A placa preta é uma distinção concedida oficialmente para automóveis antigos, com no mínimo 30 anos de fabricação. Surgiu no Brasil em 1998, com a Resolução nº 56 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que instituiu a categoria de “Veículos de Coleção”. A placa preta deve seguir o padrão vigente no país – deve ter o estilo visual e técnico da Placa do Mercosul. Os automóveis com a placa preta podem rodar pelas cidades e estradas como outro carro qualquer e estão sujeitos a todas as regras de trânsito, punições e multas. Além de atestar a originalidade, o valor histórico do veículo e dar status ao seu dono, a placa preta oferece alguns benefícios. No Brasil, essas “relíquias” são isentas de algumas taxas, como o IPVA, e são dispensadas de algumas restrições de trânsito aplicadas a carros velhos. Afinal, para terem direito à placa preta, esses veículos devem estar em boas condições de uso e bem conservados.
Para um carro ser considerado “veículo de coleção”, o Contran determina algumas regras para que seja reconhecido seu valor histórico. O veículo pode ter passado por algum tipo de alteração se elas não interferirem diretamente na mecânica, carroceria, suspensão e estética. Alguns documentos devem ser emitidos, como o Certificado de Veículo de Coleção, fornecido por um órgão credenciado na Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), e Certificado de Segurança Veicular, atestado por uma Instituição Técnica Licenciada. O proprietário do carro elegível a ter uma placa preta tem de ser filiado a um clube de automóveis antigos credenciado pela Senatran. Desde junho de 2022, a nova placa preta do Mercosul está disponível para os “veículos de coleção”. As obtidas antes da implantação da Placa do Mercosul seguem válidas. Se o carro de placa preta trocar de dono, segue o mesmo procedimento dos veículos com “placa comum”. Sendo assim, depois de concluída a transferência, o carro antigo recebe uma placa preta padrão Mercosul. Se o veículo tiver alteração mecânica, estética ou de componentes depois de receber a placa preta, perde automaticamente o direito de usá-la.
Passo a passo em busca da placa especial
Para que um veículo possa receber a placa preta, precisa passar por uma avaliação rigorosa para determinar se mantém suas características originais e se está em bom estado de conservação. Os requisitos podem variar, mas geralmente envolvem vários aspectos do veículo como:
1 – Comprovação da “idade” do veículo – O mais comum é a apresentação da nota fiscal da primeira compra do carro, comprovando que ele foi fabricado no mínimo há 30 anos.
2 – Veículo original – O carro requerente à placa preta deve manter pelo menos 80% de suas características originais, incluindo o motor, a carroceria, o interior e a pintura.
3 – Ser sócio de um clube de carros antigos – E a associação de veículos antigos deve ser reconhecida pelo Denatran.
4 – Vistoria – O veículo precisa passar por uma vistoria feita por uma entidade credenciada pelo Denatran, atestando que ele mantém as características originais e está em bom estado de conservação.
5 – Solicitação da placa preta – Após a aprovação na vistoria, o proprietário do veículo pode solicitar a placa preta junto ao Detran. No Brasil, todo o processo custa em média R$ 1,5 mil.
Dez novos candidatos ao clube
Volkswagen Gol “Bolinha” – Apelidada de “Bolinha”, por não ter mais as linhas retas dos primeiros Gol, a segunda geração do carro da Volkswagen mais vendido do Brasil está agora dentro do pré-requisito para tentar ganhar a placa preta nos exemplares produzidos até 1994.
Fiat Uno – A primeira geração do Fiat Uno no Brasil sobreviveu até 2013, graças especialmente ao Mille, que surgiu em 1990 com um motor de menos de mil cilindradas.
Fiat Tempra – Lançado na Europa em 1990, o sedã médio chegou ao Brasil no ano seguinte. O carro conquistou vários aficionados na versão de 16 válvulas.
Chevrolet Corsa – Originado do Opel Corsa, o modelo surgiu no Brasil precisamente em 1994, estando aptos à placa preta apenas os veículos fabricados em seu primeiro ano no país, aqueles de formato “cascudinho” de duas portas.
Chevrolet Omega – Sucedeu o Opala em 1992. O sedã grande da marca norte-americana sobreviveu no Brasil apenas até 1998, mas está dentro do prazo para a placa preta.
Ford Ranger – A picape média da Ford foi apresentada em 1982, mas estreou no Brasil exatamente em 1994.
Ford Taurus – O sedã grande Taurus estreou nos Estados Unidos em 1986. O carro nunca foi produzido no Brasil, mas foi importado pela primeira vez em 1994.
Toyota Corolla – O Corolla surgiu em 1966 e se transformou em o carro mais vendido da história da indústria automotiva mundial. No Brasil, a quinta geração está dentro do limite para se candidatar à placa preta.
Audi S6 – O S6 é uma variante do A6 e foi colocado à venda em 1994. Basicamente, o S6 era o mesmo S4, com pequenas diferenças na carroceria.
Audi RS2 Avant – A RS2 Avant foi uma station wagon importada da Alemanha. A perua foi fabricada somente em 1994 e 1995, com exatamente 2.891 unidades produzidas.
Por: Daniel Dias/AutoMotrix – Fotos: Divulgação
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