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Ao contrário dos negócios de caminhões, o segmento automotivo que mais cresceu no ano passado, as vendas de ônibus seguem reprimidas no Brasil. Em 2021, encolheram 2,49% em relação ao ano anterior – foi o único segmento do setor de veículos que apontou retração. Segundo a Fenabrave, entidade representativa do setor de distribuição de veículos no Brasil, foram emplacados 17.776 ônibus, ante os 18.219 de 2020. “É o segmento automotivo com o pior desempenho em relação a 2020, o que é compreensível em função da pandemia e das restrições de circulação que vigoraram no primeiro semestre de 2021”, observa Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave. 

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Já em termos de produção de ônibus, de acordo com a Anfavea – entidade que representa os fabricantes de veículos automotores –, no ano passado, o Brasil registrou um crescimento de 2,6% em relação a 2020, com 18,9 mil veículos fabricados em 2021. “É importante discutir um novo modelo de transporte público, mais eficiente e sustentável financeiramente”, pondera Luiz Carlos Moraes. Para o presidente da Anfavea, o segmento enfrenta um momento difícil em decorrência da queda do número de passageiros causada pela pandemia e devido aos aumentos de preços que impactaram as operações, como o do combustível. “Contudo, é importante lembrar que houve uma licitação de 7 mil ônibus para o programa Caminho da Escola. E a maior parte desses veículos será licenciada este ano”, complementa Marco Saltini, vice-presidente da Anfavea. O desempenho da indústria brasileira foi favorecido pelo crescimento das exportações de ônibus montados no Brasil, que em 2021 totalizaram 4,2 mil unidades, com uma expansão de 2,8% sobre as exportações de 2020. A retomada das exportações, principalmente para a África, tem demonstrado um ritmo consistente. 

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A Mercedes-Benz conquistou 49,97% de participação no mercado brasileiro de ônibus em 2021 ao emplacar 8.878 unidades – ou seja, responde por praticamente metade dos licenciamentos de chassis de ônibus nacionais. O resultado garantiu à fábrica de São Bernardo do Campo (SP) a manutenção da liderança das vendas de ônibus no Brasil, posição que a marca alemã tem há 65 anos. No segundo lugar, aparece a Volkswagen Caminhões e Ônibus, que produz na cidade fluminense de Resende, com 3.697 chassis. Em terceiro, está a encarroçadora gaúcha Marcopolo, que é parceira da conterrânea Agrale na montagem dos micro-ônibus Volare, com 3.212 emplacamentos. Em quarto lugar, aparece a Iveco, que produz na cidade mineira de Sete Lagoas e emplacou 1.157 chassis. E o “top 5” e encerrado pela Volvo, que produz em Curitiba (PR) e emplacou 369 chassis de ônibus em 2021.

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As expectativas do setor de ônibus são de forte crescimento em 2022. Dentre os fatores positivos previstos para o ano, um deles é o fato de 2022 ser um ano eleitoral, quando muitos políticos procuram “mostrar serviço” e angariar votos entregando melhorias no setor de transporte público. O fato de o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) revelar um crescimento estável do nível de emprego formal deve significar um aumento da demanda de transporte para deslocamento das pessoas colocadas no mercado de trabalho. O transporte de empregados das empresas responsáveis pelas obras e o transporte de pessoas das mineradoras podem impactar positivamente o setor de fretamento. Também deve ajudar a expansão da vacinação nacional contra a Covid-19, embora persista a preocupação em relação à variante ômicron. “Temos um aumento do turismo interno, que é beneficiado também por haver restrições para a Europa e outros destinos no Exterior. Estamos sentindo fortemente a compra de ônibus de turismo”, comemora Ruben Bisi, diretor do Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (Simefre) e presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus).

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Por Luiz Humberto Monteiro Pereira/AutoMotrix – Fotos: Divulgação

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