Além dos 2 milhões
De acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), 2023 fechou com a venda de 2.179.363 unidades entre carros de passeio e comerciais leves, um aumento de 11,3% sobre o registrado no ano anterior (1.957.621) mas muito distante do recorde histórico de 2012, quando foram emplacados nos dois segmentos 3.634.506 veículos. Entre os modelos, a picape compacta Fiat Strada foi o automóvel mais vendido no Brasil pelo terceiro ano seguido, com 120.600 exemplares emplacados em 2023. Os hatches compactos Volkswagen Polo (111.242), Chevrolet Onix (102.043) e Hyundai HB20 (88.905) vieram a seguir, à frente do sedã compacto Onix Plus (74.887), do subcompacto Fiat Mobi (73.428), do SUV compacto Volkswagen T-Cross (72.441), do hatch compacto Fiat Argo (66.617) e dos SUVs compactos Chevrolet Tracker (66.643) e Hyundai Creta (65.817).
Liderança consolidada
Segundo a Fenabrave, a italiana Fiat, mais uma vez, liderou o mercado brasileiro, com a venda de 475.519 unidades em 2023 e participação de mercado de 21,8%. Em segundo lugar entre as marcas, ficou a Volkswagen, que superou a General Motors basicamente pelo expressivo resultado do Polo – o carro de passeio mais emplacado do Brasil, especialmente da versão Track, apontada pela fabricante como a sucessora do Gol, retirado de linha em dezembro de 2022. Enquanto a marca alemã vendeu no ano passado 344.996 carros, com “market share” de 15,8%, a norte-americana teve 328.020 e participação de 15,05%. No quarto lugar, ficou a japonesa Toyota (192.277 e 8,8%), seguida pela sul-coreana Hyundai (186.235 e 8,5%), pela norte-americana Jeep (126.235 e 5,8%), pela francesa Renault (126.270 e 5,7%), pelas japonesas Nissan (72.548 e 3,33%) e Honda (72.041 e 3,31%) e pela francesa Peugeot, com 34.910 unidades comercializadas no ano e “share” de 1,6%.
Para PcD e taxista
A Nissan apresenta um novo plano de preços e descontos para Pessoas com Deficiência (PcD) e taxistas. A marca japonesa tem uma política comercial já enquadrada nas novas regras de venda para esses públicos que entraram em vigor em 1º de janeiro. Os destaques são o Kicks (Active e Sense) e o Versa (Advance) que podem ser adquiridos com isenção de IPI e desconto parcial de ICMS, além do abatimento oferecido pela Nissan. O SUV compacto produzido no Complexo Industrial de Resende (RJ) está sendo oferecido por R$ 86.990 na Active e por R$ 94.590 na Sense. Já o sedã vindo do México pode ser comprado por R$ 87.490. Outros modelos da marca também têm isenção de IPI e desconto especial oferecido pela Nissan. Para auxiliar os clientes com mais informações e o cálculo dos valores finais de cada veículo, as concessionárias contam com equipes especializadas para isso.
Até o final de janeiro
A Seres Brasil decidiu congelar até o fim de janeiro a tabela de preços dos modelos Seres e DFSK, apesar do aumento do imposto de importação para elétricos em vigor desde o primeiro dia do ano. A medida anunciada pelo Governo Federal pretende arrecadar cerca de R$ 600 milhões para o programa Mobilidade Verde e Inovação – Mover. De acordo com a tabela divulgada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, as alíquotas serão de 10% em janeiro, 18% em julho, 25% em julho de 2025 e 35% em julho de 2026. Estarão com os preços mantidos os SUVs elétricos Seres 3 (R$ 199.990) e Seres 5 (R$ 394.990) e os utilitários elétricos DFSK EC31 (caminhão urbano) e EC35 (furgão de carga), ambos por R$ 194.990. Todos os modelos podem ser adquiridos na sede da Seres, na Avenida Tucunaré, 790, Alphaville, Barueri (SP). Os SUVs da Seres também estão em exposição no showroom da Avenida Europa, 110, em São Paulo.
Mais um ano na história
A Série F ampliou sua liderança em 2023, completando 47 anos como o veículo mais vendido dos Estados Unidos, com mais de 700 mil unidades. Desta vez, a comemoração para a Ford marcou também o primeiro lugar nos segmentos de picapes grandes híbridas e elétricas. A F-150 PowerBoost Hybrid foi a mais emplacada na América do Norte e ficou em segundo lugar entre todas as picapes, atrás da Ford Maverick. E a F-150 Lightning foi a picape elétrica grande mais comercializada dos Estados Unidos. A empresa já começou a produzir os modelos 2024 da F-150. Lançada no Brasil em 2023 na versão a combustão interna, a icônica picape da Ford foi um sucesso imediato, fechando o ano com cerca de mil unidades vendidas. A F-150 vendida no mercado brasileiro é equipada com motor 5.0 V8 de 405 cavalos e transmissão automática de 10 marchas, com pacote off-road, que inclui tração 4×4, bloqueio eletrônico do diferencial e oito modos de condução.
Um “case” chinês
O BYD Dolphin assumiu a liderança mensal de vendas no mercado brasileiro entre os automóveis 100% elétricos em setembro e a manteve até dezembro. A marca chinesa teve um volume recorde de emplacamentos no Brasil, com 3.617 unidades no último mês do ano passado e uma participação de 60% no mercado de BEVs, registrando crescimento de 72% sobre as vendas de novembro (2.099). No segmento de PHEVs, o híbrido plug-in Song Plus DM-i foi o modelo mais vendido do mercado brasileiro no acumulado 2023, com 7.669 unidades, representando 23,2% de todas as vendas entre os híbridos que podem ser carregados em tomadas no ano passado (33.049 unidades). O modelo também manteve a liderança em seu segmento em dezembro, com 1.883 unidades emplacadas.
De olho no futuro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou ao Congresso o projeto de lei do “Combustível do Futuro” em setembro do ano passado. A proposta está tramitando na Câmara dos Deputados e visa à diminuição da dependência de combustíveis fósseis. Marcas automotivas como a Porsche já produzem esse tipo de gasolina, conhecida como e-fuel. O projeto no Brasil tem investimento previsto de R$ 250 bilhões, para reduzir a emissão de gases do efeito estufa, além de propor um marco regulatório para os combustíveis sintéticos, já produzidos em escala limitada pela Petrobras. A gasolina sintética tem como matéria-prima o ar e a água, sendo utilizados eletrolisadores para dividir o oxigênio do hidrogênio por energia eólica. Depois, o dióxido de carbono capturado da atmosfera é filtrado e combinado com o hidrogênio da água para produzir o metanol sintético, convertido em e-fuel. Os benefícios da nova gasolina incluem o fim da dependência do petróleo, a compatibilidade com a rede de distribuição já existente no país e a possibilidade de produção na forma de diesel sem necessidade de modificações nos motores atuais. Apesar de emitir poluentes como a gasolina tradicional, a e-fuel neutraliza o carbono emitido na queima durante a produção se utilizar fontes de energias limpas e renováveis para sua produção. A nova gasolina já é feita no Chile pela Porsche e será adotada pela Fórmula-1 a partir da temporada de 2026, mantendo a tecnologia híbrida na principal categoria do automobilismo mundial. É tido como certo o retorno da Porsche à Fórmula-1 como equipe em 2026.
Por Daniel Dias/AutoMotrix – Fotos: Divulgação
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