O novo Honda Elite 125 chegará às lojas em janeiro de 2019. O novo scooter reúne todas as características para alcançar o objetivo que a Honda deseja: atrair novos usuários para o mundo das duas rodas. Como um scooter de entrada, ele é leve, prático, econômico, barato e muito fácil de se pilotar. E a Honda faz seu lançamento no momento em que o segmento cresce vigorosamente no Brasil (aumentará 16% este ano) e cada vez mais pessoas buscam uma alternativa inteligente para abandonar os congestionamentos das grandes cidades, sejam as que estão dentro dos carros ou as que ainda ocupam um lugar no deficiente e quase sempre desconfortável transporte coletivo.

A começar pelo slogan do lançamento – “Elite 125, mobilidade inteligente” – a Honda deixa claro que quer despertar o interesse por um scooter em quem ainda não tem moto. Por isso, o Elite 125 segue a receita tradicional e é bem parecido com o Honda Lead 110, modelo que esteve à venda de 2009 a 2015, quando foi descontinuado pela entrada das regras mais rígidas de emissões de gases do Promot4. Os três anos de ausência da Honda no segmento de scooter de entrada estimulou a concorrente Yamaha a introduzir o Neo 125, um scooter pequeno, mas que não tem uma das principais vantagens desse tipo de veículo, que são os múltiplos espaços para levar objetos de variados tamanhos. Mesmo assim, o Yamaha Neo tem bom desempenho de mercado, com vendas na casa das 10 mil unidades por ano, enquanto a Honda acredita vender aproximadamente 20 mil unidades do Elite 125 por ano.

Algumas características do novo motor de 9,34 cavalos a 7.500 rpm e 1,05 kgfm a 6 mil giros colaboram para uma previsão de vendas tão otimistas. A posição do bico injetor está muito próxima da janela de admissão, o que permite uma pulverização do combustível mais eficiente e o melhor aproveitamento da queima. E o comando de válvulas roletado no cabeçote e com balancins ajuda a diminuir a vibração.

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O Elite tem um desenho esportivo, com muitos recortes e ângulos que fazem lembrar alguns superheróis de desenhos japoneses do passado ou os “transformers” de agora. A frente se destaca pelo conjunto óptico em leds, tanto a luz de posição quanto o farol, integrando com os dois grandes piscas. Sobre o guidão e protegido pela pequena carenagem está o painel tipo “blackout” (fundo escuro e números claros) que tem um mostrador redondo digital que integra o velocímetro, indicador de nível de combustível, relógio e um indicador gráfico de velocidade, que vai preenchendo as barras à medida em que a velocidade aumenta.

O banco em dois níveis tem forração anti-derrapante e acabamento com costura vermelha. O piso flat tem grande espaço para os pés e oferece também o apoio na plataforma ao garupa, sem interferir na posição do piloto. Na parte traseira, a alça em alumínio oferece um acabamento dentro do padrão da marca, assim como todas as peças plásticas que se encaixam perfeitamente. Algumas têm acabamento texturizado que imita fibra de carbono. O escapamento de alumínio também recebe esse acabamento no protetor anti-queimaduras. O Elite 125 tem seu desenho complementado por um bonito bloco óptico traseiro com grande capacidade de sinalização.

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Oferecido em versão única e quatro cores, azul perolizado, vermelho perolizado, branco e preto, o Honda Elite 125 estará nas concessionárias em janeiro pelo preço público sugerido de R$ 8.250. Seu principais concorrentes são o Yamaha Neo 125 (R$ 8.851) e o Haojue Lindy 125 (R$ 6.900).

 

Impressões ao pilotar

 

Moderna simplicidade

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Afora um certo receio de enfrentar buracos maiores por causa das rodas pequenas, o que é mais impressão do que realidade mesmo, o desempenho do Honda Elite 125 no trânsito urbano segue o padrão para um scooter pequeno e pode ser resumido como exemplar. A aceleração é rápida e precisa. Seu baixo peso (104 quilos) e o eficiente motor dão a agilidade necessária para manobras rápidas, desvios de obstáculos nas ruas e muita segurança para se mover entre os carros no trânsito parado. Some-se a isso a proteção frontal contra a poeira e eventual água suja das ruas em caso de chuva, junto com o sistema de freios adequado à proposta do scooter, o resultado é uma receita muito bem resolvida para uso urbano por usuários de todos os níveis de experiência, inclusive os estreantes. Um detalhe merece ser mencionado: os freios, com disco de 190 milímetros na dianteira e tambor de 130 milímetros na roda traseira, são do tipo combinado (CBS). Ou seja, quando o piloto aciona apenas o manete do freio da roda traseira, aplica 30% de força no acionamento também do freio dianteiro, aumentando a eficiência das frenagens.

Um aspecto negativo de todo scooter e que representa uma das maiores desvantagens desse tipo de veículo, sobretudo os pequenos, é o conjunto de suspensões, normalmente de curso bem curto e, por isso mesmo, muito duro, além das rodas pequenas utilizadas para abrir espaço sob o assento e para manter o piso flat. O Elite 125 usa rodas de alumínio aro 10’’ na traseira e 12″ na dianteira. Elas não comprometem o conjunto, sobretudo porque a engenharia da Honda se debruçou sobre essa característica da dureza da suspensão e conseguiu atenuar razoavelmente a “deficiência”. O novo scooter tem um desempenho melhor para as suspensões do que outros modelos disponíveis, inclusive os da própria Honda.

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O Elite 125 está equipado com garfo telescópico na dianteira com 90 milímetros de curso, enquanto que o destaque positivo está no único amortecedor traseiro posicionado lateralmente e que faz muito bem seu trabalho, com seus parcos 70 milímetros de curso –  absorve as irregularidades e não transmite tanto a buraqueira das ruas ao piloto. Essa sensação é reforçada pelo bom assento em dois níveis e com formato anatômico, espuma mais espessa e macia, além dos pneus com perfil mais alto, que ajudam bastante.

Como a praticidade é condição básica para quem compra um scooter, o Elite 125 tem espaço para levar objetos de vários tamanhos, seja sob o banco, onde a capacidade é de 18 litros (10 quilos), ou nos dois porta-objetos embutidos no escudo frontal (1,5 quilo de capacidade) e no piso flat que pode apoiar objetos maiores, como uma mochila. Há ainda um prático gancho duplo bem no meio, entre os dois espaços frontais onde podem ser pendurados volumes menores e mais leves. Para quem quiser levar ainda mais coisas, é possível buscar no mercado e instalar um bauleto, mas é necessário substituir a alça de apoio ao garupa. Dois itens mereceriam ser incluídos na próxima versão do Elite 125: uma tomada de 12V para recarga de smartphones e um hodômetro parcial, algo bem comum e útil em qualquer motocicleta ou scooter.

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