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Na tradução do inglês, “leaf” é “folha” – e uma folha verde é usada em vários veículos elétricos como um símbolo da sustentabilidade. Além do próprio nome, o Nissan Leaf carrega marcas importantes para a eletromobilidade: foi o primeiro veículo elétrico a ser produzido em série, introduzido no Japão e nos Estados Unidos em 2010, e é o carro “verde” global mais vendido no planeta, com mais de 600 mil unidades – não computando os comercializados somente na China. Na primeira geração, o Leaf chegou a circular em frotas de táxis no Rio de Janeiro e em São Paulo de 2013 a 2016, sem oferta para o público. A segunda geração foi apresentada em 2017, e em 2019 começou a ser vendida no Brasil. Este ano, desembarcou no país o Leaf 2023, que já está nas 44 concessionárias da marca no Brasil homologadas para comercializar e fazer serviços de pós-vendas em veículos elétricos. Líder de emplacamentos entre os automóveis 100% elétricos no país no ano passado – 439 unidades em um total de 2.851 elétricos vendidos em 2021 no mercado brasileiro –, o Leaf chegou à linha 2023 com exterior repaginado e novos equipamentos, mantendo o preço de R$ 293.790. Produzida na Inglaterra, a versão oferecida no Brasil tem a missão de popularizar e desmistificar o funcionamento e a condução do carro 100% elétrico.

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A linha 2023 se diferencia da anterior a partir do design frontal, com novos formatos de grade e de para-choque. O estilo dos faróis foi revisto e agora conta com acabamento interno preto (anteriormente, era cromado). As rodas de liga leve aro 17 de cinco raios trazem novo design, mais agressivo. O modelo estreia ainda o novo logotipo da Nissan, posicionado na grade – como em todos os elétricos, sem utilidade funcional –, na tampa do porta-malas, no centro das rodas e no volante. Os defletores de vento dianteiros e traseiros substituíram o azul pelo preto, colocados nos quatro cantos das caixas de roda, no difusor traseiro e no spoiler. Tais aprimoramentos deram ao Leaf um jeito mais aerodinâmico e esportivo. 

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Outra novidade é o retrovisor interno inteligente, contendo uma tecnologia com as imagens da traseira do veículo reproduzidas no espelho com tela de LCD, sem pontos cegos ou interferência dos apoios de cabeça do banco traseiro. A câmera instalada na parte de trás do veículo projeta as imagens de forma nítida, mesmo que as condições climáticas e de luz não sejam favoráveis. O sistema de recarga, na frente do veículo, também é novo. Ao lado da ChadeMo, para carga rápida, o Leaf traz entrada do tipo 2 – o padrão europeu, de sete pinos –, mais comum nos pontos de recarga no Brasil. O Leaf 2023 recebeu as novas opções de cores Cinza Shark (a do modelo testado) e Vermelho Magnético, as duas com teto preto, somadas ao Branco Diamond e Preto Premium.

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Com seis airbags, controles de estabilidade e tração, freios ABS com distribuição de força, sistema Isofix de cadeiras infantis e uma carroceria reforçada (que levou o modelo a conquistar cinco estrelas no Euro NCAP), o Nissan Intelligent Safety Shield ajuda o motorista a monitorar o movimento em torno do carro, responder a ações inesperadas e a se proteger. Os sistemas identificam se o Leaf está saindo da faixa sem que se perceba, pessoas ou objetos atrás durante uma manobra, veículos em pontos cegos no retrovisor e sinais de fadiga do motorista. A condução ficou mais segura com o controlador automático de velocidade inteligente, que monitora a distância do carro da frente – podendo ser definida no painel – e freia automaticamente caso seja necessário, checa constantemente a pressão dos pneus e visualiza o entorno do veículo com o uso das quatro câmeras do Visão 360 Graus na tela do sistema multimídia.

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A estrela maior do Leaf continua sendo o “e-powertrain”. O conjunto de baterias de íons de lítio de 40 kWh proporciona desempenho de 147 cavalos (110 kW) e torque instantâneo – como em todo o carro elétrico – de 32,6 kgfm. A bateria tem 272 quilômetros de autonomia auferida pelo Inmetro. O motorista conta com três modos de condução, o “Eco” – ajuda a limitar o desempenho do motor e a economizar energia, o “Brake” – usa a frenagem regenerativa para recarregar com mais eficiência a bateria, sem comprometer a potência – e o “Drive”, o modo de operação normal com a potência máxima do motor. Para completar, o Leaf 2023 mantém o sistema e-Pedal, que oferece condução se utilizando apenas o pedal da direita para acelerar e frear o carro, recuperando a energia e aumentando a autonomia.

Experiência a bordo

Relações amistosas

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O interior do Leaf de segunda geração apresenta o painel frontal com forma de “asa planadora” (Gliding Wing), adotado posteriormente em outros modelos da Nissan. Em termos de espaço interno, o Leaf se equivale a um hatch médio convencional. No banco traseiro, dois passageiros viajam bem – o alto túnel central não recomenda a presença de um terceiro adulto. O display colorido de 8 polegadas com tela de TFT dá acesso às principais funções. Os grafismos dos mostradores do consumo energético “sugestionam” o motorista a dirigir da forma mais econômica e a poupar as baterias. 

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Detalhes em azul claro aparecem nos pespontos dos bancos, do painel e do volante. A central multimídia A-IVI tem tela colorida sensível ao toque de 8 polegadas, que permite o uso de aplicativos como Waze, Spotify, Deezer, Google Maps, WhatsApp, Apple CarPlay e Android Auto. O Leaf 2023 ganhou sistema de áudio Bose, composto por dois tweeters, dois alto-falantes nas portas dianteiras, dois nas portas traseiras, um amplificador e um woofer na área do porta-malas.

Primeiras impressões

Paz e força

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Gramado/RS – Contraditoriamente em um veículo que transparece modernidade, o primeiro contato em termos de utilização do Nissan Leaf é quase “vintage”: é preciso acionar com o pé esquerdo um anacrônico pedal mecânico para destravar o freio de estacionamento – um recurso também adotado em alguns modelos da Toyota. Superada essa “contradição” inicial, o motorista rapidamente “mergulha” em um carro de estilo futurista, muito fácil de ser dirigido. Basta estar com a chave e apertar o “power” para acionar o motor. Não há som algum, mas é possível saber que está tudo funcionando pelas luzes e informações vindas do painel principal, atrás do volante.

No trânsito urbano, percebe-se com clareza a utilidade do e-Pedal, acionado em uma tecla junto ao seletor de funções do carro, no console central. No primeiro momento, o e-Pedal funciona como um acelerador comum, transmitindo potência para as rodas dianteiras. Quando o motorista alivia a força no pedal da direita, o Leaf com o e-Pedal acionado dá início ao processo de frenagem regenerativa de energia, acionando uma luz traseira para aumentar a segurança de quem vem atrás. Com o pedal do acelerador totalmente solto, o sistema regenerativo entra em ação e faz a frenagem até a parada total do veículo, recuperando parte da carga e aumentando a energia das baterias. Para a estrada, o e-Pedal é dispensável, mesmo porque as frenagens nas estradas são bem menos frequentes. 

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A estabilidade do elétrico da Nissan nas estradas sinuosas impressiona bastante, mesmo enfrentado boa parte do percurso com chuva forte. O modelo acelera vigorosamente com seus 147 cavalos de potência e torque instantâneo de 32,6 kgfm. Nas ultrapassagens em pista simples, a capacidade de reaceleração transmite muita confiança. Até a quase ausência de ruídos do motor característica dos elétricos é esquecida, pois o condutor se acostuma com o som do rodar dos pneus no asfalto. De acordo com a Nissan, em estações de recargas rápidas, o Leaf abastece 80% das baterias em 40 minutos, aumentando para 20 horas conectado a uma tomada residencial de 220V. Não foi necessário fazer o reabastecimento na ida e volta de Porto Alegre a Gramado – com um percurso total por volta de 300 quilômetros – porque os carros “dormiram” na cidade turística gaúcha e foram reabastecidos de energia durante a noite. 

Ficha técnica

Nissan Leaf 2023

Motor: elétrico de corrente alternada por indução

Potência: 147 cavalos

Torque: 32,6 kgfm instantâneo

Tração: dianteira

Direção: assistência elétrica

Velocidade: 150 km/h

Aceleração de zero a 100 km/h: em 7,9 segundos

Bateria: 40 kWh de íons de lítio

Autonomia: 272 quilômetros

Carregamento: em recargas rápidas, 40 minutos para 80% da bateria, em carregador Wallbox, oito horas para carga completa, em tomada convencional doméstica, em 20 horas

Freios: ABS com EBD, discos ventilados nas quatro rodas

Suspensão: dianteira tipo MacPherson, traseira eixo de torção

Rodas e pneus: liga leve aro 17, 215/50 R17

Dimensões: 4,48 metros de comprimento, 1,79 metro de largura, 1,56 metro de altura, 2,70 metros de entre-eixos

Porta-malas: 435 litros

Peso: 1.582 quilos

Preço: R$ 293.790

Preço: R$ 293.790

Por Daniel Dias e Luiz Humberto Monteiro Pereira/AutoMotrix – Fotos: Divulgação

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