Cinco anos após sua estreia no mercado brasileiro, o Audi Q8 passa por sua primeira atualização, com novidades no visual, no pacote tecnológico e na oferta de opcionais. Importado da Eslováquia, o SUV de luxoserá oferecido agora em versão única Performance Black pelo preço inicial de R$ 774.990. Um valor que o posiciona acima de todos os utilitários esportivos da Audi, sem contar as respectivas opções esportivas S e RS. Segundo os representantes da marca alemã no Brasil, a ideia para o Q8 reestilizado é focar nos elementos que os clientes demonstravam preferência desde o lançamento do SUV. Por isso, o kit estético S line com para-choques e saias laterais com visual esportivo passa a ser de série, acompanhado de detalhes externos em preto brilhante, incluindo os emblemas de identificação do veículo. As novas rodas de 23 polegadas trazem acabamento diamantado e calçam pneus 285/35 R23.
Os faróis trazem tecnologia Matrix de série, permitindo que o motorista selecione uma de quatro assinaturas luminosas diferentes, a fim de deixar o SUV do seu jeito. O recurso também está presente nas lanternas, totalmente em leds, que se interligam por uma faixa luminosa à tampa do porta-malas. Por dentro, o novo Q8 adota bancos esportivos em couro Valcona com duas opções de cores para o revestimento, painel digital Audi Virtual Cockpit atualizado com o recurso Area View, capaz de mostrar veículos nas faixas adjacentes.
O SUV de cinco lugares passa a trazer de série suspensão a ar adaptativa – para permitir a elevação da carroceria em até 50 milímetros ou rebaixá-la em até 40 milímetros, dependendo do modo de condução escolhido. Há ainda eixo traseiro direcional, portas com fechamento “soft close” (o famoso fechamento por “sucção”) e som Bang & Olufsen com 19 alto-falantes e 730 watts de potência. Eles se juntam ao já ofertados, como ar-condicionado de quatro zonas, bancos dianteiros e volante com ajustes elétricos e teto solar panorâmico.
O que não mudou no Q8 foi o conjunto motriz. O SUV alemão segue equipado com motor 3.0 V6 TFSI, turbinado, capaz de gerar até 340 cavalos e 51 kgfm, atrelado à transmissão automática Tiptronic de 8 velocidades e ao sistema de tração integral “Quattro”, que distribui a força gerada pelo motor em 40% para as rodas dianteiras e 60% para as traseiras, podendo variar essa relação de acordo com a condução e as condições da estrada. A Audi promoveu poucas mudanças no bloco de seis cilindros para reduzir as emissões e melhorar o desempenho: o zero a 100 km/h é feito em 5,6 segundos, com velocidade máxima de 210 km/h. O 3.0 TFSI é equipado com tecnologia híbrida leve (MHEV) de 48 volts, alimentado por uma bateria de capacidade não divulgada, mas que permite breves desligamentos do motor de 55 km/h a 160 km/h. A bateria é alimentada por um alternador de partida por correia (conhecido pela sigla em inglês BAS). Graças a esse recurso, o Q8 pode ter seu motor a combustão desligado por até 40 segundos em velocidade de cruzeiro, mantendo todos os equipamentos e acessórios funcionando normalmente.
Primeiras impressões
Classe executiva
São Paulo/SP – O contato inicial com o novo Q8 foi em um percurso com aproximadamente 130 quilômetros, ligando a cidade de São Paulo a São Roque, que permitiram experimentar como o SUV atualizado se comporta em trânsito urbano pesado e na estrada. A saída da capital paulista e seu trânsito caótico possibilitaram que alguns dos assistentes de segurança do utilitário esportivo também fossem testados.
O piloto automático adaptativo (ACC) funciona bem, trabalhando em conjunto com o assistente de permanência em faixa e o Area View para informar sobre tudo o que está ocorrendo no trânsito ao redor do carro em tempo real. Ainda no ambiente urbano, o Q8 mostrou outras qualidades, como o isolamento acústico eficiente e a boa desenvoltura mesmo em garagens apertadas graças ao eixo traseiro direcional, capaz de virar as rodas em até 5 graus. É uma ajuda especialmente relevante em um veículo grande – e o Q8 tem 4,99 metros de comprimento, 2,19 metros de largura, 1,69 metro de altura e generosos 2,99 metros de entre-eixos.
Já na estrada, o utilitário esportivo teve comportamento dinâmico bem afinado, com a manutenção do silêncio a bordo. A suspensão a ar mantém o carro “sobre trilhos”, com grande capacidade de contornar curvas e pouquíssima rolagem da carroceria, apesar do tamanho do carro. O que acabou não acompanhando o conjunto foi a motorização. Embora não falte força, um modelo com um preço tão alto merecia mais empolgação vinda do capô, com acelerações bem mais vigorosas do que as apresentadas no teste. E existem outros SUVs menos caros mas com performance semelhante ou até superior ao Q8. Outro ponto que causa estranheza é a tela em que os controles do ar-condicionado são exibidos. Embora ajude a embelezar a cabine e reforçar o aspecto tecnológico do ambiente, o dispositivo se mostra pouco prático e intuitivo, com o motorista precisando desviar a atenção mesmo em tarefas corriqueiras, como ajustar a ventilação ou a temperatura. Os quatro pacotes opcionais (Head-Up Display, visão noturna, faróis Matrix a laser e capas dos retrovisores em carbono) são caros e poderiam compor a lista de itens de série, mesmo se elevassem o preço do carro.
Por Yuri Ravitz, do “Volta Rápida” especial para AutoMotrix – Fotos: Divulgação
Veja Também: