Casamento por conveniência
O prestigiado jornal japonês Nikkei, fundado em 1876, publicou recentemente uma reportagem sobre a possível fusão das gigantes Honda e Nissan – ambas do Japão – para tentar brigar com mais igualdade contra as cada vez mais fortes fabricantes chinesas. Não muito bem das pernas há algum tempo, especialmente a nível global, e “perdendo” a chamada corrida do carro elétrico para os chineses, a Nissan encontraria um bom parceiro na Honda para poder se reestruturar, pois a francesa Renault está diminuindo cada vez mais a participação da Nissan na Aliança (junção da própria Renault com a Nissan e a Mitsubishi). A fusão da Honda com a Nissan estaria avaliada em torno de 50 bilhões de euros (quase R$ 320 bilhões), resultando no terceiro grupo em termos de vendas no mundo, atrás de Toyota e Volkswagen. A Honda foi fundada em 1946, um ano após o encerramento da Segunda Guerra Mundial, enquanto a Nissan assumiu o nome em 1933 – antes, a montadora se chamava Datsun.
Chinesa pioneira
A oitava e última rodada anual do Programa de Avaliação de Veículos Novos para a América Latina e o Caribe, o Latin NCAP, apresentou os resultados com a BYD como a primeira fabricante chinesa a obter todas as cinco estrelas com o 100% elétrico Dolphin Plus. Produzido na China, o Dolphin Plus, que oferece sete airbags, controle eletrônico de estabilidade (ESC) e sistemas avançados de assistência ao condutor (ADAS) como equipamentos de série, teve 92,60% de aprovação para ocupante adulto, 93,17% para ocupante infantil, 77,03% para proteção de pedestres e 85,17% para assistência à segurança. O Dolphin Plus, atualmente vendido apenas no Brasil, foi testado em impacto frontal, lateral e de poste, chicotada cervical (“whiplash”), proteção de pedestres, ESC, frenagem autônoma de emergência (AEB) para usuários vulneráveis da estrada, AEB cidade e interurbano, sistema de suporte de pista e de assistência à segurança e detecção de ponto cego, recebendo todas as cinco estrelas. “O resultado representa um marco para o programa, já que os carros chineses são questionados há muito tempo por seus baixos padrões de segurança”, justificou Alejandro Furas, Secretário Geral do Latin NCAP.
Mais potência e menos consumo
O SUV compacto Tracker e a picape intermediária Montana estreiam atualizações mecânicas que, segundo a Chevrolet, elevam o torque em até 15% e reduzem o consumo de combustível em até 9%, com menor índice de emissões. Em janeiro, entra em vigor a próxima fase do programa de controle de poluentes, que estipula novos limites para gases de escapamento, partículas e ruído, assim como requisitos de durabilidade, sistemas de diagnóstico de bordo e testes em uso. O motor do Tracker passa a contar com injeção direta e atualizações de software que levam o 1.0 turboflex de 116 para 121 cavalos, enquanto o 1.2 turboflex da Montana – originada do próprio SUV – cresce de 133 para 141 cavalos. Os dois contam com transmissão automática. Até novembro, o Tracker ocupa a oitava posição entre os carros de passeio, com 61.001 unidades vendidas no mercado brasileiro. Já a Montana, que em fevereiro do ano passado trocou de segmento, passando de picape compacta para intermediária, teve 25.175 emplacamentos de janeiro a novembro, ficando na segunda colocação em sua categoria, liderada pela Fiat Toro, com 49.348 vendas.
Cupê bem afiado
O Porsche 911 GT2 RS equipado com kit de performance Manthey terminou o ano com dois recordes em autódromos brasileiros. O primeiro ocorreu no circuito de Interlagos, em São Paulo, com os 4,30 quilômetros da pista sendo percorridos com o tempo de 1min36s967, com média de 159,97 km/h. Com essa marca, o 911 GT2 RS Manthey passou a ser o carro de rua original mais rápido no autódromo paulistano, superando por quase um segundo a melhor marca anterior. O segundo foi no circuito Velocitta, em Mogi Guaçu, também no Estado de São Paulo. O 911 GT2 RS Manthey está configurado para o traçado de Nordschleife de Nürburgring, de mais de 22 quilômetros, o “Inferno Verde”, que tem muitos trechos de alta velocidade. O superesportivo tem motor 3.8 biturbo de seis cilindros contrapostos com 700 cavalos de potência, capaz de acelerar de zero a 100 km/h em 2s8 segundos e chegar a 340 km/h de velocidade máxima. O kit Manthey é composto por um pacote de diminuição de peso, ajustes na suspensão e freios e aperfeiçoamentos aerodinâmicos. O Porsche 911 GT2 RS tem preço avaliado em quase R$ 4 milhões.
Com produção no Paraná
Com investimento inicial de R$ 1,5 bilhão, a XBRI Pneus está erguendo sua primeira fábrica no Brasil, em Ponta Grossa, no Paraná, com início de produção para 2026. A XBRI Pneus é uma marca privada pertencente à Sunset Tires Corporation, com sede na China e fábricas no Vietnã, na Malásia, Tailândia e China. Segundo dirigentes da XBRI, a unidade de Ponta Grossa terá capacidade para produzir 14,5 milhões de pneus por ano para carros de passeio e comerciais leves e 2,5 milhões para caminhões, máquinas agrícolas e veículos de mineração. A fábrica terá mais de 500 mil metros quadrados de área construída em um terreno de 330 hectares, já adquirido pela empresa. Com um mercado em expansão, o Brasil conta com bom potencial de crescimento, tendo, em média, 250 carros para cada mil pessoas, metade da Europa e um quarto em comparação aos Estados Unidos. “A empresa foi fundada há 36 anos e se posicionou estrategicamente por meio do desenvolvimento de produtos pensados para as condições de clima e rodagem brasileiras, mas com produção 100% no Exterior. Atualmente, os custos de produção, logística e tributários para importação se assemelham aos que seriam da produção no Brasil. Por isso, tomamos a decisão de fazer o investimento em uma fábrica nacional”, explicou o brasileiro Nabil Chamseddine, CEO da XBRI do Brasil.
Origens explícitas
As placas de identificação no Brasil terão a inclusão do nome da cidade e da sigla do Estado de origem do veículo. Com o Projeto de Lei 2406/23 aprovado na Câmara em 2024, a nova medida só entrará em vigor um ano após, o que deve ocorrer na metade de 2025. O nome do município e a sigla serão lacrados na estrutura da placa obedecendo as especificações e modelos estabelecidos pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran). A colocação da cidade e do Estado só será necessária em carros novos ou em transferência de proprietário de veículo usado. A Placa do Mercosul foi instituída no Brasil em 2018, mas só passou a ser obrigatória para todos os veículos novos em 2020. Ela foi criada para padronizar a identificação dos veículos dos países do Mercosul – Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai – e para dificultar a falsificação e incorporar itens de segurança, como o QR Code, possibilitando a rastreabilidade. A Placa do Mercosul tem o nome e a bandeira do país de origem, o emblema do Mercosul, a sequência de três letras, um número, outra letra e mais dois números e é parecida (pelo menos, nas cores branco e azul) com a placa usada na União Europeia.
O futuro em janeiro
A Honda fará a estreia mundial de dois carros-conceito na CES 2025, com novos modelos da “Honda 0 Series”, que a marca japonesa pretende introduzir no mercado mundial a partir de 2026. A Honda também apresentará seu inédito sistema operacional de veículos, planejado para ser adotado nos modelos da “Honda 0 Series”. A CES (Consumer Electronics Show) será realizada de 7 a 10 de janeiro de 2025 em Las Vegas, Estados Unidos. Na edição deste ano do evento, a Honda promoveu a estreia da “Honda 0 Series” e sua abordagem de desenvolvimento “Thin, Light and Wise” (em tradução livre, “fino, leve e sábio”). Na CES 2025, a fabricante oriental promete explicar e demonstrar detalhadamente o funcionamento do sistema operacional do veículo e as tecnologias de condução automatizada que serão instaladas nos modelos da “Honda 0 Series”. Quanto aos dois protótipos, o Sallon tem design fastback e o Space-Hub é uma minivan. Ambos têm visual futurista, naturalmente.
Por Daniel Dias/AutoMotrix – Fotos: Divulgação
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