O Rali Dakar é há mais de quatro décadas o teste mais extremo do automobilismo off-road. Os pilotos e navegadores só recebem momentos antes de cada etapa as rotas dos cerca de 8 mil quilômetros (5 mil milhas) e 12 provas cronometradas, sem contar os deslocamentos, com variações radicais de terreno e clima, que testam os limites de homens e máquinas. Na edição 2025 do Rali Dakar, prevista para acontecer de 3 a 17 de janeiro na Arábia Saudita, a Ford Performance e a empresa de engenharia de competição M-Sport competirão na categoria T1+ com a picape Raptor T1+, construída especialmente para o Dakar. Recentemente, ocorreu o último teste do veículo e da equipe, correndo na classe experimental no Rali do Marrocos. “O Rali Dakar é o ápice das corridas off-road, o lugar em que nascem as lendas. Não estamos aqui só para competir, mas para mostrar a força, a durabilidade e a inovação técnica que a Ford representa. É um momento histórico”, explica Mark Rushbrook, diretor-global da Ford Performance.
O programa da Ford no Dakar traz na bagagem uma herança de mais de cinco décadas em competições off-road, desde que Rod Hall tornou o Ford Bronco o primeiro e único veículo 4×4 de produção a vencer a “Baja 1.000”. Unindo o design testado no deserto com a engenharia comprovada em corridas, a Raptor T1+ representa o ápice desse legado. Na campanha do Dakar, a Ford conta com a equipe de engenharia dos especialistas em rali da M-Sport para construir um veículo capaz de atender às demandas brutais do Dakar, que este ano percorrerá o Deserto da Arábia.
A categoria T1+ é a mais alta de ralis da FIA, com veículos construídos especialmente para a competição e motores derivados de produção. E a Raptor T1+ foi feita para esses padrões. Com 4,57 metros de comprimento, 2,30 metros de largura, três metros de entre-eixos e 2.100 quilos de peso, a Raptor T1+ traz um imenso tanque de combustível, posicionado na traseira, com 520 litros de capacidade. O motor V8 de 32 válvulas a gasolina de alto desempenho, denominado Darkhorse, tem como base o conhecido Coyote – que move modelos como o cupê esportivo Mustang e a picape grande F-150. A potência e o torque na Raptor T1+ não foram especificados.
A tração da Raptor T1+ é permanente 4×4 e o câmbio sequencial tem 6 marchas. A direção é eletricamente assistida. A picape é equipada com suspensão avançada do tipo “double wishbone” com dois amortecedores por roda, independente na dianteira e na traseira, amortecedores Fox ajustáveis e freios Alcon de seis pistões com discos ventilados de 355 milímetros. O curso das rodas é de até 350 milímetros. As rodas de alumínio de 8,5 x 17 polegadas são calçadas com pneus BF Goodrich KDR3 17X12,50-17. Os freios dianteiros e traseiros têm discos ventilados de 355 milímetros. Com chassi leve e robusto, é uma máquina pronta para suportar o calor extremo, os terrenos e as demandas implacáveis do Dakar.
Para enfrentar a nova edição do rali mais difícil do mundo, além de desenvolver a Raptor T1+, a Ford montou uma estrutura de peso. O “time dos sonhos” da marca norte-americana para essa jornada inclui quatro pilotos campeões: os espanhóis Carlos Sainz e Nani Roma, o sueco Mattias Ekström e o norte-americano Mitch Guthrie Jr. Ícone do automobilismo, Sainz (pai do piloto Carlos Sainz Jr. da Fórmula-1) é tetracampeão e atual vencedor do Dakar. Ekström é conhecido por sua versatilidade em rallycross, DTM e Dakar, enquanto Guthrie Jr. é um jovem talento dos Estados Unidos, com vitórias em corridas como a “King of the Hammers”. E Roma, bicampeão do Dakar em motos e carros, traz experiência à equipe, após pilotar a Ford Ranger T1 em 2024.
Por Luiz Humberto Monteiro Pereira/AutoMotrix – Fotos: Divulgação
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