A demanda por utilitários esportivos se mantém acelerada em todo o mundo – e não dá sinais de que vá desanimar tão cedo. Para acompanhar a tendência global, a Mitsubishi aproveita a inegável “expertise” 4×4, desenvolvida nas competições “off-road” ao redor do mundo, e incorpora mais um SUV às vitrines da marca, que já exibem o Pajero, o ASX e o Outlander. Apresentado no Japão em agosto do ano passado, o Eclipse Cross posiciona-se entre o ASX e o Outlander, com os quais partilha a plataforma – é 11 centímetros mais comprido do que o ASX e 29 centímetros mais curto em relação ao Outlander, mas os três têm os mesmos 2,67 metros de distância entre-eixos. Com seus 4,40 metros de comprimento, 1,81 metro de largura e 1,68 metro de altura, o Mitsubishi Eclipse Cross tem como principais destaques o design traseiro diferenciado, o novo motor turbo e muitas tecnologias automotivas – inclusive algumas semiautônomas, que se tornaram o maior “fetiche” da indústria automotiva mundial.
O nome Eclipse resgata uma designação já utilizada em um cupê da marca japonesa, produzido de 1989 a 2011. No SUV, o conceito de design aplicado pela Mitsubishi recebeu o nome de Dynamic Coupé e molda as linhas da carroceria para incorporar um estilo empolgante, no qual diversos detalhes transmitem sensação de movimento mesmo quando o carro está parado. Na parte frontal, se destaca o estilo comum aos novos modelos da marca, conhecido como Advanced Shield. Dentro da tendência adotada em SUVs e picapes recentes, o conjunto óptico frontal é dividido em duas partes. Os faróis em leds são longos e afilados, separados por um área central preta e detalhes cromados que evocam esportividade. Abaixo, ficam as modernas luzes diurnas (DRL) e as setas de direção. No perfil, a linha curva do teto está em harmonia com o desenho, que na parte traseira encontra o vidro bastante inclinado. O teto solar panorâmico duplo e as rodas de liga leve 18” com acabamento diamantado também chamam a atenção. Mas o toque mais inusitado no design do Eclipse Cross está na traseira. A janela é dividida horizontalmente em dois segmentos – solução adotada anteriormente em modelos como o Pontiac Aztek, o Citröen C4 VTR ou o Toyota Prius. Segundo a Mitsubishi, a singular opção pela janela bipartida não é só estética, mas também funcional, já que possibilita uma melhor retrovisão para o motorista por meio do espelho interno. As janelas são emolduradas por lanternas altas. O modelo recebeu até prêmios de design, porém a incomum janela traseira dividida pode causar estranheza em algumas pessoas.
Sob o capô está o novo motor Mivec Turbo 1.5L a gasolina com dupla injeção, 165 cavalos de potência e 25,5 kgfm de torque. Segundo a engenharia da Mitsubishi, a nova tecnologia gera um torque robusto em uma faixa de velocidade baixa do motor, proporcionando maior eficiência e um rodar mais silencioso. Acoplada ao motor está a nova transmissão CVT com 8 velocidades e sistema Invecs III, que se adapta ao modo de dirigir de cada motorista. O câmbio conta com Sport Mode com “paddle shifters” fixos à coluna do volante. O Eclipse Cross será oferecido em duas versões: 4×2 ou 4×4. A com tração 4×4 traz o Super All Wheel Control (S-AWC), um sistema de controle dinâmico integrado ao 4WD. Com acoplamento eletromagnético, o sistema controla automaticamente a distribuição de torque entre os eixos dianteiro e traseiro. O motorista pode optar por três tipos de condução: Auto, Snow (neve) ou Gravel (cascalho). A primeira é para uso cotidiano, a Snow é uma opção para piso escorregadio e a Gravel tem foco nas trilhas.
O novo SUV é equipado com freio a disco nas quatro rodas e gerenciamento eletrônico de alta tecnologia, com ABS, EBD e BAS. Para facilitar as manobras do dia a dia, o SUV é equipado também com o HSA (Hill Start Assistant), um assistente de partida em rampa. Para garantir ainda mais segurança, o Eclipse Cross é equipado com airbags dianteiros, de cortina, laterais e de joelho para o motorista. Toda essa tecnologia rendeu a mais alta classificação de cinco estrelas nos institutos Euro NCAP, ANCAP e Latin NCap.
Os recursos tecnológicos do Eclipse Cross formam uma verdadeira “sopa de letrinhas” expressa por siglas: BSW (Blind Spot Warning) – aviso sonoro e de luz nos retrovisores indicando região de ponto cego –, UMS (Ultrasonic Misacceleration Mitigation System) – sistema de prevenção de aceleração involuntária, que reduz as chances e o perigo de atingir obstáculos a até 4 metros, na frente ou atrás do veículo, caso o motorista pressione fortemente o acelerador por engano –, RCTA (Rear Cross Traffic Alert) – sistema de aviso de tráfego traseiro, que ajuda a evitar colisões ao sair de uma vaga em marcha a ré –, Speed Limiter – limita uma velocidade pré-estabelecida –, ASC (Active Stability Control) – controle ativo de estabilidade –, ATC (Active Traction Control) – Controle Ativo de Tração –, ACC (Adaptative Cruise Control) – piloto automático inteligente que acompanha automaticamente a velocidade do veículo à frente –, FCM (Foward Collision Mitigation) – sistema de frenagem autônoma que ajuda a prevenir colisões frontais identificando veículos ou pedestres por meio de câmeras e radar –, LDW (Lane Departure Warming) – aviso de saída de faixa de rolamento – e TPMS – sistema de monitoramento da pressão dos pneus.
O mais novo modelo da Mitsubishi chega importado do Japão e estará disponível em novembro nas concessionárias de todo o país em duas versões: Eclipse Cross HPE-S, com tração 4×2, por R$ 149.990, e Eclipse Cross HPE-S S-AWC, com tração 4×4, por R$ 155.990. A Mitsubishi abriu uma pré-venda pelo site www.eclipsecross.com.br. Os interessados podem fazer um cadastro para garantir a exclusividade de ser um dos primeiros a desfrutar do Eclipse Cross. A expectativa da marca é vender cerca de 300 unidades por mês.
Experiência a bordo
Claro e aprazível
Ao entrar no Eclipse Cross, o motorista logo observa a grande área envidraçada, reforçada pelo teto solar panorâmico duplo, que possibilita ainda mais luminosidade e bem-estar dentro do veículo. Os dois vidros na traseira, apesar de polêmicos em termos de design externo, efetivamente melhoram a retrovisão do motorista pelo espelho interno, quando não há passageiros no banco central traseiro. Os bancos dianteiros contam com design esportivo e espuma de dupla densidade com retenção nas laterais. Ainda contam com aquecimento nos dianteiros e ajuste elétrico para o motorista. Os traseiros são reclináveis e deslizantes, além de terem encosto regulável. São oito níveis de reclinação do encosto (16 graus a 32 graus) e deslizamento de até 20 centímetros, ampliando o espaço interno e o conforto de quem viaja no banco de trás. Mas o recurso também pode ser usado para dar mais espaço ao porta-malas, que conta com 473 litros de capacidade, podendo chegar a 1.197 litros com o banco traseiro totalmente rebatido.
O painel do Eclipse Cross tem tela de LCD de alto contraste com computador de bordo com display de multi-informações. O sistema multimídia tem tela capacitiva de 7” com Android Auto e Apple Car Play, áudio streaming de última geração e conexão WiFi, que permite o acesso a aplicativos nativos como Waze e Spotify. O ar-condicionado é digital, automático e Dual Zone.
O Eclipse Cross traz comodidades como o sistema Keyless para abertura das portas com apenas um toque no botão, sensor de chuva e acendimento dos faróis, retrovisores elétricos com rebatimento automático, luz indicadora de direção e desembaçador, botão Start-Stop (OSS) para partida, espelho interno eletrocrômico, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro e câmera de ré. Graças ao Head Up Display, as principais informações do computador de bordo são projetadas full color sobre o painel do veículo, bem na frente do motorista.
Primeira impressões
Câmbio favorável
Porto Alegre/RS – O teste de apresentação do Mitsubishi Eclipse Cross foi feito da capital gaúcha à cidade serrana de Caxias do Sul. O circuito incluiu estradas bem asfaltadas, trânsito urbano e até estradas de terra e trilhas leves. A versão avaliada era a Super All Wheel Control (S-AWC), com tração 4×4, de R$ 155.990. Nessa configuração, o sistema de tração integral, uma das principais bandeiras da Mitsubishi, funciona o tempo todo, calculando a quantidade de força transmitida para as rodas. Além de ajudar a manter a estabilidade, a tração 4×4 mostrou sua eficiência no trecho de terra durante a avaliação.
Logo nas primeiras aceleradas, dá para perceber o excelente trabalho feito pelo câmbio CVT, com um nível de ruído bastante baixo – a maioria das transmissões continuamente variáveis são rumorosas. O motor 1.5 turbo entrega 165 cavalos de potência e 25,5 kgfm de torque. Com uma faixa de torque ampla, que entrega força máxima de 1.800 a 4.500 rotações por minuto, o Eclipse Cross oferece alguma esportividade. Segundo dados da Mitsubishi, a versão com tração integral acelera de zero a 100 km/h em 11,4 segundos. A transmissão CVT conta com a opção de trocas sequenciais por meio de 8 relações de marchas pré-definidas no sistema de gerenciamento eletrônico do câmbio. As acelerações podem ficar mais esportivas com uso das borboletas atrás do volante, para trocas sequenciais.
Os sistemas semiautônomos, que andam em moda na indústria automotiva global, marcam presença no Eclipse Cross. O ACC permite ao SUV da Mitsubishi “acompanhar” o carro da frente, frear sozinho caso o motorista não faça a frenagem, e voltar a acelerar novamente quando o outro veículo andar mais rápido. O BSW avisa a presença de outro carro em ponto cego e o LDW alerta sobre saída da faixa de rolagem (LDW). Avisos luminosos e sonoros surgem sempre que necessário e ajudam a prevenir acidentes. Os sistemas semiautônomos são eficientes. O controle de cruzeiro adaptativo ajusta bem a distância para o carro da frente e freia de forma segura quando necessário. Tem a função Stop-Go para parar totalmente e seguir novamente. Deixar o carro acelerar e parar sozinho pode até ser um tanto perturbador, mas é inegavelmente prático, principalmente nos engarrafamentos.