Fórmula-E – Zumbido tecnológico

A Nissan usa a Fórmula-E para reforçar seu apoio ao desenvolvimento da mobilidade elétrica

0
18

Responsável pelo primeiro veículo 100% elétrico produzido em escala global – o Leaf, apresentado nos Estados Unidos e no Japão em 2010 –, a própria Nissan reconhece que houve um pouco de “desvio de rota” nos últimos anos com seu programa de eletrificação veicular, especialmente com o pioneiro Leaf. O hatch deixou o catálogo da marca no Brasil em fevereiro e teve sua produção encerrada no Reino Unido – mas continua a ser oferecido pela plataforma de assinatura Nissan Move. Um sucessor está previsto para 2025 e, no momento, a linha elétrica da Nissan se restringe ao SUV Ariya, que não é vendido no Brasil. No entanto, a marca japonesa encontrou um novo caminho para o desenvolvimento de modelos elétricos de produção. Há três anos, montou equipe própria para o Campeonato Mundial de Fórmula-E e assumiu o compromisso de continuar participando da categoria dos “bólidos” 100% elétricos até 2030, pelo menos – fortalecendo o plano de eletrificação Ambition. Na atual temporada da Fórmula-E, que teve sua primeira etapa novamente no Brasil, no circuito de rua montado no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo, no sábado passado, a categoria mostrou a terceira geração com novidades importantes – chamada agora de GEN3 Evo. A maior delas é a incorporação do motor dianteiro também como gerador de potência – e não apenas como recuperador de energia –, dotando o fórmula elétrico com tração integral por um determinado tempo.

Divulgação

Os carros de Geração 4 (GEN4) da Fórmula-E estrearão na décima terceira temporada da categoria (a de 2026-2027), tornando-se a tecnologia mais avançada de competição totalmente “verde”, mantendo seu status como laboratório para soluções em mobilidade elétrica – como a Fórmula-1 sempre foi para a indústria automotiva global. O italiano Tommaso Volpe não se restringe a ser o comandante da equipe Nissan na Fórmula-E. O experiente chefe de equipe está totalmente engajado no projeto Ambition, no que será o segundo movimento da Nissan no desenvolvimento dos carros 100% elétricos de rua. “Tudo o que a equipe faz e experimenta na pista é passado para os engenheiros de produção da Nissan. Nesse cenário, o carro da Fórmula-E se torna um laboratório de fato. Sou responsável por vários aspectos, as operações de competição, a engenharia, a mecânica e a logística. Mas o que provavelmente é mais útil em minha experiência anterior em Marketing é como extrair valor das atividades da equipe para a Nissan como empresa. Existe um propósito na participação da Nissan na Fórmula-E muito além da competição, e isso está bastante claro. Queremos promover nosso compromisso com a eletrificação e a sustentabilidade para o mundo. Nossa participação na Fórmula-E é uma valiosa fonte de pesquisa e desenvolvimento, pois estamos usando o conhecimento das pistas na transferência de ‘know-how’ e tecnologia para as ruas e vice-versa”, explica Volpe. A Nissan participará no desenvolvimento do carro da GEN4, tornando a fabricante oriental como a primeira marca a confirmar presença no Mundial de Fórmula-E até pelo menos 2030. A Nissan fornece seu “powetrain” na categoria também para a McLaren.

Divulgação

A Fórmula-E proporciona um ambiente ideal para a marca japonesa desenvolver sua tecnologia de veículos elétricos de rua, testando sua expertise em uma competição extremamente competitiva e que conta com outras grandes fabricantes, como a Mercedes-Benz, a Audi, a BMW, a Jaguar, a Porsche e a Maserati. Para a Nissan, a equipe de pista estar intimamente ligada ao Nissan Ambition 2030 é fundamental para a empresa se tornar uma autêntica montadora de automóveis eletrificados. O programa coloca a eletrificação no coração da estratégia de longo prazo da empresa, durante o qual, a Nissan lançará 34 modelos eletrificados de 2024 e 2030, com uma fatia de 40% da gama em 2026 e de 60% até o final desta década.

Divulgação

A Nissan atua em todas as etapas da Fórmula-E, utilizando a categoria para promover a tecnologia de seus projetos de VEs (“veículos elétricos”). A marca conta ainda com o suporte de sua presença nos países com provas na categoria, seus centros de pesquisa e desenvolvimento em 16 mercados, várias fábricas e estúdios de design em cinco países. “Estamos extremamente felizes em continuar nosso envolvimento com a Fórmula-E. Além de oferecer emoção e um espetáculo nas pistas para os fãs, nossa participação na categoria fará uma contribuição significativa para as metas de eletrificação definidas no plano Ambition 2030. As tecnologias de ruptura que estamos colocando nas pistas darão dados preciosos para o desenvolvimento dos nossos produtos. É muito bacana ver o futuro das competições elétricas revelando-se e continuar trabalhando para um mundo sustentável para todos”, orgulha-se Makoto Uchida, CEO da Nissan Motor Corporation.

Divulgação

A Nissan usa a Fórmula-E também para melhorar o desempenho de seus veículos elétricos de emissões zero, como o Ariya. Alguns exemplos de inovações da Fórmula-E que podem ser aplicadas nos carros de rua são a bateria encapsulada para evitar o risco incêndio em um eventual acidente, o sistema de frenagem regenerativa, convertendo a energia gerada nas frenagens em eletricidade, a redução do peso e do tamanho das baterias, o aumento da densidade energética e o “Modo Ataque”, que permite aos pilotos aproveitarem uma potência extra por um período limitado de tempo, algo conhecido nos carros de rua como modo “Sport”.

Por Daniel Dias/AutoMotrix – Fotos: Divulgação

DEIXE UMA RESPOSTA