A Fazer 250 é fruto de um dos projetos mais acertados da Yamaha no Brasil e ajudou a marca a ganhar espaço no mercado nacional. A moto teve significativas mudanças no final do ano passado, que reforçaram as mesmas características das versões anteriores, agora com um leve toque de esportividade, mas sem perder seu caráter urbano. Está mais rápida e ágil, porém, penalizou um pouco do conforto para longos trajetos.
As duas novidades são fáceis de se explicar: um novo chassi mais leve, que encurtou a moto, e a posição das pedaleiras um pouco recuadas, junto com o guidão em posição mais alta. A mistura acabou deixando a posição de pilotagem ligeiramente indefinida, o que fica sensível após períodos mais longos de pilotagem. Se a ideia era dar mais esportividade, o recuo das pedaleiras faz sentido, mas o guidão mais alto vai na direção contrária disso.
Apesar dessa indefinição quanto à posição de pilotagem da nova Fazer 250, continua sendo um grande prazer conduzir a moto, sobretudo em trechos sinuosos, seja no trânsito ou na estrada, pois está mais fácil de se mudar a moto de direção rapidamente. Soma-se a isso as respostas do acelerador mais vigorosas, fruto de uma faixa de torque mais bem distribuída e que surge já em rotações mais baixas.
Os engenheiros indianos, japoneses e brasileiros que trabalharam para mudar a moto conseguiram colocar elementos que surpreendem, aperfeiçoam e de fato renovam a moto, o que parecia difícil de acontecer. Além da melhora sensível na agilidade e nas respostas e das pequenas mudanças técnicas no motor, o baixo consumo em uso normal impressiona. Com gasolina, a média de consumo ficou em 37,8 km/l, rodando boa parte em estradas simples e rodovias, sempre próximo do limite de velocidade de 120 km/h. O tanque de combustível, que agora tem capacidade para 14 litros (o anterior era de 18,5 litros) admite autonomia fácil para além dos 400 quilômetros.
Apesar de não ter sido feito qualquer modificação no motor, dois itens são novos e fundamentais para que o desempenho da moto continuasse a ser destaque, sobretudo com o torque avantajado, mais presente em baixas rotações. O primeiro é a caixa de ar maior, que alimenta melhor a mistura ar/combustível. O segundo é o escapamento, que permite melhor fluxo de gazes na saída e gera um ronco mais grave e encorpado. As duas mudanças deram à moto 0,6 cavalos de potência, o que é pouco perceptível na velocidade final, mas muito sensível nas respostas em rotações mais baixas.
Não mexer no motor da moto foi uma decisão conservadora da fábrica, que não quis colocar em risco a confiabilidade e resistência do projeto atual. Com um cilindro, arrefecimento misto (ar e óleo), 249,5 cm³ de capacidade, duas válvulas acionadas por comando simples no cabeçote (SOHC – Single Over Head Camshaft) que gera 21,3 cavalos (gasolina) e 21,5 cavalos (etanol), ambos atingidos a 8.000 rpm e torque de 2,1 kgf.m a 6.500 rpm independentemente do combustível ou da mistura que estiver no tanque.
O maior responsável por todas as mudanças na Yamaha Fazer 250 é o novo chassi, que está 4 quilos mais leve e agora é do tipo diamante, com o motor fazendo parte da estrutura (era de berço duplo). Fabricado em tubos de aço, o chassi manteve a boa rigidez do conjunto e atua positivamente para o equilíbrio e controle absolutos da moto em manobras rápidas ou em baixa velocidade. A rapidez e agilidade nas mudanças de direção se explicam pela diminuição no ângulo de caster e no trail, que agora são de 24,5 graus e 98 milímetros (26,5 graus e 104 milímetros na Fazer 250 anterior), respectivamente.
Com ABS de série na versão única, os freios atendem corretamente à necessidade da moto com os discos nas duas rodas (282 mm na dianteira e 220 mm na traseira). Já as suspensões melhoraram muito. O sistema copia e absorve bem as irregularidades do piso sem transmitir desconforto ao piloto e mantém os pneus grudados ao piso em todas as condições. As rodas de liga leve vêm com pneus Pirelli Sport Demon, que oferecem um rodar macio e boa aderência em qualquer condição.
A Yamaha demorou para fazer mudanças significativas na Fazer 250, mas valeu à pena esperar. A marca manteve o que a moto tinha de melhor, melhorou itens que necessitavam de mudança e modernizou o produto para dar-lhe mais longevidade. O preço sugerido para a Fazer 250 é de R$ 15.290.