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O Hyundai Creta foi lançado no Brasil em 2016, com produção na cidade paulista de Piracicaba, na mesma fábrica de onde saem as versões hatch e sedã do compacto HB20. A sua segunda geração foi apresentada nacionalmente no final de agosto do ano passado, com um visual completamente renovado – inspirado na evolução do atual estilo de design da marca sul-coreana, denominado de “Esportividade Sensual”. Ao longo de 2021, o utilitário esportivo compacto da Hyundai travou uma árdua batalha no mercado nacional com os concorrentes Jeep Renegade e Volkswagen T-Cross. A sutil evolução nas vendas mensais após o lançamento da segunda geração ajudou o SUV da marca sul-coreana a totalizar 64.759 emplacamentos em 2021. O Creta ficou atrás do Renegade, que vendeu 73.913 unidades e liderou o segmento, mas fechou o ano na décima posição no ranking geral de vendas de automóveis e comerciais leves no Brasil – um feito inédito para o modelo da Hyundai. De quebra, o embalo da nova geração ajudou o SUV produzido em Piracicaba a superar outro rival direto – o T-Cross, que totalizou 62.307 e ficou na décima primeira posição no ranking. O Creta 2022 foi apresentado com duas opções de motor: uma evolução do antigo 2.0 aspirado – restrito à versão “top” Ultimate – e um 1.0 turbo, o mesmo que move as configurações topo de linha do HB20. E as boas vendas do SUV são “puxadas” justamente pelas versões com motor 1.0 turbo, dos quais a Platinum é a mais equipada.

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            O novo Creta ficou poucos centímetros maior em todas as dimensões e passou a ter 4,30 metros de comprimento, 1,79 metro de largura, 1,62 metro de altura e 2,61 metros de distância de entre-eixos. O conjunto do SUV da Hyundai pode não ser uma unanimidade em termos estéticos, porém, tem personalidade e chama a atenção por onde passa. O destaque frontal é a nova grade em formato hexagonal e em cascata, desenvolvida exclusivamente para o Brasil – a que havia sido originalmente apresentada na Coreia do Sul, com um estilo mais similar à do HB20, não teve boa aceitação quando as primeiras imagens do SUV chegaram por aqui. Na versão Platinum, uma moldura cromada e detalhes no interior na cor prata deram à grade “made in Brazil” um aspecto mais tridimensional e imponente. De resto, o carro segue as linhas do original sul-coreano, com seu capô alongado, vincos laterais bem delineados e arcos de roda proeminentes. Divididos em duas partes, os faróis halógenos e as luzes de circulação diurna (DLR) em leds compõem uma forma trapezoidal. As luzes de seta ficam posicionadas abaixo, junto ao farol de neblina. As maçanetas contam com detalhe cromado e, na versão Platinum, as rodas em liga leve têm 17 polegadas com design com acabamento diamantado e a finalização em duas cores. Uma moldura prateada na coluna “C” complementa o layout dinâmico, que é reforçado pela antena do tipo barbatana de tubarão. Atrás, destacam-se as avantajadas lanternas assimétricas, também parcialmente em leds e divididas em duas seções. 

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            A nova geração do Creta oferece em todas as configurações seis airbags, freios a disco nas quatro rodas, ABS com EBD, controles de estabilidade eletrônico e de tração, assistente de partida em rampa, sinalização de frenagem de emergência e monitoramento de pressão dos pneus. A versão Platinum agrega recursos de segurança como a Smart Câmera 360 Graus, com visão panorâmica e oito visualizações diferentes, e câmera para monitoramento de ponto cego, que exibe no display central do painel de instrumentos a visão “escondida do motorista” após ser acionado o sinal de mudança de faixa. O Bluelink, sistema de carro conectado da Hyundai, oferece navegação de bordo e outras funções: Smart Camera 360 Graus no app, comando de voz, busca de pontos de interesse, modo guia de destino, busca de localidades e informações de tráfego em tempo real e ajuste de climatização. Gratuito por seis meses – depois gera uma mensalidade de R$ 49,90 –, o Bluelink disponibiliza recursos com foco em segurança e assistência ao motorista, prevenção ao roubo e conveniências. Na área de segurança, o Bluelink oferece rastreamento, imobilização e notificação de veículo roubado. O motorista também pode definir a velocidade máxima e os dias da semana em que o veículo não deva circular. Contudo, os dispositivos mais sofisticados de assistência à condução da linha Creta – como sistema de frenagem autônoma, assistente de permanência em faixa, controle de velocidade adaptativo, farol alto adaptativo e detector de fadiga, assim como os faróis e lanternas full-led – são restritos à configuração Ultimate 2.0.

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            O motor tricilíndrico 1.0 Turbo GDI flex de injeção direta de combustível trabalha acoplado a uma transmissão automática de 6 marchas, com opção de trocas sequenciais em “paddles shifts” atrás do volante e sistema Stop&Go. Entrega potência de 120 cavalos, com torque máximo de 17,5 kgfm de 1.500 a 3.500 rpm. Na maioria dos Estados brasileiros, o Creta Platinum 1.0 TGDI AT parte de R$ 144.490 na cor Preto Onix – em São Paulo, onde o ICMS para carro zero-quilômetro é mais elevado, o preço começa exatos R$ 5 mil acima, em R$ 149.490. Na cor Branco Atlas, sai por R$ 145.190 (R$ 150.190 em SP) e atinge R$ 146.090 (R$ 151.090 em SP) nas metálicas Prata Sand (a do modelo testado), Prata Brisk e Cinza Silk e no tom perolizado Azul Sapphire. A garantia é de cinco anos, sem limite de quilometragem.

Experiência a bordo

Conjunto harmônico 

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            A versão Platinum do Creta exibe um visual imponente que remete a um segmento superior, dos SUVs médios. A vistosa central multimídia BlueNAV de 10,25 polegadas é voltada ergonomicamente ao motorista. As saídas de ar verticalizadas e o estiloso volante de quatro raios com base achatada reforçam a esportividade. Atrás dele, uma tela de 7 polegadas abriga os instrumentos. Superfícies macias aparecem apenas onde os braços se apoiam, nas portas e no console central. Em todo o resto, imperam os plásticos rígidos, que têm texturas agradáveis e aparentam boa qualidade. 

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            O console central abriga o freio de estacionamento eletrônico, o controle de ventilação dos bancos, o seletor de modos de condução, o acionamento das câmeras 360 graus, o carregador por indução, uma tomada USB de comunicação e outra para recarga rápida. Com revestimento sintético que simula couro e na cor marrom, os bancos dianteiros são bastante cômodos e, nos traseiros, há bom espaço para as pernas, com piso quase plano. Quem viaja atrás também conta com saída de ar-condicionado e portas USB. E o teto solar panorâmico da versão Platinum se estende ao banco traseiro e amplia a percepção de espaço. Já a ausência de iluminação nos botões dos vidros elétricos torna difícil sua visualização.

Impressões ao dirigir

Nas rodas da eficiência

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            No Creta Platinum, o motor 1.0 turbo com três cilindros e injeção direta libera até 120 cavalos e 17,5 kgfm com gasolina ou etanol. Ele faz uma boa parceria com o câmbio automático de 6 marchas, oferecendo um desempenho convincente para um carro com proposta familiar, embora sem nada demasiadamente excepcional em termos dinâmicos. Pelo peso do veículo – 1.270 quilos –, talvez um torque um pouco mais elevado ajudasse a entregar um desempenho mais esportivo. Pelo menos o fato de o torque máximo estar disponível desde os 1.500 giros e ir até os 3.500 giros colabora – ele está disponível quase sempre que é necessário se ganhar velocidade. A curva de torque é bem plana, garantindo elasticidade. As opções “Eco”, “Normal” e “Sport”, que atuam no acelerador, peso da direção e trocas de marchas, ajudam a adotar um modo de condução mais econômico ou mais esportivo. Pode-se optar pelo modo manual para mudar as marchas – na alavanca ou nos “paddles shifts” do volante. 

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            A suspensão do Creta tem um acerto que merece elogios. Filtra bem as irregularidades do piso que chegariam aos ocupantes e tem uma rolagem de carroceria contida, apesar de ser mais voltada ao conforto do que à esportividade. A carroceria inclina pouco em curva, apesar da altura típica dos SUVs e dos 19 centímetros de vão livre do solo. Os bons ângulos de ataque e saída ajudam a transpor eventuais obstáculos – embora as trilhas não sejam a proposta do Creta, um SUV com personalidade de carro de passeio e que fica mais à vontade no asfalto. A direção elétrica oferece boa interatividade e os freios com discos ventilados na dianteira e na traseira param o carro com precisão, embora pareçam um tanto sensíveis demais em baixas velocidades. O Start&Stop economiza combustível ao desativar o motor nas paradas – algo que incomoda alguns motoristas, mas pode ser desligado. 

Ficha Técnica

Hyundai Creta Platinum 1.0 TGDI AT

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Motor: Kappa 1.0 Turbo três cilindros GDI 12V DOHC D-CVVT Flex

Potência: 120 cavalos de 1.500 a 3.500 rpm

Torque: 17,5 kgfm a 1.500 rpm

Injeção de combustível: eletrônica com injeção direta de combustível

Transmissão: automática, 6 marchas, trocas sequenciais em “paddles shifts

Direção: elétrica progressiva

Tração: dianteira

Freios: disco ventilado na dianteira, disco sólido na traseira, ABS e EBD

Suspensão: dianteira independente tipo MacPherson com barra estabilizadora, traseira eixo de torsão

Pneus e rodas: 215 / 60 R17, liga leve de 17 polegadas

Dimensões: 4,30 metros de comprimento, 1,79 metro de largura, 1,62 metro de altura, 2,61 metros de entre-eixos

Peso: 1.270 quilos

Altura em relação ao solo: 19 centímetros

Ângulos de entrada e saída: 20,4 graus, 28,3 graus

Porta-malas: 422 litros

Preço: R$ 146.090 (R$ 151.090 em SP) na cor metálica Prata Sand do modelo testado

Por Luiz Humberto Monteiro Pereira/AutoMotrix – Fotos: Luiza Kreitlon

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