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Cinco meses depois da apresentação mundial, em maio, chega ao Brasil a BYD Shark. Lançada em versão única, por R$ 379.800, a primeira picape híbrida plug-in do mercado nacional é importada da China e combina um motor a gasolina de 1,5 litro turbo com dois motores elétricos, um em cada eixo. No mercado brasileiro, a nova picape – ou caminhonete, como o marketing da BYD prefere denominá-la – enfrentará a concorrência de rivais médias com motorizações a diesel e prestígio regional consolidado, como as argentinas Toyota Hilux, Ford Ranger, Volkswagen Amarok e Nissan Frontier e as brasileiras Chevrolet S10 e Mitsubishi L200, além da recém-lançada Fiat Titano. No ano passado, a BYD deu início à construção de sua primeira fábrica de carros fora da Ásia, em Camaçari, na Bahia. E a Shark pode se tornar um dos modelos “made in Brazil” da BYD – também há possibilidade de que seja produzida na futura fábrica da marca chinesa no México, para atender ao mercado norte-americano.

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            A Shark tem 5,45 metros de comprimento, 1,97 metro de largura, 1,92 metro de altura e 3,26 metros de entre-eixos. Em comparação com a concorrente Toyota Hilux – a picape média mais vendida do Brasil –, a Shark tem 13 centímetros a mais no comprimento, 11 centímetros a mais na altura, 12 centímetros a mais na largura e 18 centímetros a mais de entre-eixos. Primeira picape híbrida plug-in da marca chinesa, a Shark foi desenvolvida sobre a plataforma DMO Super Híbrida Off-Road, projetada para acomodar motores elétricos e a combustão, assim como tanque de combustível e baterias, com a proposta de combinar a robustez no off-road das picapes com recursos de segurança e o conforto dos SUVs. Integrada a um chassi de longarinas de aço de alta resistência pela tecnologia CTC (cell to chassis), a bateria Blade funciona tanto como unidade de energia quanto como parte da estrutura do veículo, proporcionando um aumento na rigidez torcional. A capacidade de carga da caçamba é de 1.200 litros e 790 quilos – abaixo da capacidade de cerca de uma tonelada das concorrentes a diesel. A restrição ao peso transportado não é uma limitação estrutural da Shark, mas uma homologação adequada ao Código Brasileiro de Trânsito – que determina que motoristas com a carteira B só estão habilitados a conduzir veículo motorizado cujo peso bruto total não exceda a 3.500 quilos. Como a Shark pesa 2.710 quilos, atinge o limite legal de 3.500 quilos com 790 quilos de carga. Homologá-la para levar mais peso que isso obrigaria o motorista a ter carteiras C, D ou E, algo que restringiria bastante as vendas do modelo. Já a capacidade de reboque chega a 2.500 quilos.

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            Com seu motor a gasolina 1.5 turbo combinado com duas unidades elétricas, a Shark atinge uma potência máxima de 437 cavalos, com torque combinado de 65 kgfm. A unidade a combustão e um motor elétrico tracionam as rodas da frente, enquanto a tração das rodas traseiras é entregue pelo segundo motor elétrico. Com o sistema de tração AWD elétrico, a picape da BYD pode ajustar a distribuição de torque, alinhando-se aos vários tipos de estrada. A bateria Blade de 29,6 kWh pode ser abastecida em carregadores AC (até 6,6 kW) ou DC (até 55 kW). A BYD informa que a aceleração de zero a 100 km/h é de 5,7 segundos, com autonomia combinada de 840 quilômetros pelo ciclo NEDC. A híbrida plug-in pode ser utilizada puramente no modo elétrico com uma autonomia de até 57 quilômetros, de acordo com o PBEV do Inmetro. A função VTOL (vehicle-to-load) transforma a Shark em uma “estação de energia móvel” – o conjunto híbrido pode ser utilizado para alimentar aparelhos elétricos, como um gerador estacionário convencional. Há três tomadas de 220V.

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            Com um design inspirado no peixe voraz que emprestou o nome (“shark” significa “tubarão” em inglês), a carroceria mescla traços futuristas com volumes que explicitam robustez e agressividade. Uma faixa branca de leds que atravessa a frente, remetendo à boca aberta de um tubarão, interliga os faróis full-led grandes e verticalizados. As luzes diurnas de rodagem “envolvem” os faróis e convergem para a grade frontal, que ostenta as letras “B”, “Y” e “D” do logo da marca, em dimensões generosas. Na traseira, a tampa também e atravessada por uma estreita faixa de leds, só que vermelha, sobre um imenso logo “BYD” em baixo relevo, ligando as lanternas em formato de “E”. A antena, como não poderia deixar de ser, é do tipo barbatana de tubarão.

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            A modernidade da plataforma DMO da Shark viabiliza recursos como o sistema avançado de assistência ao motorista (ADAS), que inclui controle de cruzeiro adaptativo, frenagem autônoma de emergência, assistente ativo de faixa, reconhecimento de placas de trânsito, sensor de ponto cego, alerta para abertura de portas, câmera 360 graus e alerta de tráfego cruzado. Também está disponível o Head-Up display, que projeta a velocidade, a navegação e as informações do ADAS no para-brisa, na linha de visão do motorista. Carregador wireless para smartphones também é de série.

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A Shark é comercializada no Brasil nas cores branca, preta e azul. A garantia do veículo é de seis anos e a bateria Blade conta com garantia de oito anos, ambas sem limite de quilometragem. Como promoção de lançamento, a Carbon oferece aos clientes da Shark blindagem certificada pela BYD com preço de R$ 78.200. Todos os veículos da BYD terão ainda um desconto de 15% na rede de recarga Shell Recharge pelos próximos três anos, mediante cadastro no App BYD Recharge.

Experiência a bordo

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Dimensões generosas

            Na cabine da Shark, os espaços são amplos, o acabamento é esmerado e a montagem das peças é precisa. Há muitas superfícies suaves ao toque, com predominância de preto e detalhes em laranja. Destacam-se o painel de instrumentos de LCD com 10,25 polegadas e a tela da multimídia giratória de 12,8 polegadas, com GPS integrado. Como em todos os modelos da BYD, a conexão com Android Auto e Apple CarPlay é sem fio. Por comandos de voz, é possível gerenciar os modos de condução, ajustar as configurações do ar-condicionado, controlar a reprodução de música e executar outras tarefas. Uma câmera panorâmica “ultra-wide-angle” de 540 graus permite observar os arredores e a parte inferior do veículo. A chave digital NFC possibilita que o motorista acesse o veículo usando o smartphone ou outro dispositivo.

            O volante multifuncional tem base aplanada e a funcionalidade do Heads-Up display projeta informações no para-brisa para que o motorista não precise olhar para o painel. O console central abriga botões que ficam posicionados próximos à manopla do câmbio, para os comandos de controle de velocidade, tração e o que dá a partida no motor. O ar-condicionado de duas zonas tem saídas para o banco traseiro. É possível gerenciar remotamente a picape por meio do aplicativo BYD, que possibilita ligar o veículo, acionar os faróis, ativar o ar-condicionado, destrancar as portas, ajustar a ventilação e o aquecimento dos assentos.

Primeiras impressões

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Abuso da força

Goiânia/GO – A apresentação da BYD Shark foi feita no Autódromo Internacional Ayrton Senna, em Goiânia, com direito a poucas voltas rápidas na pista e em um pequeno circuito fora-de-estrada em um lameiro próximo. Tanto no asfalto quanto no charco, a picape híbrida plug-in chinesa surpreendeu positivamente. O sistema DMO híbrido plug-in da Shark conjuga um motor 1.5 turbo a gasolina (de 183 cavalos e 26,5 kgfm) com um elétrico frontal (231 cavalos e 31,6 kgfm) e outro elétrico traseiro (204 cavalos e 34,6 kgfm), gerando uma potência combinada de 437 cavalos e um torque combinado de 65 kgfm.  Com esse “powertrain” brutal, a picape chinesa faz de zero a 100 km/h em apenas 5,7 segundos e atinge de forma impressionantemente rápida a velocidade máxima de 160 km/h (limitada eletronicamente).

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Na prática, durante o teste, a performance da Shark foi exuberante. O veículo moveu-se com uma facilidade tamanha, tanto na pista quanto nas trilhas e lamaçais, que pareceu ter bem menos que seus 2.710 quilos – nos elétricos e nos híbridos, as baterias elevam expressivamente o peso total do veículo. A Shark mostrou-se uma picape silenciosa, com bom isolamento acústico e dinamicamente privilegiada pelo torque instantâneo oferecido pelos motores elétricos, que possibilita arrancadas e retomadas arrebatadores. Nas curvas rápidas no asfalto, a suspensão independente tipo duplo “A” na dianteira e na traseira cumpre a função de equilibrar robustez e agilidade de direção, sem sacrificar o conforto dos passageiros. E os três modos de condução – “Econômico”, “Normal” e “Esportivo” – e os três de off-road – “Areia”, “Lama” e “Neve” – ainda permitem adaptar a Shark às diferentes demandas.

Ficha Técnica

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BYD Shark

Motor: sistema DMO híbrido plug-in com um motor a gasolina de 1,5 litro (1.498 cm3, dianteiro, longitudinal, 4 cilindros, 16 válvulas, turbocompressor, injeção multiponto e comando único no cabeçote) combinado a dois motores elétricos, um em cada eixo

Potência: gasolina (183 cavalos a 6 mil rpm), elétrico dianteiro (231 cavalos) e elétrico traseiro (204 cavalos). Potência combinada: 437 cavalos

Torque: gasolina (26,5 kgfm a 4.500 rpm), elétrico dianteiro (31,6 kgfm) e elétrico traseiro (34,6 kgfm). Torque combinado: 65 kgfm

Transmissão: automática de uma velocidade

Tração: Integral sob demanda

Direção: elétrica

Dimensões: 5,45 metros de comprimento, 1,97 metro de largura, 1,92 metro de altura e 3,26 metros de entre-eixos

Peso: 2.710 quilos

Tanque de combustível: 57 litros

Bateria: Blade de 29,6 kWh

Suspensão: independente com braços duplos sobrepostos e molas helicoidais nas quatro rodas

Rodas e pneus: liga leve de 18 polegadas, 265/65R18

Freios: discos ventilados nas quatro rodas

Caçamba: 1.200 litros / 790 quilos

Preço: R$ 379.800

Por Luiz Humberto Monteiro Pereira/AutoMotrix – Fotos: divulgação

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