Scooter é uma motocicleta cujo projeto apresenta características de simplicidade máxima para rodar principalmente em grandes centros, com foco na praticidade, agilidade e economia. Se essa definição estiver correta, a Honda acertou em cheio com a SH150i. A família SH (Small Honda) está disponível no mercado mundial desde 1984, mas a SH150i chegou ao Brasil no ano passado. Tem como características as rodas grandes e o assoalho plano, com chassi do tipo underbone com tubos de aço. O visual é retrô, com linhas suaves e detalhes modernos. A posição de pilotagem é ereta, com o assento em dois níveis. Debaixo dele estão o tanque de gasolina de 7,5 litros e o porta-objetos, com volume de 25 litros. Compensando o pequeno espaço para bagagem, as alças do garupa formam um só corpo com o bagageiro, já prevendo a instalação do baú.
O escudo frontal tem um grande “V” em leds, formando um conjunto harmônico com o farol e os piscas. Durante o dia, a iluminação cumpre muito bem a função de tornar a scooter mais visível aos motoristas e pedestres, mas poderia ser um pouco mais intensa para o uso noturno. Na traseira, de forma integrada, estão a lanterna e as setas, fechando com muito bom gosto o design da SH150i. O assento é único para o piloto e o carona, com divisão em níveis entre os dois. O motor OHC a gasolina, monocilíndrico, quatro tempos, com arrefecimento líquido, de 149,3 cc, gera 14,7 cavalos a 7.750 rpm e torque de 1,40 kgfm a 6.250 rpm. O câmbio é CVT. Com o smart key, basta ter a chave no bolso que o piloto pode dar a partida no motor.
O segmento de scooters vem ganhando novos adeptos no Brasil, principalmente o público feminino, as pessoas que estão se iniciando no mundo das duas rodas, os proprietários de motos de média a alta cilindrada e donos de carro que enxergam as scooters com uma solução prática para o trânsito. Oferecida por preços a partir de R$ 13.400, a Honda SH 150i emplacou 4.164 unidades nos oito primeiros meses deste ano.
Impressões ao pilotar
Mobilidade urbana
Com seu motor de 149,3 cc, a Honda SH150 tem agilidade de sobra para o trânsito das cidades. Embora monocilíndrico, a vibração é mínima, e acima de 70 km/h ela praticamente inexiste. Surpresa para a velocidade final, que superou os 110 km/h. Contribuem para a agilidade suas pequenas dimensões, com destaque para a largura de apenas 74 centímetros do guidão, que permite fluir facilmente nos constantes corredores que se formam na cidade. Para aqueles que sempre tiveram suas motos com marchas, a transmissão CVT requer uma pequena adaptação. Indo com calma, dá rapidamente para se ajustar à aceleração, ao peso e à ciclística característica das scooters. Tão logo adaptado e seguro no manuseio da SH150i, o piloto desfrutará de um veículo extremamente ágil para rodar no trânsito pesado.
O painel não é grande e informa a temperatura do motor, nível de combustível, hodômetro total, com trip A e B, relógio, computador de bordo com medidor de consumo instantâneo e médio e, ainda, quando for necessário trocar o óleo. Poderia ter também um conta-giros. O “idling stop” é um recurso muito interessante, pois desliga o motor quando se está em marcha lenta por cerca de três segundos. Basta acelerar novamente, o motor liga e imediatamente a SH150i está apta a seguir viagem. Para um veículo sabidamente econômico, o “idling stop” permite diminuir mais ainda o gasto com combustível. Ao final do teste, a scooter da Honda fez uma ótima média de 48,53 quilômetros com cada litro de gasolina.
As suspensões são bem macias, sendo bengalas na dianteira e bichoque na traseira. Em conjunto com rodas aro 16 polegadas, elevam o conforto para o piloto e o carona no piso irregular da cidade. A utilização de pneus sem câmara aumenta a segurança. É possível regular a pré-carga das molas traseiras em cinco níveis, dando maior opção de conforto. Os freios são ABS e têm o desempenho excelente. Nas frenagens fortes, a SH150i se manteve estável, as rodas não travaram e o espaço de parada foi bem pequeno. Na hora de estacionar, é possível optar pelo descanso lateral ou pelo central. Nesse, basta pisar no ponto certo e uma alavanca eleva os 129 quilos da scooter que se deslocam para trás, caindo precisamente sobre o descanso. Mas somente com a prática essa operação se desenrolará naturalmente.
O assento é único para o piloto e o carona. Fica a 79,9 centímetros do chão, o que pode parecer elevado para quem tem menos de 1,70 metro. No entanto, o espaço para apoio dos pés, que atravessa o veículo de lado a lado, facilita no embarque, já que não há a necessidade de passar a perna por cima do assento. O tamanho do local para apoio dos pés é razoável, mas quem calça mais de 42 pode sentir-se desconfortável. O acesso ao bagageiro é liberado por meio de um interruptor localizado no painel, ao lado do seletor principal, e somente é acionado na posição “seat”. O espaço abaixo do assento é suficiente para guardar um capacete fechado, contendo um volume total de 25 litros. Nele, se encontram as ferramentas que acompanham o veículo e também o bocal para o abastecimento de combustível.
