O paulista Oswaldo Ramos Jr. de 51 anos, é formado em Engenharia de Produção na turma de 1989 da Escola Politécnica da USP, com MBA em Negócios pela Universidade de Michigan. Entrou na Ford logo que se formou, há quase 30 anos. Na empresa, já passou por diversos departamentos, nas áreas de automóveis e caminhões. Há dois anos, assumiu o cargo de Diretor de Vendas, Marketing e Serviços da Ford Caminhões Brasil. Chegou ao atual cargo em 2016, ano em que a indústria brasileira de caminhões enfrentava o ápice da sua pior crise. “O mercado de caminhões foi o que mais sofreu com a crise da economia a partir de 2014 e, no segundo semestre do ano passado, teve início uma recuperação. Para este ano, projetamos um crescimento da indústria de 40% nas vendas comparado a 2017”, comemora o corintiano fanático, que anda amargando os tropeços do alvi-negro paulistano nos últimos jogos do Campeonato Brasileiro de Futebol. Já no mercado nacional de caminhões, a Ford tem exibido um desempenho bem mais convincente.
P – Quais são as perspectivas da Ford para o mercado brasileiro? Para quais segmentos é esperado mais crescimento?
R – A demanda reprimida dos últimos anos já gerou um movimento de renovação de frotas em alguns setores da economia, como bebidas e agronegócio. Outros setores estão demorando mais para retomar o ritmo, como a construção civil. Mas já vemos sinais de recuperação desde julho e projetamos um volume maior para 2019.
P – Na linha de caminhões da Ford, quais são os atuais destaques?
R – Temos concentrado nossa atuação nos segmentos de caminhões com chassi rígido, nos quais podemos destacar o crescimento de 30% nos modelos médios e semipesados, 6×2 e 8×2, com o lançamento da nova linha Cargo Power. São caminhões que atendem ao segmento de transporte em geral de mercadorias de maior valor agregado, tanto no canal de frotistas quanto de autônomos. A transmissão automatizada Torqshift é outra novidade que foi bem aceita pelo mercado e já ultrapassou a meta de 50% do mix de vendas, atendendo à busca dos clientes por soluções que aumentam a produtividade e reduzem o custo de combustível.
P – No setor de transportes de cargas, os grandes temas são a automação, a eletrificação, os combustíveis alternativos e a conectividade. Quais são as principais propostas da Ford em cada um desses temas?
R – A Ford está na linha de frente da pesquisa de novas soluções de mobilidade globalmente, com vários projetos em andamento no segmento de veículos comerciais. O Ford Cargo Connect, apresentado como protótipo na última Fenatran, há um ano, será lançado no início do ano que vem com um pacote inédito de tecnologia. Ele inclui uma central multimídia com tela de 7 polegadas e serviço completo de telemetria e rastreamento Fordtrac, além de contrato de manutenção por quilômetro rodado Ford Service. É uma inovação que agrega várias ferramentas para facilitar a operação e gerenciamento da frota.
P – O Brasil viveu um ano eleitoral e o setor de ônibus e caminhões certamente tem suas expectativas. Para a Ford, o que seria desejável em termos de decisões políticas, para a evolução dos negócios no setor?
R – Existem vários desafios a serem enfrentados tanto do ponto de vista político quanto econômico pelo futuro governo, dos quais depende o desempenho da indústria. Há também a retração do mercado argentino, que impacta as exportações. Mas confiamos na retomada da economia e torcemos por um cenário de estabilidade, com a realização das reformas necessárias para viabilizar os investimentos.
P – Em termos de novos produtos e serviços no Brasil, quais serão as próximas novidades da Ford?
R – Lançamos recentemente a nova assinatura da Ford Caminhões, “Seu mundo não pode parar”, que resume o foco da nossa atuação com base em três pilares: serviço, relacionamento e produto. É nesses pontos que vamos continuar a trabalhar para ajudar o transportador a obter o melhor resultado do seu negócio. Temos várias novidades em desenvolvimento, que vamos comunicar em breve para o mercado, tendo como foco principal a expansão de modelos de caminhões com transmissão automatizada Torqshift.