Gabriel Dias

Os três automóveis da Peugeot vendidos no Brasil – o hatch compacto 208 e os SUVs compactos 2008 a combustão interna e o E-2008 100% elétrico – receberam no ano passado a nova configuração visual global da marca do leão pertencente ao grupo Stellantis. O “look” é marcado especialmente com a substituição do antigo “dente de sabre” nas luzes de circulação diurna (DRL) pelas três “garras felinas”, também evocadas no design das lanternas. Na sua repaginação, o 2008 – produzido em Palomar, na Argentina – manteve as três versões, Active, Allure e GT. A mais instigante é mesmo a variante topo de linha GT, o modelo avaliado, uma combinação sóbria e elegante. O SUV compacto tem ainda as opções de cores metálicas Preto Perla Nera, Azul Quasar, Cinza Artense e Cinza Selenium (exclusiva da GT). De janeiro a dezembro de 2024, o 2008 teve 7.871 unidades emplacadas no Brasil, com a quadragésima quinta posição entre os carros de passeio. No site da Peugeot, o preço do 2008 GT ano/modelo 2025 parte de R$ 173.990 na cor Preto Perla Negra. Nas opções Cinza Celenium e Branco Nacré (a do modelo avaliado), ambas com teto preto, a fatura sobre R$ 2 mil. Mas há ofertas mais interessantes. No início de fevereiro, no próprio site da marca, o 2008 GT Branco Nacré aparecia oferecido por R$ 160.490.

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Com 4,30 metros de comprimento, 1,77 metro de largura (sem contar os espelhos), 1,54 metro de altura, 2,61 metros de distância de entre-eixos, peso em ordem de marcha de 1.272 quilos, 22,8 centímetros de altura em relação ao solo, 419 litros de capacidade no porta-malas e tanque de combustível de 47 litros, o 2008 é equipado com o motor T200 turbo da Stellantis, figura “carimbada” em modelos da Fiat, da Citroën e da própria Peugeot. Com até 130 cavalos de potência a 5.750 rotações por minuto e 20,4 kgfm de torque a 1.750 giros, trabalha associado à transmissão tipo CVT com 7 marchas simuladas e à tração dianteira.

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Entre os itens disponíveis para toda a gama do novo 2008, estão os freios com ABS e distribuição eletrônica de frenagem, o programa eletrônico de estabilidade (ESP), o acendimento automático das luzes de emergência após frenagem brusca, o piloto automático com limitador de velocidade, os cintos de segurança de três pontos para todos os ocupantes, o sistema Isofix para fixação de cadeirinhas infantis, o Hill Assist, o freio de estacionamento com acionamento elétrico e os quatro airbags, sendo dois dianteiros e dois laterais – a GT adiciona dois de cortina. Aliás, a topo de linha do SUV acrescenta o Peugeot Driver Assist, um pacote de ajuda ao motorista, com alertas de ponto cego – disponível também para a opção Allure –, de colisão e de correção de permanência em faixa, frenagem de emergência automática, comutação de farol alto, reconhecimento automático de limites de velocidade na estrada e detector de fadiga e de pedestres e ciclistas.

Impressões ao dirigir

Gabriel Dias

Sem “manhas” nem “manias

Porto Alegre/RS – O 2008 GT – da mesma forma que as outras versões do SUV compacto da marca francesa – tem como “cartão de visitas” o prático e bonito Peugeot i-Cockpit, um conjunto de comandos posicionados estrategicamente para garantir um fácil acesso do motorista a todos os dispositivos de funcionalidades e de entretenimento do carro. Com ele, vem um volante compacto, de dimensões reduzidas e base achatada, para melhor manobrabilidade e dirigibilidade esportiva – herdado do “irmão” menor 208, que estreou em 2013 já com essa característica –, um painel de instrumentos elevado, uma tela “touchscreen” bem na linha de visão do condutor e uma série de teclas dando acesso direto às principais funções do veículo. Bem ao centro do painel, está o sistema de entretenimento Peugeot i-Connect, com tela “touch” de 10,3 polegadas de alta definição com respostas semelhantes às de um smartphone, com seis alto-falantes, dois tweeters e quatro entradas USB (três do tipo C e uma do A) e espelhamento sem fio para Apple CarPlay e Android Auto.

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A opção mais esportiva do 2008 é equipada com o bastante conhecido motor T200 turbo da Stellantis, com 130 cavalos de potência, 20,4 kgfm de torque e transmissão do tipo CVT com 7 marchas simuladas, com opção de trocas sequenciais ao comando do motorista em “paddles shifters” localizados atrás da direção. É um casamento bem-sucedido com a estética esportiva da variante GT, com retomadas de velocidade consistentes, porém, com uma aceleração da inércia ao ritmo de cruzeiro na estrada esticada demais. Isso vem em parte pelo maior peso do 2008 em comparação a outros modelos da Stellantis que utilizam o T200. De acordo com a Peugeot, o 2008 acelera de zero a 100 km/h em 10,1 segundos e pode chegar à máxima de 194 km/h abastecido com etanol. Segundo o Inmetro, o consumo na cidade é de 8,6 km/l com etanol e 12,3 km/l com gasolina e rodoviário de 9,8 km/l e 13,7 km/l, respectivamente. Nada excessivamente emocionante, no entanto, está na média para um SUV de seu porte.

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Com uma posição de dirigir não tão alta assim para um utilitário esportivo, o 2008 conta com três modos de condução: o “Automático – o conjunto se ajusta conforme a “tocada” do motorista, equilibrando desempenho com economia de combustível e conforto –, o “Manual – voltado para quem gosta de assumir o controle total do carro, com as trocas sequenciais feitas em borboletas no volante ou na alavanca de câmbio – e o “Sport”, este, o ideal para quem pretende sentir as vocações mais esportivas da variante GT, atuando na direção, no controle de estabilidade e no mapeamento do acelerador e alterando o tempo de resposta e de troca de marchas.

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É bem provável que a união do motor T200 com o carro seja melhor com o 2008 do que em outros modelos também equipados com o turbo de três cilindros da Stellantis, como os Fiat Strada, Pulse e Fastback e os Citroën C3 e Aircross. Isso vem muito da plataforma CMP – um dos pontos altos do 2008 e do 208 –, projetada para esse tipo de motor. Na prática, o 2008 GT se sente “mais em casa” na cidade, pois é mais arisco nas baixas rotações, em mais um efeito colateral da transmissão tipo CVT, que “segura” as rotações mais altas para o carro não ganhar velocidade mais facilmente, priorizando também a economia de combustível. O 2008 GT é um carro bom de ser conduzido despreocupadamente. É bastante estável, mesmo em curvas mais fortes, com pequeno rolamento da carroceria.

Por Daniel Dias/AutoMotrix – Fotos: Gabriel Dias 

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