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A era Euro 6 trouxe várias mudanças no menu de produtos das fabricantes de caminhões instaladas no Brasil. E os novos caminhões da Volkswagen tiveram algumas alterações, principalmente na linha de semipesados, um nicho que tem forte participação de seu modelo Constellation chassi rígido 25.280 6×2. O modelo apareceu na “virada” para o Euro 5, em 2012, com um motor que trazia a única alternativa do mercado para quem não queria utilizar o Arla 32. Ele utilizava o sistema EGR para cumprir as normas de emissões, dispensando o agente redutor. À época, esse foi um grande argumento de vendas para o caminhão. E funcionou. O Constellation 25.280 figurou entre os mais vendidos do segmento de semipesados por muitos anos. Em 2023, deu lugar ao 26.320. Basicamente, o motor MAN D08 é o mesmo, mas agora com tecnologia SCR, que tem o uso do Arla 32 como indispensável.

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O Constellation 26.320 é um chassi rígido 6×2 (com opção de transformação de fábrica para 8×2 e inclusão do segundo eixo direcional por ter longarina dupla no chassi) indicado para aplicações rodoviárias e urbanas para cargas industriais e de consumo, porém, também com vocação para aplicações mistas. Ele traz o motor MAN D08 de 7,0 litros e seis cilindros repotencializado, com 320 cavalos e um torque de 122,3 kgfm na faixa de 1.200 a 1.700 rotações por minuto. A grande novidade fica para a versão automatizada, que traz a caixa Traxon da ZF com 12 velocidades. Também conta com a opção para câmbio manual de 9 marchas. 

Com a mudança para o Euro 6, a Volkswagen conseguiu aumentar a capacidade técnica total do caminhão em 1.500 quilos, passando para 25.600 quilos, o que justifica a nomenclatura 26.320. No papel, o veículo tem Peso Bruto Total homologado de 23 toneladas e compete de igual para igual com seus pares no segmento de semipesados, o segundo mais disputado do mercado. Uma das diferenças do modelo novo é a suspensão da cabine, de molas, com quatro pontos de apoio, que aumenta significativamente o conforto a bordo. 

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Outra novidade é a inclusão dos sistemas de segurança ativa eletrônica de série: o HSA, assistente de partida em rampa, que segura o caminhão por alguns segundos em trechos de inclinação para uma partida segura, disponível tanto nas versões automatizadas quanto nas manuais, com sensor de inclinação instalado na caixa de câmbio, o ABS e EBD, sistemas de antibloqueio de freios (obrigatório por lei) e de controle eletrônico de frenagem (em breve, será obrigatório) e os controles de tração e estabilidade ATC e ESC, que ajudam na estabilidade e na dinâmica do veículo em operação, evitando acidentes por patinação ou perda de controle e tração. O tanque de diesel continua com 275 litros e o consumo do caminhão permite que ele faça trechos de mais de mil quilômetros de autonomia. O tanque de Arla 32, novidade no modelo, tem 60 litros de capacidade. Apesar de ter uma cabine com mais de 15 anos de mercado, o Constellation conseguiu envelhecer bem e ganhou um design mais moderno com a nova identidade visual, com a assinatura da família abaixo do para-brisa e novos faróis de leds com DRL em forma de aro.

Primeiras Impressões

Pelas estradas da vida

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Santo André (SP) – O teste do Volkswagen Constellation 26.320 Euro 6 partiu da concessionária Dibracam, em Santo André, no ABC Paulista, com destino a Guararema, em trecho de ida e volta. O trajeto teve um total de 200 quilômetros passando por vias urbanas, pelo Trecho Leste do Rodoanel Mário Covas e pelas rodovias Ayrton Senna e Carvalho Pinto. A versão testada foi o modelo 6×2 com cabine leito teto alto e transmissão automatizada Traxon de 12 marchas. O caminhão tem como opções a cabine estendida (mais curta), leito teto baixo e leito teto alto, com opção do pacote Prime com mais itens de conforto. O caminhão estava com meia carga, cerca de 8 mil quilos de lastro. 

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Ao entrar no caminhão, já é possível perceber algumas novidades a bordo: os bancos são novos, parecidos com os da linha Meteor, com conforto para o motorista e para o segundo ocupante. O volante é o mesmo do Meteor, com botões de controle do sistema multimídia (com Bluetooth), com a alavanca de comando da transmissão instalada no próprio volante. O caminhão tem ar-condicionado eficiente, uma cama na versão leito com bom revestimento e um espaço muito satisfatório para um adulto pernoitar. O banco do passageiro conta com um recuo para que o motorista possa ficar em pé, com uma altura de mais de dois metros, para facilitar a troca de roupas e algumas operações do dia a dia.

O caminhão sai de série com o Rio Box, caixa de transmissão de dados de telemetria e de condução da Volkswagen Caminhões e Ônibus. Oferece ainda, no cluster analógico, um display digital com notas para o motorista e parâmetros para ajudar na avaliação da condução para o treinamento dos profissionais e para o próprio aprimoramento pessoal de quem comanda o caminhão. O display é monocromático, no entanto, a Volkswagen lançará, ainda este ano, a versão Prime Tech, com cluster totalmente colorido e digital e uma tela multimídia de 7 polegadas opcionais.

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O início da viagem se deu em trecho urbano, com trânsito carregado, o que permitiu sentir o trabalho da caixa Traxon no anda e para do cotidiano. As trocas são praticamente imperceptíveis. Ao ganhar a rodovia, o caminhão mostra uma boa evolução da velocidade, mesmo dentro da faixa econômica de giro, e agilidade nas trocas de marchas, reduzindo rapidamente nas desacelerações. O veículo tem freio-motor combinado de borboleta e compressão de cabeçote, que evita o uso excessivo dos freios de serviço. Eles foram muito úteis nas variações de tráfego do Rodoanel, que tem trânsito um pouco imprevisível. Mesmo carregado, o caminhão “joga” muito pouco de lado, com o motorista percebendo a atuação do controle de estabilidade a cada momento em que são feitas conversões ou trocas de faixa, com baixo ruído a bordo. 

Todo o teste durou cerca de seis horas, com uma parada rápida, sem cansar. A Volkswagen promete uma economia de até 8% em relação à geração anterior. E cumpre! O trecho do teste teve um trajeto de cerca de 200 quilômetros que foram vencidos com uma média de consumo de 4,1 km/l, uma média respeitável, honrando a promessa de motores e trens de força mais econômicos na era Euro 6.

Por Leo Doca, do “Transporta Brasil”, especial para aAutoMotrix – Fotos: Divulgação

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