A Renault apresentou na Europa o Trafic agora com propulsão totalmente elétrica. A pré-venda das versões L2 (chassi-cabine e cabine dupla) se iniciam em outubro, com as primeiras entregas previstas para o mês seguinte, enquanto as variantes L1 (van e cabine dupla) estarão em pré-venda a partir de novembro. Segundo a marca francesa, desde o lançamento do veículo comercial, em 1980, mais de 2,4 milhões de unidades foram comercializadas em todo o mundo. O Trafic E-Tech tem dois tipos de comprimento – 5,08 e 5,48 metros – e dois de altura – 1,96 e 2,49 metros –, com volume de carga no modo furgão de 5,8 a 8,9 metros cúbicos. O comprimento de carga na configuração L2, intercalada com abertura da porta para objetos mais longos, é de 4,15 metros, podendo carregar 1,1 tonelada e rebocar 750 quilos. O utilitário da Renault conta com uma grande modularidade e possibilidades de personalização, entrando nesse quesito mais de 360 empresas transformadoras homologadas só na Europa. O Trafic já foi vendido no Brasil, na década de 90, com a marca Chevrolet e depois como Renault. Atualmente, ele ocuparia uma posição abaixo do Master.
Dentro da cabine, os porta-objetos têm capacidade total de 88 litros (19,7 no console, 14,6 nas portas e 54 litros atrás dos bancos). Conforme a versão de acabamento, os porta-luvas se transformam em uma gaveta chamada pela fabricante de Easylife, ajudando a vida do motorista profissional. Ao rebater o banco central, o condutor tem uma verdadeira mesa de trabalho, com um vão para colocar uma prancheta ou espaço para suas refeições, com o Trafic adquirindo ares de um escritório. Com baterias de íons de lítio com capacidade de 52 kWh, o Trafic E-Tech tem autonomia de até 297 quilômetros pelo ciclo WLTP. As baterias têm garantia de oito anos ou 160 mil quilômetros. Nesse período, elas são trocadas gratuitamente se a capacidade se deteriorar a um nível inferior a 70% do valor nominal SoH, que seria uma espécie de “estado de saúde da bateria”.
O Trafic E-Tech é equipado com motor de 90 kW (122 cavalos) de potência e 24,5 kgfm de torque. O modo de condução “Eco” diminui a potência do veículo mas aumenta a autonomia da bateria, passando para 322 quilômetros. A recuperação de energia é complementada pelo sistema de frenagem regenerativa adaptativa (ARBS). Para recarregar a bateria, o Trafic E-Tech permite ao motorista escolher entre três tipos de carregadores: o de 7 kW CA monofásico, que funciona em todos os tipos de tomadas domésticas, o de 22 kW CA para recarga acelerada em eletropostos públicos, recuperando até 50 quilômetros de autonomia em menos de 25 minutos, e o rápido de 50 kW CC, disponível na Europa somente a partir de 2024. Por meio do aplicativo MyRenault, para smartphones, ou pelo sistema multimídia Renault Easy Link (de série em todas as variantes de acabamento), o Trafic E-Tech conta com serviços conectados específicos como programação de recarga de bateria e monitoramento do status de recarga à distância, programação de pré-aquecimento ou resfriamento da cabine, busca de eletropostos no percurso e cálculo dos destinos que podem ser alcançados pelo restante da bateria.
A decisão de passar a produção do Trafic para a fábrica de Sandouville, localizada na Normandia, noroeste da França, foi tomada em 2010. Foram investidos 230 milhões de euros para transformar a fábrica e adaptar as características de um veículo com 600 modificações possíveis. A produção foi iniciada em 2014 e, atualmente, quase 600 unidades são feitas diariamente no local. Este ano, a fábrica de Sandouville foi preparada para a produção do Trafic E-Tech. Com 1,6 mil empregados, ela também produz o Nissan Primastar e o Renault Trafic Red Edition. O motor do Trafic E-Tech e os carregadores são produzidos em Cléon, também na região da Normandia. A bateria é montada em Flins, enquanto a finalização da eletrificação é feita em Gretz-Armainvilliers, as duas cidades igualmente francesas.
Por Daniel Dias/AutoMotrix – Fotos: Divulgação
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