No final do ano passado, a linha 2018 do Chevrolet Cruze sedã LTZ chegou às concessionárias da marca. O modelo continua equipado com o motor 1.4 Ecotec turbo de 153 cavalos (etanol), associado à transmissão automática de seis velocidades com opcional de trocas sequenciais na alavanca de câmbio. A novidade em relação ao ano/modelo anterior está na construção do motor turbo bicombustível, que antes vinha dos Estados Unidos, passou a ser produzido no complexo de Rosário, na Argentina, o mesmo local em que o Cruze é montado. Além do motor “hecho en Argentina”, o sedã finalmente incorporou repetidores de seta nos retrovisores, item corriqueiro no segmento que inexplicavelmente ainda não era oferecido no médio da Chevrolet. O ajuste de altura dos faróis também passou a ser de série na versão.
A relação peso/potência permanece a mesma da linha 2017, e permite que os 1,32 mil quilos do Cruze sedã sejam acelerados da imobilidade aos 100 km/h em 8,8 segundos. No consumo, os números coletados com o motor argentino apresentaram uma leve melhora, com 12,1 km/l (anteriormente, 11,9 km/l) na cidade e 15,2 km/l (14,6 km/l de antes) na estrada.
Com pouco mais de dois anos de estrada, o design se mantém moderno, com o veículo chamando a atenção por onde passa. No entanto, a nova linha da versão de topo de linha do Cruze já poderia ter incorporado itens de maior sofisticação, como teto solar ou faróis de xenônio. A marca norte-americana optou por concentrar mais mudanças na versão LT, a de entrada, que agora sai de fábrica equipada com controle de estabilidade e de tração, assistente de partida em rampa, sensor de estacionamento traseiro, computador de bordo, rodas de liga leve de 17 polegadas e start/stop – desliga e volta a acionar o motor em paradas de trânsito.
Em termos de entretenimento e interatividade, o Cruze conta com o MyLink e o OnStar, quase um “anjo da guarda” do dono do veículo. A partir de uma central de monitoramento, o sistema é capaz de ajudar a encontrar restaurantes e outros pontos de interesse, programar uma rota no GPS ou até informar o horóscopo do dia. Jamais deixa o motorista “sozinho”, colabora na segurança e pode até ajudar na recuperação do carro em caso de furto ou roubo.
Impressões ao dirigir
Bom de pista
Porto Alegre/RS – O coração do Cruze – o motor turbo de 153 cavalos – é também seu maior convite ao prazer. O sedã da Chevrolet pede aceleração. E o casamento do propulsor com o câmbio automático de seis velocidades é perfeito. A esportividade do desempenho fica evidente logo no primeiro momento em contato com o carro e fica materializada quando o turbo entra em ação. Em termos de potência e dirigibilidade, nada falta. O conjunto motriz transmite uma sensação instigante ao motorista, que sente quando o turbo entra em ação, com acelerações e retomadas encorpadas e um conforto adicional: o baixo nível de ruído do motor dentro da cabine.
Com o desempenho garantido, chega a vez de aproveitar o cartão de visitas do Cruze sedã: a dirigibilidade. Se no conturbado trânsito das grandes cidades esse quesito traz conforto para o motorista, nas estradas com pavimento irregular – um triste panorama da maioria das nossas rodovias –, a dirigibilidade do carro da Chevrolet se traduz em segurança, vinda por um jogo de suspensão bem calibrado e pelo baixíssimo rolamento da carroceria. A união do motor turbo com a condução prazerosa da atual linha do Cruze representou um grande salto de qualidade da família de sedãs médios da fabricante norte-americana, que ficava devendo especialmente em potência nos tempos dos Monza e dos Vectra. Com o turbo, o Cruze amadureceu e mudou de patamar.