Uma das estrelas da Mercedes-Benz no Salão Internacional do Automóvel de São Paulo deste ano – que acontecerá de 8 a 18 de novembro na capital paulista –, será a nova geração do G 63. O modelo de maior personalidade na galeria icônica dos veículos com a assinatura da AMG, divisão esportiva da fabricante alemã, mantém o estilo clássico marcado pela carroceria de linhas retas que o caracteriza desde o lançamento, em 1979. Mas o utilitário de luxo e de alto desempenho se moderniza no design, refina sua construção e seu acabamento interno e apresenta um novo motor, mais leve e ágil, sem comprometer a potência. No lançamento da nova geração no mercado brasileiro, os preços sugeridos são quase tão impressionantes quanto o próprio veículo. O G 63 será oferecido por R$ 1.049.900. Já a série especial G 63 Edition 1 custa R$ 1.179.900.
Para “fincar pé” nas tradições, o novo G 63 continua exibindo a inconfundível grade Panamericana – o famoso “bigodão” estilizado –, inspirada nos bólidos de competição da Mercedes dos anos 50 e marca registrada de todos os modelos da AMG. Alguns itens de design conferem ao novo G 63 uma aparência única e inconfundível. Lá estão a tradicional silhueta em forma de caixa, o capô imponente, as dobradiças externas das portas aparentes, os faróis redondos, os indicadores de direção destacados, as maçanetas robustas, as faixas protetoras em preto brilhante, o emblema AMG prateado, o estepe exposto na porta traseira com cobertura de aço inoxidável e a estrela da Mercedes-Benz tridimensional.
A base mecânica para a característica “AMG Driving Performance” do novo G 63, tanto no uso rodoviário quanto no fora-de-estrada, é garantida pelo motor 4.0 V8 biturbo. Mais leve e compacto, o novo propulsor substitui o V8 biturbo de 5,5 litros do modelo anterior. O motor 4.0 gera impressionantes 585 cavalos com robustos 85 kgfm de torque ao longo de uma ampla faixa de rotações, de 2.500 a 3.500 rpm. Apesar de estar “camuflado” de utilitário off-road, o G 63 tem a performance dos produtos da AMG, com aceleração de zero a 100 km/h cumprida em apenas 4,5 segundos e velocidade final de 220 km/h, limitada eletronicamente. O motor trabalha em conjunto com a transmissão AMG Speedshift TCT 9G de 9 velocidades, que no novo G 63 recebeu um escalonamento especial para o carro ter tempo de trocas de marchas mais curtos. Segundo a Mercedes-AMG, a ampla faixa de torque do motor permite ao motorista optar entre uma experiência de condução esportiva ou confortável. Em todos os modos de transmissão, o G 63 arranca sempre em primeira marcha para garantir uma saída dinâmica da imobilidade. A alavanca Direct Select foi reposicionada para a coluna da direção. O modo manual/sequencial pode ser selecionado por meio de um botão no console do câmbio ou em “paddles shifts” localizados atrás do volante.
A tração integral AMG Performance 4Matic tem no novo G 63 uma distribuição de torque favorecendo a traseira, com divisão de força 40% no eixo dianteiro e 60% no de trás. Essa configuração garante maior agilidade na estrada e melhor tração durante a aceleração. Na geração anterior do utilitário da AMG, a relação era de 50% por 50%, ou seja, neutra. A reduzida da caixa para o off-road foi aperfeiçoada para operação em terrenos difíceis, ajudando a assegurar que o carro possa enfrentar os trechos fora-de-estrada mais exigentes, aparecendo mais notadamente nas arrancadas em subidas com fortes inclinações. A nova embreagem multidiscos se comporta como um diferencial blocante controlado automaticamente. Quando o motorista aciona a tecla para bloquear o diferencial central, a embreagem multidiscos passa a exercer a função por completo.
De acordo com a fabricante alemã, a agilidade na condução se deve em especial ao sistema de suspensão, completamente reprojetado pela Mercedes-AMG, e que utiliza molas helicoidais nas quatro rodas. Pela primeira vez no G 63, o eixo dianteiro traz uma suspensão independente, com braços duplos em V, semelhante aos usados em carros de competição. Atrás, o eixo rígido tem uma suspensão com cinco braços. A configuração oferece boa dirigibilidade na estrada e no off-road. Por meio de um botão no console central, o motorista pode escolher entre três conjuntos de amortecimento: Comfort, Sport e Sport+, influenciando a experiência de condução, que pode ser desde muito confortável até mais rígida e esportiva.
Para maior eficiência energética, a Mercedes-AMG equipou o motor V8 do novo G 63 com um sistema de desativação de cilindros. Em regime de carga parcial, os cilindros dois, três, cinco e oito são “anulados” temporariamente, reduzindo o consumo de combustível. Ao ser selecionado o modo de condução Comfort, o sistema de desativação de cilindros é disponibilizado em uma ampla faixa de rotações, de 1.000 a 3.250 rpm. O painel de instrumentos principal informa se o dispositivo de eliminação está em uso e se o motor está operando em regime de carga parcial ou total. A transição entre a operação com quatro ou oito cilindros é rápida e imperceptível.
A direção eletromecânica sensível à velocidade foi também colocada pela primeira vez como equipamento do G 63. A assistência da direção é reduzida automaticamente em velocidades altas, tornando o giro do volante “mais duro” em nome da segurança, para que um eventual movimento mais brusco feito pelo motorista não cause a perda de controle do veículo ou até uma capotagem. Por outro lado, a assistência elétrica aumenta em velocidades mais baixas, para facilitar sobretudo nas manobras.
No interior, as funções do conjunto de instrumentos, à esquerda do painel principal, e do sistema multimídia (à direita) podem ser controladas individualmente por movimentos dos dedos, horizontal ou verticalmente. Como na Classe S, as regulagens para o Active Distance Assist Distronic e o controlador de velocidade de cruzeiro são feitas nos painéis à esquerda. Os da direita são para ativar o controle por voz, o telefone, o volume do sistema de som, a seleção de músicas e outras funções do sistema multimídia.
Um dos “segredos” para a grande capacidade off-road do Mercedes AMG G 63 vem da rigidez do chassi, feito de aço da alta resistência, e uma carroceria montada de material composto. Na parte de baixo, o chassi protege os principais componentes – tanque de combustível e sistema de escapamento – de um eventual contato com o solo ao passar sobre obstáculos típicos de terrenos difíceis, para os quais o utilitário de luxo da Mercedes-AMG tem evidente vocação. Outro objetivo durante o desenvolvimento do novo G 63 foi diminuir o peso da carroceria. Utilizando um protótipo digital, os projetistas simularam a vida útil de componentes individuais e dos conjuntos para determinar onde poderiam ser empregados materiais mais leves sem comprometer a durabilidade da carroceria e do chassi. O resultado obtido foi uma combinação de materiais. A carroceria utiliza vários tipos de aço. Os para-lamas, o capô e as portas são feitos em alumínio. Para manter as dobradiças e as maçanetas típicas da Classe G, os engenheiros as modificaram para se adequar ao novo design em alumínio. Já as colunas A e B (as da frente e as centrais do carro) são construídas em aço de alta resistência.