – 800 mil euros (cerca de R$ 3,6 milhões), sem contar as despesas com decoração, montagem, estrutura e pessoal. Para o Porte de Versailles não ficar com muitos lugares vazios, os organizadores abriram a mostra também para as motocicletas e tecnologias para a mobilidade. Nos estandes das marcas que prestigiaram o evento, poucas – e boas – novidades. Ferrari, BMW, Toyota, Audi e Porsche estão entre as que melhor aproveitaram o evento parisiense.
“Top 5” do Salão de Paris 2018
Ferrari Monza SP1 e SP2
Mais uma vez, a Ferrari exibe o “supercarro” do Salão de Paris. A Casa de Maranello brilhou na mostra com a impressionante Monza SP1 (com apenas um lugar) e a SP2, para o motorista e um acompanhante sentado à direita, inspiradas nos modelos de competição dos anos 50 da escuderia vermelha. A versão monoposto é a que mais chama a atenção, principalmente pelo ineditismo de se ter um carro de rua para só uma pessoa. Na prática, modelos de competição, as duas Ferrari não contam com para-brisa e sim pequenos defletores de ar para “salvar o penteado” do condutor – no caso da SP1 – e dos dois ocupantes, na SP2. Ambas são equipadas com motor 6.5 V12 (herdado da lendária Superfast) de 810 cavalos a 8.500 rpm e 73,3 kgfm de torque a 7 mil rpm, potência que não faz feio aos carros atuais da Fórmula-1. O propulsor está associado à transmissão automática de 7 velocidades. O conjunto pode levar as Ferrari Monza a 300 km/h e acelerar de zero a 100 km/h em 2,9 segundos. As máquinas, construídas quase inteiramente em fibra de carbono – mesmo material empregado nos carros da F-1 -, medem 4,65 metros de comprimento, 1,99 metro de largura e 1,15 metro de altura, com 1.500 quilos, na SP1, e 1.525 quilos, na SP2. O “cockpit” das duas versões é idêntico, com quadro de instrumentos digital, com exceção do conta-giros. Os comandos ficam concentrados em um painel localizado no console à direita do motorista. Menos de 500 unidades serão produzidas da Ferrari Monza, divididas entre SP1 e SP2.
BMW Série 3
Com apelido de G20, a sétima geração da Série 3 foi apresentada pela BMW em Paris. O modelo mantém a filosofia de design evolucionista que marca a Série 3 desde o seu lançamento, em 1975, com mais de 15 milhões de unidades vendidas em todo o mundo. O carro é montado agora sobre a nova arquitetura flexível CLAR (Cluster Architecture), que será a base de todos os futuros modelos com tração traseira da marca alemã. A nova Série 3 é 8,5 centímetros mais longa que a versão anterior, 1,6 centímetros mais larga e 4,1 centímetros maior no entre-eixos. O G20 316i terá motor 1.5 turbo de 136 cavalos (do 218i) e o 316d terá propulsor a diesel com 122 cavalos, compartilhado do MINI Cooper D. Os 2.0 responderão pelo maior volume de vendas da nova Série 3 e equiparão o 330i e o 320d. Uma inédita caixa manual de 6 marchas será introduzida para servir de opção à transmissão Steptronic de 8 velocidades. Como alternativa à tração traseira, o sistema integral BMWxDrive estará disponível no novo 320d (diesel).
Toyota Corolla hatch e “nova” Fielder
A Toyota mostra em Paris uma versão hatchback do Corolla, que pode ser produzida no Brasil e, em futuro próximo, será a “nova cara” do veículo mais vendido do planeta. A fabricante japonesa apresenta também a station wagon Touring Sports, sucessora da Fielder, inexplicavelmente tirada de linha no Basil quando vivia seu apogeu. A nova família do Corolla estreia no mundo híbrido com os dois modelos. Uma das versões utiliza propulsor 1.8 de 122 cavalos, enquanto a outra tem um 2.0 de 180 cavalos. As duas trabalham em conjunto com um motor elétrico de 71 cavalos, com sistema de recarga da bateria via propulsor a combustão.
Audi Q3
A Audi lança em Paris a nova geração do Q3, que já foi o crossover de entrada da marca alemã antes do surgimento do Q2. E, justamente para “distanciar” o modelo de seu irmão menor, a Audi aumentou o Q3 em 9,6 centímetros, privilegiando o espaço interno. Com isso, o SUV ficou com um entre-eixos 7,7 centímetros mais longo. O compartimento de carga também cresceu, para 675 litros. O Q3 é o mais novo modelo do Grupo Volkswagen a adotar a plataforma MQB. O carro será oferecido com três opções de motores turbo a gasolina e uma a diesel, com potência variando de 150 cavalos a 230 cavalos. O Q3 segue a nova identidade visual da Audi, que estreou no A8 e já está presente no A7 Sportback e no A6 Sedan.
Porsche Macan
Segundo SUV da história da Porsche – depois do Cayenne –, o Macan estreou em 2014. Quatro anos depois, o carro tem sua primeira reestilização completa no visual e no sistema de infoentretenimento. A nova geração do Macan tem motor 2.0 turbo com geometria da câmara de combustão aperfeiçoada, capaz de desenvolver 235 cavalos de potência e 37 kgfm de torque. Equipado com a transmissão PDK de dupla embreagem e 7 velocidades, o SUV de luxo da Porsche acelera de zero a 100 km/h em 6,7 segundos e chega a 225 km/h. O novo Macan tem um leque de possibilidade de conexão digital por meio do Porsche Communication Management (PCM), com tela “touchscreen” de 10,9 polegadas. Assim como o Panamera e o Cayenne, o Macan vem completamente conectado de série, com navegação em tempo real, pareamento do smartphone, duas interfaces de áudio e controle por voz.