Pneus estão diretamente ligados à segurança – e, no caso das motocicletas, essa relação é ainda mais crucial. Por isso, é preciso calibrar os pneus semanalmente. Para saber qual a pressão recomendada há etiquetas na balança traseira e na capa da corrente das motos ou próximo ao porta-luvas, no caso das scooters. Outro ponto que deve ser observado é o desgaste da banda de rodagem. Para isso, todo pneu tem uma marcação nas laterais com as letras TWI (Tread Wear Indicator), que sinaliza o limite mínimo de segurança do composto. Além de colocar a vida do motociclista em risco, pneu careca é passível de multa e pontos na carteira. Com o apoio técnico da Pirelli, segue abaixo uma lista com mitos e verdades sobre pneus de moto.
1) Pneus de motos deve sempre ser trocados aos pares.
Verdade
Ao contrário dos carros, as motos dependem apenas desses dois pontos de contato com o solo para serem pilotadas e equilibradas. Assim, em situação que seja necessário trocar um dos pneus, seja o dianteiro ou o traseiro, o equilíbrio do conjunto ficaria completamente afetado devido à diferença de desgaste dos pneus. O que aumentaria, e muito, o risco de acidentes, principalmente em condições de baixa aderência, como em pistas molhadas.
2) Deve-se usar pneus da mesma marca e modelo nas duas rodas.
Verdade
Os pneus das motos são feitos para trabalharem em conjunto. O traseiro, especialmente em caso de chuva, fica em contato com a superfície deixada pelo dianteiro e, por isso, caso os modelos sejam de marcas diferentes, a estabilidade da roda traseira será afetada. É perigoso em condições de pista com baixa aderência.
3) Pneus do tipo remold são proibidos para motocicletas.
Verdade
Ao contrário de veículos com quatro ou mais rodas, as motos não podem sofrer com falhas dos pneus por motivo algum, já que em qualquer eventualidade o risco de acidente é enorme. Dessa forma, os pneus de motos não são fabricados para suportarem esse tipo de tecnologia adotada nos pneus remoldados dos automóveis, que são pneus usados que recebem uma nova banda de rodagem.
4) Pneus têm prazo de validade.
Mentira
Os pneus das motos levam em suas laterais informações sobre data de fabricação, mas não têm data de validade. Para a troca, é necessário ficar atento ao indicador de desgaste da banda de rodagem, o famoso TWI, que está apontado nas laterais do pneu, em vários locais. Quando a altura da banda de rodagem chegar ao TWI, é necessário efetuar a troca. Em caso de dúvida, é uma boa ideia procurar um especialista para uma avaliação. Na Pirelli, os pneus têm cinco anos de garantia após a data de compra com apresentação do comprovante fiscal.
5) Pneus com rachaduras devem ser trocados imediatamente.
Verdade
Pneus ressecados com rachaduras precisam ser trocados, já que a borracha está aquém da condição ideal para o funcionamento mais seguro do pneu. Para garantir o máximo de desempenho e durabilidade de um pneu, deve ser evitado deixá-lo exposto ao sol caso esteja estocado. Se estiver equipado na moto, é prudente evitar passar sobre produtos químicos derivados de petróleo, o que pode atacar a borracha afetando sua durabilidade. Além disso, é importante manter os pneus sempre calibrados, de acordo com as especificações da fabricante da moto.
6) Passar cera nos pneus aumenta a durabilidade.
Mentira
Os pneus novos não têm cera, mas sim uma camada de produto desmoldante, utilizado no processo de fabricação. O ideal, sempre ao se colocar novos pneus, é tomar um certo cuidado nos primeiros quilômetros, deixando que essa fina superfície seja desgastada e a melhor aderência do pneu entre em ação, antes de imprimir movimentos mais brusco de aceleração, frenagem e inclinação. Esse processo ocorre também em veículos com mais de duas rodas, porém eles são menos suscetíveis à perda de equilíbrio nessas condições.
7) Se um lado do pneu está mais gasto do que o outro, é melhor virá-los.
Mentira
Os pneus das motos sofrem desgaste irregular, provocado pelo estilo de pilotagem e, principalmente, pela condição do asfalto das estradas e das ruas. Os trajetos são feitos em superfícies levemente inclinadas, que auxiliam no escoamento de líquidos, principalmente água da chuva. Dessa forma, sempre há mais área de contato em um dos lados. Outro motivo fundamental para não virar os pneus é o sentido de utilização. Todos têm o sentido correto de giro para instalação, e a construção dos pneus leva isso em consideração. Ao rodar no sentido inverso, as fibras que formam o pneu podem se deformar e desgastar de forma incorreta a banda de rodagem, diminuindo consideravelmente a vida útil do produto e aumentando o risco de um acidente.
8) Usar pressão maior que o recomendado pelas fabricantes diminui o desgaste dos pneus.
Mentira
Todos os pneus são feitos para serem usados com determinada pressão. Nas ruas e estradas asfaltadas, principalmente, a pressão ideal deve ser sempre respeitada para garantir o melhor funcionamento e maior durabilidade do pneu e estabilidade para a moto. Pneus com pressão maior funcionam de forma aquém do ideal, comprometendo a dirigibilidade e segurança da motocicleta. Isso acontece pelo fato de a área de contato com o solo ficar reduzida, fazendo com que os pneus trabalhem com temperatura fora do ideal de utilização. Em situações fora-de-estrada, para pneus e motos específicos, diminuir a pressão pode auxiliar a tração em superfícies acidentadas com areia, lama e pedras. Mas ao retornar para o asfalto, o ideal é subir novamente a pressão para o recomendado no manual da fabricante.
Por: Aldo Tizzani, do “MinutoMotor” especial para a AutoMotrix – Fotos: Divulgação
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