Luiza Kreitlon/AutoMotrix

Em 2016, quando surgiu para ocupar um posicionamento intermediário entre as picapes compactas derivadas dos hatches – como a Fiat Strada e a Volkswagen Saveiro – e as médias com chassis de longarinas – como a Toyota Hilux e a Chevrolet S10 –, a Fiat Toro tornou-se um sucesso instantâneo. Bem-sucedido no chamado conceito SUP (Sport Utility Pick-up), que se propõe a combinar os atributos de conforto e a dirigibilidade de um utilitário esportivo com uma caçamba, o modelo produzido na cidade pernambucana de Goiana já emplacou desde então quase 350 mil unidades no Brasil. Apresentada em abril do ano passado, a linha 2022 da picape trouxe como grande novidade o motor 1.3 GSE Turbo Flex T270 (em alusão ao torque em Nm), o mesmo utilizado no Jeep Compass e entrega até 185 cavalos de potência e torque de 27,5 kgfm, que trabalha acoplado a uma transmissão automática de 6 marchas. A Toro mais equipada com o novo motor flex é a Volcano, que, na prática, é a configuração intermediária da picape – as versões com motorização a diesel, todas mais caras, ocupam o topo da gama. 

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Na linha 2022 da configuração Volcano, a alteração visual externa mais visível é nos faróis. Continuam divididos em duas partes, mas a superior passou a ser em leds e divide o trabalho entre luz de condução diurna e setas de direção – anteriormente, a seta era halógena. Os faróis principais são auxiliados pelos de neblina, todos em leds. O capô ganhou duas protuberâncias para ampliar a sensação de “musculatura” do conjunto. Na frente, o logo da marca fica centralizado e parece sustentado por dois filetes horizontais cromados, ladeado pela discreta Fiat Flag (uma micro-bandeira italiana estilizada) e sublinhado pelo para-choque bojudo com “quebra-mato” embutido em tom de aço escovado. Na traseira, as lanternas passaram a ser em leds e a porta da caçamba permanece bipartida, com abertura lateral – a novidade fica para a plaqueta “Turbo 270”, que identifica a nova motorização. A capota marítima é de série. As maçanetas externas são cromadas e as carenagens dos retrovisores, as molduras das janelas e a coluna central das portas são em preto. As rodas de liga leve de 18 polegadas calçam pneus 225/60 R18 On Road. Um elegante rack com barras longitudinais e “brake light” em leds arrematam o teto.

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Todas as versões da Toro 2022 trazem de série o Cluster Full Digital com tela de 7 polegadas configurável, com os indicadores de temperatura e nível de combustível em leds. De série, a versão Volcano Flex vem com uma tela de 8,4 polegadas “touchscreen”, conectividade sem fio para Apple CarPlay e Android Auto, comandos de voz Bluetooth, MP3, Rádio AM/FM e entradas Aux e USB. A picape tem internet 4G nativa – por meio de um chip da TIM pago à parte – unido ao serviço Fiat Connect Me. Com esse aplicativo instalado no smartphone, é possível conferir dados do computador de bordo e acessar a localização do veículo, ligar buzina e luzes – algo funcional para facilitar a localização da picape em um estacionamento grande. A Fiat Toro Volcano traz também de série sete airbags (dois laterais, dois de cortina, dois frontais e um de joelho), apoio de braço para os bancos dianteiros, abertura elétrica do bocal de combustível, ar-condicionado digital de duas zonas, capota marítima, sensor de ré, quadro de instrumentos digital, câmera de ré, assistente de partida em rampa e bloqueio eletrônico do diferencial ESC, volante de couro com borboletas para trocas de marcha, controlador de velocidade, luzes ambientes para a cabine, banco do motorista elétrico, chave presencial, sensor de estacionamento dianteiro, carregador de celular por indução e retrovisores rebatíveis eletricamente. 

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Motor turbo bicombustível mais potente e de maior torque produzido no Brasil, o 1.3 GSE Turbo Flex T270 (o “T” é da colocação transversal), com seus quatro cilindros, gera 185 cavalos de potência com etanol a 5.750 rotações por minuto e torque de 27,5 kgfm a 1.750 rpm e é associado ao câmbio automático de 6 marchas. É equipado com a tecnologia MultiAir III, já presente em outros propulsores. O sistema eletro-hidráulico permite o controle totalmente flexível da duração e da elevação das válvulas de admissão. O turbo de baixa inércia proporciona volume de ar reduzido entre o compressor e o coletor de admissão para oferecer uma resposta mais rápida. Todas as versões flex da Toro têm tração dianteira.

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O preço da Volcano Turbo 270 Flex começa em R$ 163.690 se for na cor sólida Vermelho Colorado. Mas o valor inicial pode subir de acordo com o ICMS de cada Estado – aumenta R$ 5 mil em São Paulo e mais de R$ 6 mil na Paraíba e em Pernambuco. A sólida Branco Ambiente (a do modelo testado) aumenta o preço em R$ 1.500 e as metálicas Vermelho Tribal, Prata Billit, Preto Carbon, Cinza Granite e Branco Polar agregam R$ 2.500 à fatura. A vistosa central multimídia vertical Uconnect de 10,1 polegadas com Apple CarPlay e Android Auto wireless – presente no modelo avaliado – pode ser incluída opcionalmente como parte do Pacote Tecnologia, que acrescenta ainda AEB (frenagem autônoma de emergência), LDW (aviso de saída de pista) e AHB (comutação automática do farol alto) e soma R$ 6 mil ao preço. Na Toro Volcano com acabamento e equipamento idênticos, mas movida pelo motor Multijet 2.0 turbodiesel com câmbio automático de 9 marchas, tração 4×4, 170 cavalos de potência e 35,7 kgfm de torque, o preço inicial já salta para R$ 197.790 – exatos R$ 34.100 a mais.

Experiência a bordo

Espaço funcional

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A Toro 2022 ganhou mais e melhores porta-objetos, que tornam possível abrigar com segurança celular, chaves, carteira e garrafas – no modelo antigo, eventualmente, saia algo voando nas acelerações bruscas ou rampas. O acabamento do interior da Toro Volcano supera sutilmente o das versões mais básicas Endurance e Freedom. Não transmite requinte, mas aparenta qualidade na montagem. Os bancos frontais são confortáveis, porém, os de trás têm um encosto muito verticalizado – mais inclinação tornaria as viagens longas mais agradáveis.

Opcional, a central multimídia vertical Uconnect de 10,1 polegadas com Apple CarPlay e Android Auto sem fio, comandos de voz Bluetooth, MP3, rádio AM/FM, entrada Aux e porta USB oferece interface com o usuário é simples e intuitiva, facilitada pelos comandos no volante. Mostra ainda amplas imagens da câmera de ré. 

Impressões ao dirigir

Veloz e voraz

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O motor 1.3 GSE Turbo Flex T270 entrega disposição de sobra e permite que a Toro ande mais e ofereça um rodar mais suave em comparação às antigas 1.8 Flex. Tem 180 cavalos (com gasolina) e 185 cavalos (com etanol) e o torque de 27,5 kgfm é elevado e está disponível já em 1.750 giros. A entrada do turbo é perceptível, de 1.500 a 2 mil giros, e o câmbio automático Aisin de 6 marchas ajuda a dar ao veículo um comportamento “esperto”. Em uma velocidade estável de 120 km/h, o motor não passa das 2 mil rpm. Para quem gosta de exercer mais ativamente o controle do motor, acionar as marchas manualmente na alavanca do câmbio ou nos “paddles shifts” atrás do volante é uma opção. Segundo a Fiat, a aceleração de zero a 100 km/h da Volcano Turbo 270 AT6 é feita em 11,2 segundos (gasolina) e em 11 segundos (etanol). A velocidade máxima é de 195,5 km/h (gasolina) e de 197,5 km/h (etanol). A tecla Sport muda as respostas do câmbio, do pedal do acelerador e o peso da direção. 

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As rolagens de carroceria nas curvas são discretas e as suspensões MacPherson na frente e multilink atrás ajudam a conferir um rodar equilibrado, mesmo em velocidades maiores e sem carga na caçamba – ou seja, com baixo peso no eixo traseiro. Nos trechos sinuosos, a carroceria sacoleja um pouco, mas é preciso radicalizar demais para que as assistências dinâmicas entrem em ação. A direção elétrica é um tanto leve em velocidades mais elevadas, porém, correta em manobras lentas. Em termos e consumo, com um motor turbo novo, era de se esperar um desempenho da Toro 1.3 GSE Turbo Flex T270 expressivamente melhor em relação ao da antiga versão 1.8 Flex, que tinha fama de “beberrona”. No entanto, de acordo com os dados do Inmetro, na cidade, são 9,4 km/l com gasolina e 6,5 km/l com etanol. Na estrada, são 10,8 km/l com gasolina e de 8 km/l com etanol. Ou seja, um consumo de combustível não tão contemporâneo – algo pouco edificante nesses tempos de combustíveis extraordinariamente caros. 

Ficha Técnica

Fiat Toro Volcano Turbo Flex T270

Luiza Kreitlon/AutoMotrix

Motor: dianteiro, transversal, 1.332 cm3, quatro cilindros, 16 válvulas, comando simples com variador no escape e MultiAir na admissão, injeção direta, turbo, flex

Potência: 180 cavalos (gasolina), 185 cavalos (etanol) a 5.750 rpm

Torque: 27,5 kgfm a 1.750 rpm

Combustível: gasolina e etanol

Transmissão: automática de 6 marchas à frente e uma à ré

Tração: dianteira 

Freio: ABS e ESC, dianteiros com disco ventilado e traseiros com tambor

Suspensão: dianteira tipo MacPherson com rodas independentes e barra estabilizadora, traseira tipo multilink com rodas independentes e barra estabilizadora

Direção: elétrica com pinhão e cremalheira

Rodas: liga leve de 6.5 x 18 polegadas

Pneus: 225/60 R18 On Road

Peso: 1.704 quilos

Capacidade de carga: 750 quilos

Dimensões: comprimento de 4,94 metros, largura de 1,84 metro, altura de 1,74 metro e entre-eixos de 2,99 metros

Tanque de combustível: 55 litros

Preço: R$ 171.190 (R$ 163.690 mais R$ 1.500 da cor Branco Ambiente e R$ 6 mil do Pacote Tecnologia). O valor pode variar de acordo com o ICMS de cada Estado

Por: Luiz Humberto Monteiro Pereira/AutoMotrix – Fotos: Luiza Kreitlon/AutoMotrix

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