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Os caminhões da linha Accelo da Mercedes-Benz trazem uma cabine que foi lançada em 2003. Portanto, estão completando 20 anos de mercado no Brasil. Apesar do desenho datado – e que recebe algumas críticas pela falta de espaço e atualização –, os modelos da família de leves da marca alemã mantem um bom desempenho de vendas e garantem a preferência de muitos frotistas e caminhoneiros autônomos. Prova disso são as quase 90 mil unidades fabricadas na cidade paulista de São Bernardo do Campo nas duas décadas e a grande quantidade de caminhões dessa linha rodando pelas ruas e estradas brasileiras. E a família Accelo ainda fez história no transporte brasileiro, pois protagonizou a criação do primeiro caminhão leve “trucado” do país, com 13 toneladas de capacidade e eixo duplo traseiro, e o lançamento do primeiro caminhão leve com transmissão automatizada, o modelo com caixa Eaton apresentado em 2019. Na virada para a tecnologia Euro 6 de emissões, o Accelo de dez toneladas ganhou uma nova nomenclatura e foi equipado com itens de tecnologia e ajuda à condução.

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A nova nomenclatura é “1017” e o caminhão nasceu este ano com algumas diferenças em relação às gerações anteriores. A primeira delas é a instalação de novo conjunto de espelhos, desenvolvido para reduzir os pontos cegos. O novo Accelo 1017 Euro 6 tem motor OM 924 LA de quatro cilindros com 4,6 litros com até 163 cavalos de potência a 2.200 rpm e torque máximo de 62,2 kgfm na faixa de 1.200 a 1.600 rotações. O modelo tem configuração de eixos 4×2 e peso bruto total de dez toneladas, equipado com rodado duplo no eixo traseiro com pneus de medidas 235/75. Para atender às normas de emissões Euro 6, o veículo tem sistema de pós-tratamento SCR com Arla 32, com o uso de filtro de material particulado. Esses itens ficam na lateral do caminhão, sendo a única característica visual que o diferencia do antigo modelo Euro 5, que levava a denominação “1016”. 

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A transmissão do Accelo 1017 é automatizada com caixa Mercedes-Benz G70 Powershift 3 de 6 marchas com “overdrive”. O acionamento do câmbio é bem simples, feito em uma alavanca que fica acoplada à coluna do volante do caminhão. Por dentro, a cabine do Accelo continua minimalista. O painel foi todo reformulado, e o veículo agora traz um cluster que conjuga mostradores analógicos com uma tela digital de TFT colorida multifuncional. Ela traz informações do caminhão, como pressão do óleo e da turbina, velocímetro, computador de bordo com medição do tempo de direção, distância e consumo, média de velocidade e de economia de diesel. O sistema traz também as telas do Mercedes Eco Drive, que dá uma nota para o motorista em cima de parâmetros de direção, como aceleração, frenagem e comportamentos econômicos e seguros. O display mostra ainda a situação da transmissão, com a marcha atual e a próxima a ser engatada pela caixa automatizada. Toda a navegação da tela pode ser feita por meio de um botão em forma de cruz no próprio painel, pois o caminhão não tem volante multifuncional. Junto da alavanca de comando do câmbio está o acionamento do freio-motor Top Break, freio de compressão da Mercedes, que pode ser usado em dois estágios e evita o acionamento do freio de serviço. 

Primeiras Impressões

Na pista com o “Accelinho

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São Bernardo do Campo/SP – Com carroceria em um vistoso tom amarelo metalizado, o caminhão leve Mercedes-Benz Accelo 1017 testado estava equipado com um baú sider preto, preparado e carregado com lastro de areia no limite de capacidade. O teste partiu da fábrica da Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo, e percorreu um trajeto rodoviário até a Serra de Igaratá, no interior de São Paulo. Durou um total de quatro horas e cinquenta minutos e percorreu um trajeto de 280 quilômetros pela Rodovia Anchieta, pelo Rodoanel Mário Covas, pela Rodovia Carvalho Pinto e pela Dom Pedro, com vários trechos de aclive, retas congestionadas e paradas para o pagamento manual do pedágio. O Accelo é um modelo para quem transporta cargas leves na distribuição, coleta e entrega de mercadorias, com foco nas pequenas transferências de cargas em rotas curtas. Com suspensão metálica e macia, o caminhão tem sistemas de controle de tração, estabilidade e frenagem de série. Na arrancada, a caixa automatizada escolhe a marcha mais indicada. Normalmente, ele arranca na segunda ou na terceira marchas, priorizando o torque a baixas rotações. As trocas do câmbio G70 são suaves e rápidas, porém, em alguns momentos, é possível perceber o sistema variando um pouco na rotação para engatar uma marcha. O caminhão conta com o Ecoroll, uma espécie de “banguela eletrônica”. O sistema “mostra serviço” quando o veículo está em baixa rotação e não está demandando energia do motor. A partir daí, ele desacopla o câmbio e faz o engate novamente de forma suave e correta, sem prejuízo às engrenagens ou à embreagem. No teste, o Accelo 1017 teve uma média de 6,3 km/l.

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Por Leo Doca, do “Transporta Brasil”, especial para aAutoMotrix – Fotos: Divulgação

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