Mais uma vez, as cores neutras, também denominadas como acromáticas (branco, preto, prata e cinza), dominaram o mercado automotivo em todo o mundo no ano passado. No entanto, no mais recente “Color Report – Relatório de Cores para Revestimentos Automotivos” da multinacional alemã da indústria química Basf, os técnicos da empresa constataram que a paleta de cores automotivas está se expandindo aos poucos – ainda de forma tímida – para permitir a volta de outras tonalidades no gosto dos consumidores. Como vem acontecendo há vários anos, o branco ainda é a cor mais popular em todo o planeta, aparecendo com 35% das vezes, por sua beleza clássica, atemporal e pelo alto valor de revenda. Atrás dele, vieram empatados o cinza e o preto, com 19% cada um, seguidos pelo prata, com 9%. Ou seja, todas as outras cores correspondem a menos de um quinto dos automóveis vendidos no mundo.

Antes que as cores acromáticas assumissem o atual peso no mercado, muitas vezes os consumidores automotivos optavam pelo azul ou pelo vermelho. Embora essas duas cores ainda sejam muito populares – com o azul aparecendo com 8% das preferências e o vermelho, com 5% –, outras como o marron/bege (3%), o amarelo, o laranja, o verde e o violeta – com um por centro cada um – estão ganhando espaço na maior parte dos mercados globais. Os dados citados ao longo do relatório também mostram que as montadoras produziram mais veículos depois de os efeitos da pandemia da Covid-19 e os desafios da cadeia de fornecimento de peças terem arrefecido.

De acordo com um estudo feito pela fabricante de tintas automotivas PPG sobre cores de carros em todo o mundo, o branco é a cor mais popular em vários continentes. O ranking segue com prata, preto e cinza. Vermelho e azul ficam em posições inferiores, sempre abaixo dos 11%. Historicamente, compradores de automóveis sul-americanos escolhem cores mais tradicionais e menos chamativas, em um estranho contraste com a multicolorida paisagem da região. O branco é de longe o favorito, e o cinza ganha do preto na participação de mercado para as cores acromáticas. Para as cromáticas, o vermelho e o azul ficaram estáveis em comparação com anos anteriores, enquanto o marrom ganhou certo espaço. Essas cores cromáticas foram escolhidas principalmente para veículos menores – e os elétricos também ampliaram a oferta de cores mais vivas. Já os carros maiores e os SUVs representaram uma grande proporção de cores acromáticas, incluindo efeitos novos e variados. Na América do Sul, as cores vivas têm rejeição ainda maior que no restante do planeta. Carros brancos, prata, preto e em tons de cinza representam juntos 88% do mercado do continente. “A América do Sul ainda é uma região conservadora. Comprar um veículo aqui significa que você pode não ter a mesma variedade de cores. Mas dentro de cada espaço de cor, há alguns efeitos realmente empolgantes e diferentes”, revela Marcos Fernandes, diretor de Tintas Automotivas da Basf para a América do Sul. Basta andar na rua para perceber que as cores neutras são as grandes favoritas dos motoristas brasileiros.

Cores de carros mais valorizadas

Branco

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Vantagens: é o predileto dos brasileiros, com maior preço de compra e menor desvalorização em relação às outras cores. Além disso, as montadoras criaram tonalidades como branco puro, off-white e pérola, dando certa diversificação aos modelos. Desvantagens: pela alta procura, algumas fabricantes aproveitam para aumentar o preço de carros brancos, principalmente em tons diferenciados dessa paleta de cor. Riscos e arranhões ficam mais aparentes. Por serem mais comuns, carros brancos podem ser mais visados para roubo, pois são discretos e dificultam a identificação entre outros veículos.

Cinza

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Vantagens: não se desvaloriza muito, costuma ser mais discreto e não deixa sujeira aparente. Desvantagens: os riscos em um carro cinza ficam mais à mostra.

Prata 

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Vantagens: combina bastante com carros maiores, como SUVs e picapes. Os veículos dessa cor escondem bem tanto a sujeira do dia a dia quanto riscos e arranhões. Um ponto curioso é que a tonalidade prata reflete mais a luz à noite, garantindo mais segurança ao motorista, especialmente na hora de pegar a estrada. Desvantagens: a sua fabricação demanda pigmentos especiais, por isso, os carros em cor prata são geralmente mais caros.

Preto 

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Vantagens: por se tratar de uma cor clássica, é uma das que menos se desvalorizam no mercado. Desvantagens: uma das reclamações mais comuns de quem tem um carro preto está relacionada à limpeza, pois a poeira fica bem evidente, assim como riscos na lataria. O preto também absorve mais calor. Ao contrário da cor prata, essa tonalidade fica menos visível à noite, pois não reflete a luz.

Mudança de tom

Trocar a cor do veículo é um processo relativamente caro e que demanda tempo. Não basta ir a uma funilaria ou loja de envelopamento e sair com uma lataria de tonalidade nova. Na maioria dos casos, o primeiro passo para mudar o carro de cor é informar a decisão ao Detran, o que exige o preenchimento de uma autorização prévia. A solicitação de troca da cor no documento requer o pagamento de todas as multas e dívidas de licenciamento em aberto. Após a liberação do Detran, o motorista pode dar início ao trabalho da pintura externa. Em geral, esse serviço custa de R$ 2,5 mil a R$ 3 mil, de acordo com o tamanho do veículo. Já o envelopamento pode custar de R$ 1.800 a R$ 3.500, também dependendo do porte do automóvel.

Depois que o carro estiver com a nova cor, o motorista deve voltar ao Detran, pois o órgão precisa confirmar a alteração e emitir um novo Certificado de Registro do Veículo (CRV). A taxa para liberar esse documento varia de R$ 160 a R$ 240, a depender da região do Brasil. Os motoristas que não seguem todo esse processo de mudança de cor do carro com o Detran podem ser punidos com multa grave. Atualmente, o valor da infração é de R$ 195,23 e gera a perda de cinco pontos na CNH, além de correr o risco de ter o documento do automóvel apreendido até sua regularização.

Por Daniel Dias/AutoMotrix – Fotos: Divulgação

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