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A motocicleta é o modal de mobilidade automotora que mais cresceu no Brasil em 2023. Foi embalado pela continuidade da demanda por mobilidade logística urbana (delivery), que mantém uma forte expansão desde 2020, quando a pandemia da Covid-19 gerou limitações na circulação de pessoas nas ruas. Em 2023, as dez fabricantes de motocicletas instaladas no PIM (Polo Industrial de Manaus) produziram 1.573.221 unidades. De acordo com levantamento da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), o volume é 11,3% superior ao registrado em 2022. Esse desempenho superou a expectativa da associação de alcançar 1,56 milhão de unidades produzidas, sendo o melhor resultado anual alcançado desde 2013. Em dezembro do ano passado, foram produzidas 117.929 motocicletas, uma alta de 38,5% na comparação com o mesmo mês de 2022. “Todas as fabricantes mantiveram o ritmo de produção, apesar das dificuldades surgidas no decorrer do ano. Isso comprova o esforço do setor na busca do crescimento sólido e sustentável”, comemora Marcos Bento, presidente da Abraciclo.

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            Se na indústria, o ano passado foi bom, no varejo, o resultado foi ainda melhor. Foram emplacadas 1.582.032 motocicletas em 2023, um total 16,2% maior que as 1.361.941 de 2022. A street foi a categoria mais licenciada, com 51,3% do total de emplacamentos, seguida pela trail (18,3%), motonetas (14,6%) e scooters (8,8%). Todas as outras categorias de motocicletas (naked, big trail, ciclomotor, custom, sport, triciclos touting e quadriciclo) somadas totalizam apenas 7% das vendas nacionais. Em números absolutos, os modelos de baixa cilindrada (até 160 cm3) lideraram com folgas o ranking de emplacamentos, com 1.297.780 unidades e 82% do mercado. Do total de motocicletas vendidas, 37,3% foram emplacadas na Região Sudeste, 31,1% no Nordeste, 13,1% no Norte, 9,7% no Centro-Oeste e 8,8% no Sul. 63,4% das motocicletas fabricadas eram bicombustíveis e 36,6% movidas apenas a gasolina.

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            Se a produção e o comércio de motocicletas vivem tempos alvissareiros no Brasil, em termos de exportação, as notícias são bem menos animadoras. Em 2023, as associadas da Abraciclo exportaram 32.931 motocicletas, uma retração de 40,5% na comparação com o ano anterior. O principal problema da exportação de motocicletas no Brasil é que os vizinhos não ajudaram. A crescente crise no mercado da Argentina, maior parceiro comercial do Brasil no segmento, explica o mau desempenho.

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            Para 2024, a regulamentação da Reforma Tributária, a expectativa de continuidade de redução na taxa de juros, de crescimento do PIB, da retomada econômica e da geração de emprego e renda animam o setor. A estimativa da Abraciclo é a produção de 1,69 milhão de motocicletas, o que corresponderia a um crescimento de 7,4% em relação ao registrado em 2023. No varejo, a perspectiva é que sejam emplacadas 1,70 milhão de unidades, volume 7,5% superior em comparação a 2023. As exportações devem alcançar 35 mil unidades, aumento de 6,3% sobre o volume registrado no ano passado. “A projeção se baseia nos cenários macroeconômicos do Brasil, considerando fatores como as expectativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), inflação, variações nas taxas de juros e confiança do consumidor. Nossa meta é seguir crescendo de forma sustentável e retornar ao patamar de produção de 2 milhões de unidades nos próximos anos”, afirma Bento.

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Por Edmundo Dantas/AutoMotrix – Fotos: Divulgação – Fotos: Divulgação

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