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As duas motos estão em um segmento dos mais importantes do mercado brasileiro e representam, juntas, quase 4% das vendas de motocicletas no Brasil. Ambas representam um degrau natural para quem sai da base do mercado (motos até 160 cm³) e busca mais versatilidade para uso urbano, viagens e até para encarar alguma aventura off-road. As duas têm motores monocilíndricos, DOHC, quatro tempos, arrefecido a ar, acoplados a câmbios de 5 velocidades. Tantas semelhanças levam as trail Honda XRE 300 e Yamaha Lander 250 a protagonizar atualmente uma disputa intensa por consumidores. A Yamaha mantém desempenho de mercado melhor e vem ganhando espaço no segmento em 2019. Os mesmos consumidores são disputados também por modelos como Royal Enfield Himalayan, BMW G 310 GS e Kawasaki Versys-X 300, apesar de estarem em patamar superior.

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Nos números de torque, a XRE 300 entrega 2,7 kgfm com gasolina e 2,8 kgfm com etanol a 6 mil rpm, enquanto a Lander 250 oferece 2,1 kgfm, a gasolina ou etanol, a 6.500 rpm. Já na potência, a moto da Honda atinge 25,4 cavalos com gasolina e 25,6 cavalos com etanol a 7.500 rpm, enquanto a da Yamaha fica em 20,7 cavalos com gasolina e 20,9 cavalos com etanol a 8 mil rpm. Para a realização desse comparativo, Honda XRE 300 e Yamaha Lander 250 foram colocadas para percorrerem juntas um circuito misto e por diferentes pilotos. Até preocupação e buscar grandes diferenças, mas foram tantas semelhanças nos resultados de desempenho e na opinião dos pilotos sobre cada uma que causa surpresa. Mesmo o consumo ficou muito parecido no comparativo e pode ser considerado bom para as duas motos. É claro que cada uma delas tem algo a ser destacado em relação à outra, como por exemplo, o conjunto de suspensões e o conforto da Honda XRE 300 se destacam frente à concorrente, no entanto, a agilidade do conjunto ciclístico da Lander 250 faz diferença. Por outro lado, o excesso de vibração na Yamaha e a exigência de mais giro no motor para manter a XRE 300 esperta são igualmente perceptíveis. Muitos dados técnicos se equivalem, colocando-as como duas boas opções, apesar da diferença de quase R$ 1 mil no preço – a Honda XRE 300 custa R$ 18.806 e a Yamaha Lander 250 sai por R$ 17.830.

Impressões ao pilotar

Uma e outra

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O teste comparativo percorreu quase seiscentos quilômetros, nos quais cerca de 170 quilômetros foram percorridos no off-road. Na cidade, é sensível o maior conforto da XRE 300 em função do banco mais macio, das suspensões com mais curso e da altura do banco menor. A Lander 250 se mostra mais esperta nas manobras lentas e em baixas rotações, além de menor consumo de combustível. A pequena diferença de potência é percebida na estrada, onde a XRE 300 cresce mais rápido e sustenta melhor as velocidades altas. Na Lander, em alta rotação e velocidade mais alta, a vibração excessiva incomoda um pouco. Dá a impressão que falta uma sexta marcha. No off-road, o modelo da Honda salta na frente. A nova geração da XRE 300 parece ter sido feita para esse ambiente, ela até facilita o trabalho para pilotos sem afinidade com o assunto. A falta de torque em baixas rotações aqui também prejudica um pouco o trabalho, exigindo mais trocas de marcha em subidas e retomadas. No caso do modelo da Yamaha, os doze anos de mercado da Lander 250 nunca deixaram dúvida de que ela sempre foi mais “off” do que “on” road. E sua vocação se confirma na geração 2019, que oferece desempenho irretocável e ainda com a grande vantagem de não ter o ABS na roda traseira – o ideal seria ter, mas ser possível desligá-lo.

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Levar um na garupa não é o cenário ideal nesse tipo de moto, entretanto, levar na XRE 300 é melhor do que na Lander 250, seja pelos poucos cavalos a mais ou pelo banco mais macio e confortável. Já em termos de consumo, a Lander se saiu ligeiramente melhor. A moto da Yamaha cravou uma média de 31,7 km/l, ante 30,1 km/l no modelo da Honda. A Honda pesa cinco quilos a mais: 148 quilos ante 143 quilos de peso seco. No aspecto estilo, é inegável, a XRE 300 melhorou muito seu visual na nova geração, ao diminuir o bico que lembrava o de um mosquito da dengue, no entanto, ele continua lá. A Yamaha quis imitar a rival e tirou a identidade da Lander como uma trail “raiz”, adotando também o para-lama baixo e o inútil bico projetado. Se tirarem os emblemas, dá até para confundir uma moto com a outra. Em termos de tecnologia, a iluminação full-led, as rodas e a balança de alumínio colocam a XRE 300 um passo adiante. A Yamaha optou por manter custo baixo com uma moto ainda competitiva, mas que fica atrás da rival. Em relação ao painel, a semelhança é grande, contudo, a Lander traz um hodômetro parcial a mais, além dos indicadores de consumo médio e instantâneo. Há vários detalhes positivos ou negativos em uma e noutra moto. As duas têm suas diferenças, porém, ambas entregam desempenho praticamente igual. Até as diferenças mais importantes não são tão sensíveis no uso prático do dia a dia.

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