Quando foi lançado no Brasil, em setembro do ano passado, o Equinox trouxe a versão denominada Premier. A nomenclatura adotada pela General Motors para o acabamento mais sofisticado da linha Chevrolet é caracterizada pela ampla utilização de materiais nobres, itens de tecnologia de ponta e alto nível de refinamento interno e externo. Em outubro, foi a vez da versão de topo do Tracker, antes intitulada LTZ, também receber a denominação Premier. De quebra, o utilitário esportivo compacto produzido no México incorporou como equipamentos de série os controles eletrônicos de estabilidade e tração (ESP).
O design do Tracker permanece o mesmo do modelo lançado no Brasil no Salão Internacional do Automóvel de São Paulo em 2016, que deu ao SUV a atual assinatura visual da Chevrolet. O estilo atual explora bem melhor o aspecto de robustez desejável nos veículos do segmento. Com a troca de nome da versão LTZ para Premier, mudou apenas a discreta plaquinha com inscrição do nome da configuração, na parte inferior da tampa do porta-malas. O motor é o mesmo 1.4 com turbocompressor que equipa as versões hatch e sedã do médio Cruze e rende 153 cavalos de potência máxima e 24,4 kgfm de torque – segundo a GM, 90% dessa força está disponível em 1.500 rpm. O trem de força vem associado ao câmbio automático de seis velocidades com opção sequencial acionada por meio de botão localizado na alavanca no console central.
Em termos de equipamentos, além dos novos controles dinâmicos de estabilidade e tração, o Tracker Premier traz sistema multimídia MyLink com tela capacitiva de 7 polegadas e compatibilidade com Apple CarPlay e Android Auto, que permitem espelhar o smartphone do usuário diretamente na tela do carro. Entre os aplicativos compatíveis estão os de música, como Spotify, de mensagens de texto, como o WhatsApp, e de navegação, como o Waze e Google Maps. A mesma tela também transmite as imagens da câmara de ré. Assim é a versão a Premier I, que parte de R$ 99.490 mil. Existe também a versão Premier II, de R$ 102,69 mil, que já incorpora os opcionais disponíveis para o Tracker de topo, que são os airbags laterais e de cortina e os alertas de mudança involuntária de faixa e de colisão frontal. No último, o motorista escolhe que distância manter em relação ao veículo à frente e, caso haja risco de acidente, sinais luminosos e sonoros são acionados para chamar a atenção. Um detalhe negativo fica por conta da inexistência do ajuste de profundidade do volante – tem apenas o de altura.
O Tracker soma a tecnologia OnStar, que comanda diversas funções do veículo, dá acesso a serviços de segurança, “concierge”, emergência e navegação. A versão do SUV oferece ainda o Diagnóstico Avançado – permite ao usuário fazer um check-up dos principais sistemas do carro de forma remota. O OnStar também é capaz de detectar quando o automóvel está sendo furtado ou se envolveu em um acidente que resultou na deflagração dos airbags.
Impressões ao dirigir
Eletrônica dinâmica
Porto Alegre/RS – Durante os testes com o Tracker Premier, o controle de tração e estabilidade (ESP), a estrela da versão, foi exigido em condições severas de condução. Encarou com desenvoltura alças de entrada e saída de viadutos rodoviários da periferia da capital gaúcha, todas com piso irregular. O habitual descaso do poder público, que normalmente apavora os usuários comuns das estradas brasileiras, acabou colaborando nas observações do comportamento da estabilidade do veículo. De fato, o SUV da GM é um veículo equilibrado e torna até difícil ver os controles de tração e estabilidade em ação. Mas eles felizmente estão lá. São tão importantes que aparecem até na lista de modelos bem mais baratos. Já havia passado da hora de chegarem ao Tracker.
Nas vezes em que os controles de tração e estabilidade foram ativados, o ESP passou a impressão de “tomar posse” o carro. O sistema parece que desperta e passa a corrigir as saídas do veículo, em especial, as de traseira, enviando ordens a cada uma das quatro rodas e dando conta de como elas devem tracionar mais ou aliviarem seu curso, até que o carro fique estável. O conjunto motriz do utilitário esportivo, de 153 cavalos com etanol, pode atingir velocidade de 198 km/h, com aceleração de zero a 100 km/h feita em 9,4 segundos (melhorou um décimo de segundo com o ESP). O “powertrain” propicia ultrapassagens decididas, retomadas ágeis e arrancadas bem satisfatórias.
Na hora de abastecer, nada assusta também. O Tracker ganhou nota “A” no selo de eficiência energética do Inmetro em sua categoria, com média na cidade/estrada de 7,3/8,2 km/l com etanol e 10,6/11,7 km/l com gasolina. No geral, levou uma nota “C”, com consumo energético de 1,97 MJ/km. As tecnologias de controles presentes na Premier influenciam para melhor não só na segurança, na dirigibilidade e na estabilidade como também dão uma força na economia de combustível.